terça-feira, 26 de abril de 2011
FILME O MILAGRE DA CABANA
Sinopse:
Esta é a dramática história de Lilly, uma forte mulher, que ainda jovem teve seu bebê arrancado de seus braços. Além do sofrimento de perder seu filho, ter um marido contrabandista que a explorava, e ser abandonada em um hospital como louca, ela não possuia mais a confiança de ninguém. Em meio a tudo isto, uma velha amiga lhe estendeu a mão e lhe deu um lugar para morar e se refugiar de seu marido e de todos os que a desejavam mal. Mesmo após anos longe do seu filho, e de ter como única recordação a sua imagem ainda bebê, Lilly não deixou de amá-lo, e cultivou a esperança de um dia ter o seu bem mais precioso de volta aos seus braços. Milagre na Cabana é uma história que nos ensina a cultivar a esperança e a nos manter firmes na fé acima de qualquer adversidade.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
O AUXÍLIO DOS ESPÍRITOS NA VIDA MATERIAL
Certos presidentes de sessões e muitos espíritos, com rigorismo impiedoso, respondem que o espiritismo não tem por fim arranjar ou concertar a vida e, seguidamente, nos trabalhos os guias assinalam, aborrecendo-se, que os pensamentos dos ambiciosos, ou dos premidos por necessidades materiais, perturbam, e até viciam o ambiente.
Mas, em geral, os guias, mesmo quando não o confessam, ajudam, materialmente, a quem lhes pede socorro dessa natureza, em horas de amargura.
Eu, na minha insignificância, pessoalmente considero legítimos tais apelos. Somo criaturas materiais, devemos fazer a nossa evolução espiritual através de óbices materiais, num mundo material, e os espíritos incumbidos de nossa proteção, realmente pouco a exerceriam se não nos ajudassem a remover e dominar esses empecilhos de ordem material.
Perguntou o Sr Allan Kardec ao seu guia se não o auxiliava na vida material. Contestou-lhe o iluminado que, não ajudá-lo, seria não amá-lo, acrescentando que o fazia sem que ele o percebesse, para não lhe tirar o merecimento da vitória na luta contra a adversidade.
Se assim era com o Sr. Allan Kardec, assim deve ser com as outras criaturas, e como estas não possuem, geralmente, o adiantamento do codificador do espiritismo, são mais diretos e veementes os seus apelos e menos discretos os favores com que as auxiliam os espíritos.
O fato positivo é que os espíritos ajudam, quando podem, os homens a vencer as cruezas da vida e quando estas representam a fatalidade inevitável de um destino, isto é, são uma prova, buscam suavizá-la, carinhosamente, amparando, com o escudo da fé, a quem a sofre.
do livro:O ESPIRITISMO,A MAGIA E AS SETE LINHAS
SANTO ANTONIO DE PEMBA
Antonio, que largou tudo pelo sacerdócio da caridade e luta justa pelos valores dos humanos, seja o padre, ou o padeiro, o padre que alimentava seus fiéis pela palavra de Deus ou o padeiro que matava a fome dos pobrezinhos da aldeia de Pádua.
Antonio, que quando vivo já era um Santo para o povo, após sua passagem se transforma em Santo Antonio Milagreiro. Santo Antonio de Pemba, na Umbanda, que é o Patrono de Exú, que rege as legiões desses espíritos guerreiros e mensageiros dos Anjos Superiores (orixás), que preside as batalhas navais e terrestres.
Santo Antonio que protege as pessoas dos espíritos malignos e que traz o que estava perdido. Zé pelintra do Catimbó, ora muito a Santo Antonio.
Em uma das suas cantigas, pergunta-se:
- Zé Pelintra, cadê Santo Antonio;
Estava rezando e fazendo oração;
Santo Antonio que gira e retira, que quebra as demandas de toda a nação.
E assim, Zé Pelintra, invoca ao Santo, trazendo sua força, inspiração e proteção à Umbanda e aos seus filhos de fé.
Salve Santo Antonio
Entre Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pemba há muita diferença.
Como o número de escravos era superior ao dos fidalgos, erigiu-se em cada fazenda uma capela com o Santo da devoção dos Senhores ou Sinhás das fazendas, onde um Sacerdote da Igreja Católica fazia seus ofícios religiosos.
Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos.
-O primeiro porque tinham que acompanhar o credo católico;
-o segundo para ludibriar a boa fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o seu culto africano;
-e o terceiro porque faziam suas festas com fogo, como fogueiras, etc., e o dono do fogo é Exu.
O dia de Santo Antônio de Pemba é 13 de junho, razão pela qual a Umbanda comemora nesta data o dia de Exu.
OS SETE SORRISOS DE UM PRETO-VELHO
Num cantinho de uma terreiro sentado num banquinho pitando o seu cachimbo um alegre Preto-Velho sorria, os seus olhos brilhavam em sua face com tanta ternura e alegria. Foram sete sorrisos onde na incontida vontade de saber o motivo me aproximei e o interroguei , fala meu Preto Velho diz ao seu filho o porque externa assim uma visível alegria?
E ele suavemente se levantou do seu banquinho e me levou para fora da casa e me respondeu. É para aquele que no caminho de sua vida procurou e aprendeu.
O primeiro dei para aquela pessoa que verdadeiramente buscou Jesus Cristo e o pôs em seu coração.
O segundo dei para aquela pessoa que busca a verdadeira paz a si e aos de mais em sua volta.
O terceiro dei para aquela pessoa que verdadeiramente sacrificou-se deixando muitas vezes de viver para se dedicar ao seu próximo.
O quarto dei para aquela pessoa que teve a humildade de reconhecer os seus erros que vinha praticando em sua vida e procurando se aperfeiçoar errando menos e acertando mais.
O quinto dei para aquela pessoa que procura perdoar e busca sempre a verdade.
