O tempo é tão importante que ele é um Orixá (e os africanos a muito
sabem disso), tem um dito que diz O TEMPO DA, O TEMPO TIRA, O TEMPO
PASSA E A FOLHA VIRA, muitas vezes precisamos que o tempo nos seja
favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto e longo,
com o bom uso do Tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos
modificar.
Em geral na frente das grandes casas de candomblé, principalmente em
Salvador, existe uma grande árvore com raízes que saem do chão, e são
envoltas com um grande alá( pano branco), este é um IROKO, que é
fundamental necessidade a sua existência numa casa de candomblé.
Conhecido também como LOKO, e no Brasil como Orixá da Gameleira Branca,
onde é feito seu ritual e suas oferendas, esta árvore foi trazida pelos
africanos, mas pela sua existência com certa facilidade em regiões
litorâneas, é possível que já existisse no Brasil.
Este Orixá não tem qualidades, é conhecido na angola como maianga ou
maiongá.
Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da
terra (Odudua) aos homens. Existe desde o princípio dos tempos e a tudo
assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá.
Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos
dizem que Iroko é o cajado de Odudua, a Terra, que através dele ensina
aos homens o sentido da vida.
É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na
permanência. O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da
eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde
que saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido, nos
candomblés como "Tempo", embora esta seja uma designação própria do rito
angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a primeira árvore nascida,
foi Iroco. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para
o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas que passavam.
Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos
ocos de seu tronco. Um dia, as mulheres de uma aldeia próxima ficaram
todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram Iroko e pediram
fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso
abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para
receber os frutos. As mulheres concordaram e prometeram muitos
presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho,
prometeu dar a Iroko esta criança. Quando engravidaram, as mulheres
foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança,
pois ela amava muito o filhinho.
Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a criança brincava ao
redor dele e a raptou. Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou
a mulher de sua promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera
caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher, desesperada,
procurou o babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer
um boneco de madeira com as feições de uma criança, banhasse com
determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse a
criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas
gameleiras brancas o bebe de Iroko, repousando deitado em seus galhos.
Em sua copa vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés (feiticeiras) da
floresta.
Numero: 11
Símbolo: Ferro (representando as direções do tempo)
Cor: verde/marrom
Dia da semana: Quinta-Feira
Comida: inhame, carneiro
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