O sexto dei para aquela pessoa que da o valor a tudo e a todos na sua vida e sempre agradecendo ao senhor seu Deus.
O sétimo vai para aquela pessoa que agradece todos os dias de sua vida a sua existência no universo e procura enxergar a grandeza da criação em que pertence...............
E assim Meu Filho eu vim aqui sorrindo para cada uma dessas pessoas, onde vistes.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Filme Rei dos Reis (King.of.Kings) -
SINOPSE:
A vida de Cristo contada com rigor histórico. Da manjedoura em que nasceu na cidade de Belém para a adoração de milhares de fiéis espalhados pelo mundo, a vida de Jesus Cristo (interpretado por Jeffrey Hunter) foi inegavelmente repleta de grandes acontecimentos. Acompanhe em O Rei dos Reis, dirigido por Nicholas Ray e escrito por Philip Yordan - adaptado de nada menos que o Novo Testamento. Você verá seus milagres, os pilares da construção de sua igreja, a escolha dos Doze Apóstolos, a última ceia, a traição de Judas (Rip Torn), o humilhante julgamento em praça pública conduzido por Pôncio Pilatos (Hurd Hatfield), a crucificação e a ressurreição. Para os cristãos, a chance de ver seu líder espiritual. Para toda a humanidade, a oportunidade de aprender mais sobre a vida de um dos ícones religiosos mais importantes da História, reconhecido como espírito valoroso independentemente da religião. O Rei dos Reis tem música do vencedor do Oscar® Miklos Rozsa e narração de Orson Welles.
A vida de Cristo contada com rigor histórico. Da manjedoura em que nasceu na cidade de Belém para a adoração de milhares de fiéis espalhados pelo mundo, a vida de Jesus Cristo (interpretado por Jeffrey Hunter) foi inegavelmente repleta de grandes acontecimentos. Acompanhe em O Rei dos Reis, dirigido por Nicholas Ray e escrito por Philip Yordan - adaptado de nada menos que o Novo Testamento. Você verá seus milagres, os pilares da construção de sua igreja, a escolha dos Doze Apóstolos, a última ceia, a traição de Judas (Rip Torn), o humilhante julgamento em praça pública conduzido por Pôncio Pilatos (Hurd Hatfield), a crucificação e a ressurreição. Para os cristãos, a chance de ver seu líder espiritual. Para toda a humanidade, a oportunidade de aprender mais sobre a vida de um dos ícones religiosos mais importantes da História, reconhecido como espírito valoroso independentemente da religião. O Rei dos Reis tem música do vencedor do Oscar® Miklos Rozsa e narração de Orson Welles.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Livro Vampirismo por J. Herculano
Vivendo no plano extrafísico, os vampiros agem sobre nós por indução mental e afetiva. Induzem-nos a fazer o que desejam e que não podem fazer por si mesmos.
Quanto mais os obedecemos, mais submissos nos tornamos. Este livro nos mostra que a resistência ao "Vampiro" é um momento decisivo da nossa vida. Nesse momento é que se revela na prática o nosso livre-arbítrio, a nossa liberdade individual, a nossa capacidade de querer e fazer.
CLIQUE EMCIMADO LIVRO ABAIXO PARA VISUALIZAR EM TELA CHEIA. BOA LEITURA.
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Livro Espiritualidade X Ego, por Gideon dos Lakotas
Resenha:
Todo homem é parte do GRANDE MISTÉRIO e disto ninguém escapa.
O poder dos pensamentos que tem e das palavras que proferem são força que constituem os centros de atração das freqüências semelhantes que se materializam na medida da vontade e desejo que tenha.
Simples assim querido!
Eu te ofereço a “liberdade”
CLIQUE EMCIMA DO LIVRO ABAIXO PARA VISUALIZAR EM TELA CHEIA. BOA LEITURA
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segunda-feira, 18 de abril de 2011
Filme A BELA VERDE ( LA BELLE VERTE) - LEGENDADO
Sinopse:
Filme francês que nos passa uma bela mensagem de fraternidade. Alguns personagens de outra raça de humanos mais evoluída em outro planeta vem visitar seus “loucos irmãos” e causam revertério nas pessoas com quem falam, “despertando” elas para espiritualidade. Várias críticas muito bem colocadas ao sistema capitalista e à sociedade egoísta na qual vivemos.
Documentário A Era da Estupidez
Sinopse:
"A Era da Estupidez" mostra a que ponto chegou a destruição ambiental no mundo e alerta para a responsabilidade de cada indivíduo em impedir a anunciada catástrofe global. Misturando documentário e ficção, o filme é estrelado pelo ator indicado ao Oscar, Pete Postlethwaite, que interpreta um velho sobrevivente no devastado mundo de 2055. Ao analisar cenas das muitas tragédias ambientais ocorridas no início do século 21, ele se pergunta por que os seres humanos não se salvaram quando ainda tinham a chance.
Filme Sócrates o Filósofo
Sinopse
Com direção do mestre italiano Roberto Rossellini (Roma, Cidade Aberta), esta superprodução européia é a cinebiografia de Sócrates (470 - 333 a.C.), um dos maiores filósofos da Humanidade. Este DVD traz ainda um revelador depoimento de Roberto Bolzani, professor de Filosofia (USP) e especialista em filosofia socrática. Rossellini mostra o final da vida de Sócrates, em especial seu julgamento e sua condenação à morte, com destaque para os célebres diálogos socráticos: "Apologia", discurso de defesa do filósofo; "Críton", em que um dos seus discípulos tenta convencê-lo a fugir da prisão; e "Fédon", com seus últimos ensinamentos antes de tomar a cicuta. Inédito no Brasil, Sócrates é mais uma aula de cinema de Rossellini e um programa obrigatório para os interessados em Filosofia
domingo, 17 de abril de 2011
Santuario de Nossa Senhora do Rosário de Fatima em tempo real
Clique na imagem acima e veja em tempo real o Santuario de Nossa Senhora do Rosário de Fátima em Portugal
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Santuario de Nossa Senhora do Rosário de Fátima
Por que é importante sabermos que o termo Umbanda, como culto ou religião, pertence ao Caboclo das Sete Encruzilhadas.
A importância da divulgação desse tema se prende a fatores que, embora possam parecer fúteis, a uma primeira vista, (e apenas a uma primeira vista) na verdade coloca freios em muita gente que insiste que faz Umbanda e que, além de não conhecer suas origens, nada faz de Umbanda – é isso que incomoda e faz com que muitos tentem minimizar ou até mesmo desqualificar a importância que Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas têm para o que ele chamou Umbanda.
- 1º Ponto: Nunca, ninguém havia chamado de Umbanda a nenhum tipo de culto anteriormente. O que tentam fazer hoje é aproximar o termo embanda (afro) que quer dizer curandeiro para uns (e chefe de culto para outros) e não algum tipo de culto como esse que o Caboclo chamou Umbanda – o culto;
- 2º Ponto: O Caboclo deixou algumas informações precisas sobre o que seria Umbanda, e isso é o que incomoda mais porque, se observarmos essas diretrizes, aí sim, veremos que alguns grupamentos não poderiam se chamar de Umbanda, o que leva alguns outros a “desconhecerem”, muito propositalmente, o texto que será apresentado abaixo e chegarem a dizer que o que o Caboclo fez foi apenas uma “socialização” do que já havia antes, o que, para qualquer um que saiba ler (e nem precisa interpretar) vai perceber que não poderia ser.
Vamos ver o que o Caboclo nos deixou de informações sobre o culto que ele mesmo diria – “iniciar-se naquele dia”. Preste atenção porque aqui se define o que é a Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas (palavras do Caboclo):
“Aqui inicia-se um novo culto em que os Espíritos de Pretos-Velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como Mestre Supremo Cristo”
Percebemos então, nestes 03 trechos que:
- Esse era um novo culto – O Caboclo afirmou ser um novo culto e não uma corruptela de algo já existente;
- Que esse novo culto se distanciava das seitas negras deturpadas e dirigidas para a feitiçaria, porque os próprios Pretos-Velhos africanos e os índios nativos de nossa terra (os chamados Caboclos) não encontravam campo de ação (possibilidade de trabalharem) nesses grupamentos – Isso era o que existia antes e era disso que Umbanda, então criada, deveria se distanciar.
- Esse seria um culto embasado no Evangelho de Jesus, reconhecendo-o, inclusive, como “MESTRE SUPREMO”.
Por que eu lhe afirmo que divulgar isso, inclusive até mesmo a existência de Zélio e do Caboclo, não se torna interessante para uma grande parte?
Porque, após a criação e não socialização ou codificação do que já existia, muitos dos inúmeros grupamentos já existentes, (como acontece até hoje), passaram a se autodenominar Umbanda, mesmo passando por cima desses preceitos deixados pelo Caboclo, criando-se então, a confusão que encontramos hoje, inclusive com alguns afirmando que a Umbanda tem que se afastar dos ensinamentos cristãos e abraçar mais os fundamentos afro.... Mas como isso poderia ser, se a Umbanda foi criada em cima de bases cristãs?
O que se percebe então? Percebe-se que há um movimento deturpatório do que foi deixado pelo CDSE (Caboclo das Sete Encruzilhadas), em função das “vontades” daqueles que resolveram ir fazer cabeça no Candomblé e depois vieram “bater Umbanda”, como gostam de dizer. Ora... bater Umbanda, como se Umbanda fosse Candomblé? Em Candomblé sim, “se bate para os Orixás” porque os Xirês são nada mais do que festividades, toques, como também chamam em louvor aos Orixás e nunca foram Giras de Caridade.
Todos os atendimentos em Candomblés de raiz só são feitos pelo Babalorixá ou Yalorixá e através dos jogos de búzios, opelês (em menor quantidade) e obís. Não há consultas dentro dos Xirês e, nos que hoje há, é porque já se modificaram e se distanciaram de suas raízes, até porque, quem bate papo e dá consultas são os eguns ou catiços, como são chamados alguns tipos de Caboclos e entidades intermediárias. E vejam que até hoje, os Pretos-Velhos, que seriam remanescentes dessa mesma crença, por “terem sido escravos, negros e africanos” ainda não são aceitos na maioria dos Candomblés. Alguns aceitaram alguns Caboclos porque muitos ainda crêem que eles também são encantados.
Minimizar, ou não divulgar o que era a verdadeira Umbanda, a de raiz, a do Caboclo das Sete Encruzilhadas é, e sempre será importante para os que têm medo da verdade e pretendem abrir Terreiros com fundamentos estranhos, de matanças, feitiçarias, amarrações, etc., e se anunciarem como Umbanda.
No meu entender, o mais honesto seria que cada grupamento que hoje se diz apenas de Umbanda, se intitulasse, como outros que já o fazem, por exemplo: Umbanda Omolocô, Umbanda Cabula, Esotérica, de Angola e outras mais, já que fogem às Regras básicas que o Caboclo deixou para o seu novo culto (ou seja: não são de bases cristãs), para não deixarem aqueles que nada entendem disso sem saberem, afinal, a que tipo de Umbanda estão adentrando.
O que essas pessoas têm que colocar na cabeça é que o nome Umbanda, como culto, pertence ao Caboclo Sete Encruzilhadas (ainda que ele não a tenha registrado) e mesmo eu ou você, que praticamos a Umbanda Traçada (que é diferente da Umbandomblé embora muitos confundam), temos que reconhecer que não seguimos a linha doutrinária determinada pelo Caboclo Sete Encruzilhadas – Umbanda com base totalmente cristã – o que não nos tira qualquer valor ou mérito, já que os objetivos finais – Caridade e Amor Fraterno – também são buscados, apenas por caminhos diferentes.
O que essas pessoas têm que pôr na cabeça é que devem assumir o tipo ou subgrupo de Umbanda que seguem e, jamais quererem mudar o principal da Umbanda que é a fé, a caridade, o amor ao próximo e, principalmente, também devem assumir que, se estão ligados a Espíritos e encarnados que só sabem fazer feitiçarias, mandingas, amarrações, intrigas, então, nem o nome Umbanda deveria ser usado em seus cultos, já que, desde a criação, isso foi contrariado pelo Caboclo.
Escrevi acima que Umbanda Traçada é diferente de Umbandomblé e, para muitos, isso pode parecer estranho, mas não é. Acontece que existem, generalizando, três tipos de Umbanda e as explico abaixo:
- Umbanda: A que foi criada pelo Caboclo Sete Encruzilhadas, com bases claramente cristãs – até os Terreiros que foram criados pelo Caboclo tinham nomes de Santos católicos. Os praticantes dessa Umbanda não admitiam (e acho que ainda não admitem) bebidas ou atabaques em seus rituais. Quando muito, o fumo das entidades;
Nota do autor: Essa Umbanda também conhecida como: LINHA BRANCA DE UMBANDA OU UMBANDA TRADICIONAL – Oriunda do Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestado no médium Zélio Fernandino de Moraes que lançou as bases da Religião Cristã de Umbanda, com doutrina baseada na caridade cristã sem fins pecuniários e na doutrina dos Evangelhos. Tem muita proximidade com o kardecismo e como catolicismo. Não tinha sujeição a Orixás, atabaques, feituras de santo, adereços e nenhuma influência dos culto-afros.
Todas as outras ramificações guardam vínculos com a Linha Branca de Umbanda do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Leal de Souza dirigia a Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, uma das filiais que formam o septo de casas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, relatou ao Jornal de Umbanda, na edição de Outubro de 1952, que coubera ao Caboclo das Sete Encruzilhadas a incumbência de organizar a “Linha Branca de Umbanda”, seguindo as determinações dos “Guias Superiores” que regem o planeta.
Leal de Souza, em seu livro “O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS SETE LINHAS DE UMBANDA – 1933” escreveu:
“A Linha Branca de Umbanda e Demanda tem o seu fundamento no exemplo de Jesus...”
“O objetivo da Linha Branca de Umbanda e Demanda é a prática da caridade, libertando de obsessões, curando as moléstias de origem ou ligação espiritual, desmanchando os trabalhos de Magia negra, e preparando um ambiente favorável a operosidade de seus adeptos...”
“Para dar desempenho a sua missão na Terra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou quatro Tendas em Niterói e nesta cidade, e outras fora das duas capitais, e todas da Linha Branca de Umbanda e Demanda...”
“A Linha Branca de Umbanda e Demanda está perfeitamente enquadrada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codificador, nada se encontra susceptível de condená-la...”
“E o amor de Deus e a prática do bem são a divisa da Linha Branca de Umbanda e Demanda”.
Este termo foi realçado no 1º Congresso Nacional de Umbanda sob o título: “INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LINHA BRANCA DE UMBANDA” – Memória apresentada pela Cabana de Pai Thomé do Senhor do Bonfim, na sessão de 26 de Outubro de 1941, pelo seu Delegado Sr. Josué Mendes. Visava o estudo aprofundado da temática mediúnica, bem como diferenciar as práticas umbandistas tradicionais das práticas emergentes onde a mistura de culto-afros com Umbanda já se fazia presente. Com isso, a partir daí, toda prática umbandista distanciada de ritualísticas afros, baixas magias, despachos para o mal, etc., e aproximada das práticas cristãs, vestuário branco, orações, desobsessão, etc., era rotulada pelo povo de “Umbanda Branca”.
Com tudo isso, a partir daí, diferenciando as práticas de baixo espiritismo, fetichismo, totemismo, feitiçarias, macumbarias e qualquer sorte de malefícios, o povo passou a classificar as práticas de Umbanda voltadas a caridade, evangelização, desobsessão, bênçãos, desmanches de magias negras, etc., como práticas da “Umbanda Branca”. Esse termo ficou plantado na mente do povo como designativo de Umbanda voltada ao amor e a Espiritualidade Superior. Até hoje, 2009, quando muitos assistidos entram num Templo Umbandista, imediatamente perguntam: Aqui é Umbanda Branca?
Hoje, observamos muito irmãos umbandistas se apegarem ao fato de quem se intitular praticante da “Umbanda Branca” está sendo preconceituoso, pois, jocosamente, dizem não existir também Umbanda vermelha, Umbanda verde, etc. Esqueceram-se o fato importante, de muito indivíduos abrirem suas casas com o nome de Umbanda, mas praticam cultos estranhos, distanciados no Evangelho Redentor. Por isso, para diferenciar a Umbanda original das práticas estranhas, com doutrinas, magias, crenças e rituais que nada aproximavam no preconizado por Nosso Senhor Jesus Cristo, defendido pelo Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas e seus seguidores, se intitulava, de “Linha Branca de Umbanda”.
Não adianta querermos tapar o Sol com a peneira; somos sabedores da existência de muito Terreiros que se denominam de Umbanda, mas estão largamente distanciados da linha mestra.
Portanto o termo “Umbanda Branca” foi e é usado pelo povo, para saberem se o local que estão entrando, prática Magia Branca. É só isso.
- Umbanda Traçada: A que admitiu (a princípio ou posteriormente) a presença (como trabalhadores) dos Exus e Pomba Giras, personagens da Quimbanda que eram até temidos no início e hoje já viraram Guardiões, e outras entidades intermediárias, trabalhadores de excelente performance, sempre visando a caridade, porque, se assim não for, não podem se considerar Umbanda. É chamada de Traçada ou Cruzada porque nela existe o cruzamento (ou entrelaçamento) de dois tipos de trabalhadores: os de Umbanda (Caboclos - índios nativos - e Pretos Velhos) e os de Quimbanda (Exus, Pomba Giras, Bugres, malandros, etc.);
Nota do autor: Essa Umbanda nós conhecemos como: Umbanda Traçada, Mista ou Cruzada – Tem influência do Catimbó, do sincretismo e suas práticas. Faz uso indiscriminado de oferendas, despachos e algumas casas, de bebidas alcoólicas. Sem cunho e estudo doutrinário próprio. Tem o uso de atabaques e/ou tambores. Largo uso de roupagens coloridas, adereços, danças e festas (internas e externas). Tem muita proximidade com os trabalhos da Umbanda Popular.
- Umbandomblé: Todas as Umbandas que praticam em seus cultos, os ritos absorvidos dos Candomblés, seja de que nação forem. Nessas Umbandas há “toques” para Orixás, costumam usar brajás ao invés de guias, recolhem “filhos de santo”, usam quelês, sacrificam e colocam “oxu” nos oris de seus adeptos ... e por aí vai. O que as assemelha à Umbanda original e as afasta do Candomblé de raiz é o trabalho com entidades tipo Pretos-Velhos e Caboclos e mesmo Exus infiltrados (porque esses não são os Orixás-Exu das nações) que vêm, ...... aí sim, trabalhar para a caridade.
As Umbandas Traçadas ou Cruzadas não absorveram, necessariamente, ritos e práticas afro, e essa é a grande diferença delas para a Umbandomblé. Algumas até absorveram mais algumas entidades de Catimbó e outros grupamentos de raízes nordestinas e outras ainda, preferiram “cruzar” seus ensinamentos com os dos “Mestres Orientais”. Eu colocaria ainda, como subgrupo das Umbandas Traçadas ou Cruzadas, as Umbandas Esotéricas e mesmo as Iniciáticas, já que nelas, além dos trabalhos com as entidades já citadas, existe a adaptação de ensinamentos e até mesmo de entidades tidas como “orientais” e sábios de outras nações que não as africanas. E diria mais ainda: Em termos de abertura para novas aprendizagens, a Umbanda Traçada é a que mais se encontra nessa posição, já que as outras duas tendem a se prender muito em suas raízes (ou cristãs, ou afro) e desmerecerem alguns dos conhecimentos mais modernos que nos chegam através de outras correntes de Espíritos e mesmo da ciência.
Que isso não seja tomado como desmerecimento para qualquer tipo de Umbanda, pois, guardadas as devidas proporções e se o culto visa à caridade, o amor fraterno e a fé, então todas têm em si a semente de Umbanda, ainda que não seja exatamente a que o CDSE criou. Agora, se alguém cria um agrupamento para misturarem cultos “ao deus dará”, explorar a caridade, impingir medos aos seus seguidores, sair matando cães e gatos pra saciar suas sedes de sangue e de impressionismo... aí, pelo amor de Deus, ....... isso não pode ser chamado de Umbanda!!! Custa muito às diversas Umbandas se identificarem por suas raízes ou suas doutrinas para que nem tudo seja apenas Umbanda? Vão ficar menos Umbanda por causa disto? Vamos a um raciocínio?
Imaginemos que você que agora me lê, através de uma entidade ou não, venha a criar amanhã, um novo culto espiritualista, digamos... ALABANDA, e nos diz que este será um novo culto que só fará trabalhos através dos Ciganos e Boiadeiros, por exemplo, e também será voltado exclusivamente para as práticas Ciganas e a Magia dos Boiadeiros. Depois de alguns anos você vê que alguns outros grupos passaram a se autodenominar ALABANDA, trabalham com mineiros, com Orixás de Nação e suas “obrigações”, com Exus, Caboclos, Pretos-Velhos, Baianos, malandros, tentam decifrar o que seria ALABANDA, mas não ousam perguntar a você, que foi o (a) criador (a), o que seria, e ainda por cima, depois disso tudo ainda começam a discutir porque acham que Alabanda deveria “voltar às raízes afro” já que os “Orixás” são afro.
O que você diria, honestamente? Foi isso o que aconteceu com a Umbanda criada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Não seria melhor que cada Alabanda dessas que se formou após, se identificasse convenientemente? Eis aí o porquê de, desde muitos anos atrás (isso não é de hoje), já se falar de codificação de Umbanda e até hoje, ninguém saber exatamente qual das Umbandas se vai codificar – todas, não dá mesmo!
De minha parte posso lhes dizer que a Umbanda que eu pratico é totalmente Cruzada e praticamente nada nela existe de Ritual de Nação Afro, embora tenha que conhecer alguns fundamentos para casos em que certos problemas mediúnicos tenham origem em entidades específicas. Talvez a melhor descrição para ela seria de Umbanda Aberta. Sempre aberta para melhores conhecimentos e aprimoramentos ritualísticos que realmente possam ter fundamento, venham de onde vierem.
(Cláudio Zeus, em seu livro: “UMBANDA SEM MEDO”)
São palavras textuais de Zélio Fernandino de Moraes o iniciador da Umbanda no Brasil:
- O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer para fortificar a minha mediunidade.
- O Caboclo das Sete Encruzilhadas não admitia atabaques e nem mesmo palmas nas sessões. Apenas os cânticos, muito firmes e ritmados, para a incorporação dos Guias e a manutenção da corrente vibratória.
- Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês não são aceitos nos Templos que seguem a sua orientação. O uniforme é branco, de tecido simples.
- As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Não é a quantidade de guias o que dá força ao médium.
- Os banhos de ervas, os amacis, as concentrações nos ambientes da Natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação do médium. E são severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir a sua missão mediúnica.
Umbanda Cristã:
- Umbanda praticada sem atabaques e sem palmas (embora algumas casas umbandistas cristãs ainda fazem uso de atabaques, por influência da Umbanda popular), sem roupagens coloridas ou qualquer tipo de adereços externos, tipo: cocares, chapéus, coroas, arcos, tacapes, tridentes, etc. (algumas casas umbandistas cristãs fazem uso de adereços, mas de forma discreta, sem alarde ou mesmo espalhafatos).
- Abomina o sacrifício de animais.
- Toda calcada no Evangelho Redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo, Reforma Íntima, Descarregos (desobsessão) e na prática caritativa sem fins pecuniários. Incentiva o estudo e a realização do Evangelho no lar.
- Aceita os Sagrados Orixás, não como deuses, mas sim como denominações humanas para os Poderes Reinantes do Divino Criador, a própria Natureza em si.
- Aceita alguns Santos Católicos e seus ensinamentos.
- Aceita a Codificiação Kardequiana e alguns Espíritos militantes no Kardecismo e seus ensinamentos.
- Restringe o uso indiscriminado de oferendas, despachos e bebidas alcoólicas.
- Faz largo uso de defumações, cachimbos, amacis e banhos ritualísticos em sua liturgia.
- Promove concentrações nos sítios vibratórios da Natureza, para captação de energias sublimes.
- Dá ênfase à realização de rezas e orações.
- Incentiva o estudo e promove o desenvolvimento doutrinário.
- Atua mediunicamente com:
Linha dos Caboclos de Pena (Força indígena – arquétipos de silvícolas) e suas Falanges auxiliares: Falange dos Caboclos de Couro (arquétipos de Cafuzos – Boiadeiros), e a Falange dos Caboclos D´agua (arquétipos de Mamelucos – Marinheiros).
Linha dos Pretos-Velhos (Força Africana – arquétipos de negros) e sua Falange auxiliar: Falange dos Baianos (arquétipo de Mulatos – Povo-do-Santo).
Linha das Crianças.
Linha (arquetípica) do Oriente e sua Falange auxiliar: Falange (arquétipica) dos Ciganos.
Legião arquetípica dos Guardiões.
Corrente das Sereias.
Linha e Falange são as que se manifestam mediunicamente, trabalhando em atendimentos. Legião é a que manifestasse mediunicamente em trabalhos de defesa. Corrente é a que manifestasse mediunicamente, mas não procedem a consultas.
Alguns apregoam que a Umbanda é afro-descendente? Vejamos:
- Antes de se ter conhecimento da Umbanda como formação religiosa, já existia as mesmas manifestações mediúnicas de Espíritos regionalizados utilizando ritualísticas idênticas a Umbanda, mas com a denominação de Catimbó ou mesmo culto da Jurema, que já eram cultos mediúnicos miscigenados de uma Pajelança deturpada com o catolicismo e pitadas de bruxaria Ibérica.
- No Rio de Janeiro, antes de 1908, existiam pequenos grupamentos mediúnicos praticando magias do sertão (Catimbó), ou mesmo práticas de cultos africanos desordenados, conhecidos pelo povo como “Macumbas”. Ainda não existia um movimento religioso chamado Umbanda.
- O termo Umbanda foi anunciado pela primeira vez, em 1908, através da mediunidade de um menino de 16 anos (Zélio Fernandino de Morais) de formação católica. O que esse menino sabia de africanismo? O que esse menino entendia do culto-afros ou mesmo da Macumba?
- A primeira manifestação mediúnica de um Guia Espiritual, utilizando o termo “Umbanda”, foi de um padre jesuíta (Gabriel Malagrida), que reencarnou no Brasil como índio, o Caboclo das Sete Encruzilhadas – um Caboclo de Pena, ou seja, na forma de apresentação de um silvícola, a mando de um Santo (Santo Agostinho).
- Na mesma noite, 16 de novembro de 1908, apresentou-se através da mediunidade de Zélio, um Guia Espiritual, apresentando-se como Pai Antonio. Estava ai, a sacralização de um representante “africano” na Umbanda, mas, um representante africano cristão.
- A formação da Religião Cristã Umbanda, por determinação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, deu-se totalmente ao contrário do que apregoava a Macumba e outros cultos de matizes africanas, ou seja: Não haveria matanças de animais – não haveria bater de tambores (atabaques) – não haveria cobranças – não haveria saias com rendas e lamês e nem capacetes de penas – o desenvolvimento do médium seria a par das idas aos pontos de forças da Natureza, aplicação de Amacis, e a prática da Evangelização contumaz, tendo Jesus como o Mestre Supremo. A Umbanda é cristã; os cultos afros não são cristãos.
- Segundo estudos efetuados pelo antropólogo da USP, Sr. Reginal Prandi que apresentaremos logo a seguir, o Candomblé estruturado surgiu muito tempo depois da Umbanda – “Mas o Candomblé somente se disseminou pelo Brasil muito tempo depois da difusão da Umbanda”. Como pode então a Religião Cristã de Umbanda ser um subproduto do Candomblé?
Portanto, somente com estes dados, poderemos confirmar que a Umbanda é brasileiríssima, mas é uma Religião Cristã formada pelo pluralismo religioso, hibrida, ou seja, a mais universalista de todas, pois aceita em seus postulados, tudo o que for de bom que existe em outras religiões, sejam eles de onde forem. Os que dizem que Umbanda é de afro-descendente, não encontram base alguma para tal dissertativa.
Somente se apegam ao fato de que se os Umbandistas cultuam os Sagrados Orixás, pois apregoam que estes são de matizes africanas, mas se esquecem que Orixás são Poderes de Deus, e portanto, os Poderes de Deus não pertencem à nenhuma cultura terrena.
Os nomes dos Orixás são de origem africana, mas o que eles representam na realidade, não tem pátria e muito menos credo religioso. São as religiões que adotam os Sagrados Orixás como suas Hierarquias Superiores. Nós Umbandistas, adotamos essas Hierarquias, e aceitamos os nomes africanos dos Sagrados Orixás, pois não haveria razão de se criar outros nomes, pois os mesmos já se encontravam plantados em 378 anos de escravidão e tinha a aceitação de todos; mas temos toda uma cosmogonia própria explicativa do que sejam esses Orixás.
Lembre-se que são Poderes Reinantes do Divino Criador, cujos nomes foram dados pelos humanos; isso não quer dizer que essas hierarquias tenham nascido ou sido criados em solo africano. Somos sabedores que os Poderes Reinantes do Divino Criador sempre estiveram presentes na Terra, em diversas culturas e religiões, e nessas culturas foram dados nomes diferentes a Eles, mas essas Hierarquias Superiores sempre foram e sempre serão as mesmas.
Outros se apegam ao fato de que na maioria dos Templos Umbandistas, utiliza-se de elementos pertencentes aos cultos afros, como atabaques, agogôs, ganzás, adjás, saias rendadas e algumas ritualísticas e liturgias, que se forem bem analisadas, fogem às orientações dadas pelo iniciador da Religião Cristã de Umbanda, o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Pela ignorância cultural de muitos dirigentes, alguns apetrechos e ritualísticas pertencentes aos cultos afros foram praticamente “empurrados” para a Umbanda, a pecha de tradição, o que sabemos não ser verdade. Infelizmente, hoje ainda, faz-se presente dentro da Umbanda, apetrechos, ritualísticas, liturgias e outras coisinhas mais, pertencentes a outras religiões e filosofias, e sabemos que não tem nada há ver com a Doutrina Umbandista.
Ainda existe outro fator preponderante, onde dentro da maioria dos Templos Umbandistas, ainda se faz uso de certas saudações e termos em Yorubá, sendo que sabemos que a grande maioria dos dirigentes umbandistas nem sabem ao certo o que quer dizer. Dizem que é tradição, por que sempre ouviram outros dizerem. Temos que abolir tais práticas por não fazerem parte efetiva da nossa doutrina. Este é mais um “pezinho” para muitos dizerem que a Umbanda é afro-descendente (as religiões afro-descendentes existente no Brasil são os vários Candomblés).
Chegamos a algumas conclusões:
- A Umbanda, embora ainda, sem doutrina própria, chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o amor universal, a imortalidade da alma, a vida futura e a reencarnação, consagrando-se como uma verdadeira religião de caráter nacional brasileiro.
- A Umbanda é uma religião cristã e em suas origens, nascida, fundamentada e propagada em solo brasileiro, alicerçada em tudo o que é positivo de todas as religiões planetárias existentes e não mais existentes. Como prática religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil. Do Espiritismo absorveu o estudo sistemático da mediunidade e dos Espíritos. Do catolicismo absorveu a crença em Jesus, nos Santos, Anjos e sacramentos. Dos culto-afros absorveu os Sagrados Orixás, a temática de oferendas, despachos e alguns Terreiros, o atabaque e algum tipo de oráculo. Dos cultos indígenas, a Pajelança, o uso das ervas e do fumo, o respeito a Terra e tudo o que ela possui e, finalmente, do ocultismo e orientalismo toda a gama de informações sobre o mundo oculto, mantrans, concentração, meditação, etc.
- Não podemos dizer que a Umbanda é tão somente Africana ou Indígena, ou mesmo uma ramificação destas, mas sim, ela é a mais universalista das religiões. A Umbanda é uma religião cristã, que tem em sua doutrina elementos positivos do Budismo, Hinduísmo, Confucionismo, Taoísmo, Islamismo, Evangelismo, Espiritismo, Messianismo, Catolicismo, Ocultismo, Zoroastrismo, Teosofismo, Africanismo, Indígenismo, Catimbó, etc., enfim, bem brasileira. Mas, acima de tudo, encimada, dirigida e fundamentada em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Mestre Supremo, ordenador e articulador da Umbanda e toda a sua Doutrina.
- A Umbanda, como aspiração religiosa sublimada, ainda meio estonteada por estar em seu início, sendo implantada com amor, carinho e paciência, calcada no amor, na caridade, e na benevolência, trazendo ao homem a união e que todos somos irmãos perante Deus e que devemos nos manter coesos em ideais. A Umbanda quer reviver a simplicidade e a maturidade de que basta o amor e basta à caridade. A Umbanda quer reviver os tempos em que todos se respeitavam, comungados num só pensamento que é o amor a Deus acima de todas as coisas e o amor ao próximo (Religião Primeva), vivenciando e ensinando que somos mais uma religião cristã a servir ao Pai Eterno (“Há muitas moradas na casa de meu Pai”), e que servimos a Deus de uma forma própria (“Amarás a teu Deus de todas a formas, de todo o seu coração, com todas as suas forças e de todo o seu entendimento”). A Umbanda quer reviver o respeito e a reverencia a Mãe Natureza. A Umbanda quer reviver o pensamento e a certeza de que existe um Deus só, mas que Ele se manifesta através das Suas criações, em tudo e em todos. A Umbanda somente quer que todos sejam felizes, a seus modos. Enfim, a Umbanda somente quer ser, não a melhor, mas a mais serviçal das religiões.
- A Umbanda, embora ainda, sem doutrina própria, chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o amor universal, a imortalidade da alma, a vida futura e a reencarnação, consagrando-se como uma verdadeira religião de caráter nacional brasileiro.
- A Umbanda é uma religião cristã e em suas origens, nascida, fundamentada e propagada em solo brasileiro, alicerçada em tudo o que é positivo de todas as religiões planetárias existentes e não mais existentes. Como prática religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil. Do Espiritismo absorveu o estudo sistemático da mediunidade e dos Espíritos. Do catolicismo absorveu a crença em Jesus, nos Santos, Anjos e sacramentos. Dos culto-afros absorveu os Sagrados Orixás, a temática de oferendas, despachos e alguns Terreiros, o atabaque e algum tipo de oráculo. Dos cultos indígenas, a Pajelança, o uso das ervas e do fumo, o respeito a Terra e tudo o que ela possui e, finalmente, do ocultismo e orientalismo toda a gama de informações sobre o mundo oculto, mantrans, concentração, meditação, etc.
- Não podemos dizer que a Umbanda é tão somente Africana ou Indígena, ou mesmo uma ramificação destas, mas sim, ela é a mais universalista das religiões. A Umbanda é uma religião cristã, que tem em sua doutrina elementos positivos do Budismo, Hinduísmo, Confucionismo, Taoísmo, Islamismo, Evangelismo, Espiritismo, Messianismo, Catolicismo, Ocultismo, Zoroastrismo, Teosofismo, Africanismo, Indígenismo, Catimbó, etc., enfim, bem brasileira. Mas, acima de tudo, encimada, dirigida e fundamentada em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Mestre Supremo, ordenador e articulador da Umbanda e toda a sua Doutrina.
(Trechos extraídos do livro: “Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade” – de autoria de Pai Juruá – no prelo.
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10 PASSOS PARA SE COMUNICAR COM SEU ANJO !!!!
1. ABRA ESPAÇO EM SUA VIDA PARA OS ANJOS
Os anjos moram no mundo do Espírito, o mundo do céu, no plano etérico. Nós vivemos no mundo da matéria. Anjos flutuam naturalmente para o ambiente deles. Assim, se você quer que os anjos se sintam confortável com você, precisa fazer de seu mundo, seus pensamentos, sentimentos e ambientes, mais como o deles. Para frasear a Epístola de James : Chegue perto dos anjos e eles chegarão perto de você.
Os anjos sentem-se confortáveis com pensamentos de paz e amor, e não com irritação e agressão. Você pode não deixar de pensar no motorista rude que lhe deu uma fechada, mas você pode se livrar da irritação e pode começar conversando com os anjos durante poucos minutos por dia.
Primeiro, separe-se das distrações, desligue o rádio e a televisão, entre sozinho em um quarto ou vá para o seu local favorito na natureza, imagine um anjo em sua mente, (ajuda ter uma foto ou imagem de seu anjo favorito por perto) e converse com ele.
Simplesmente fale aos anjos sobre seus problemas. Fale como se você estivesse falando com o seu melhor amigo. Seja direto e o mais especifico possível. E então escute. Esteja calado a espera dos pensamentos que os anjos colocarão em sua mente.
Não se passará muito tempo para que a sua relação com os anjos se transforme em uma espiral superior e elevado: Os anjos lhe ajudarão a se sentir mais positivo, e sentir-se positivo o trará mais perto dos anjos.
2. REZE EM VOZ ALTA
Os anjos já responderam muitos em orações não faladas ou a intensos desejos do coração. Você não tem que falar para conseguir a atenção deles, especialmente se você está em um lugar onde seria difícil e sem jeito, um lugar publico, como uma reunião empresarial ou em um ônibus. Mas você conseguirá uma resposta mais poderosa se falar com eles em voz alta.
Há poder em sua voz, o poder para criar ou destruir. Deus usou este poder quando disse, " Haja Luz". usando seu poder de falar, você pode criar mudanças em sua vida.
Existem orações faladas diferentes formas : Canções e hinos que foram usados para chamar os anjos tradicionalmente; orações estruturadas, como o Nosso Pai; e orações não estruturadas, na qual você fala os desejos mais profundos de sua alma. Você pode combinar tudo isto com " decretos " e " afirmações ".
Decretos permitem ao homem e a Deus trabalharem juntos em mudanças construtivas. São orações faladas que permitem ao homem direcionar a energia de Deus para o mundo. Afirmações, são frases curtas e poderosas como " Arcanjo o Michael, me Ajude! Me ajude! Me ajude! " que são efetivos chamando ajuda angelical.
3. USE O NOME DE DEUS
Deus está dentro de você. E quando você usa a energia Divina que está em você, para dirigir os anjos, eles podem lhe responder com todo o poder do universo.
Quando Deus falou a Moisés do arbusto ardente, ele revelou ambos seu nome - EU SOU QUE EU SOU - e a verdadeira natureza de homem. Você é o arbusto e o fogo é sua faísca Divina, o fogo que Deus dá a você como seu filho é o poder para criar em nome de Deus - e comandar os anjos.
Jesus usou o nome de Deus quando disse " EU SOU a ressurreição e a vida ". toda vez você diz " que EU SOU..., " você realmente está dizendo " Deus em mim é... " e assim trazendo para você tudo o que afirma na seqüência. Quando você diz " EU SOU Luz, " você está dizendo que Deus em você está atraindo para você mais Luz do que você já possui. Quando se afirma algo em nome de Deus, ou em nome do EU SOU O QUE EU SOU, afirmando " EU SOU ", o universo inteiro trabalha para cumprir com a sua vontade.
4. FAÇA SUAS ORAÇÕES E DECRETOS DIARIAMENTE
Os anjos estão sempre a mão. Nós é que nem sempre sabemos localiza-los. O melhor modo para ter certeza que os anjos vão responder quando você os chamar, é criar um caminho entre o seu coração e o deles, entrando em comunhão diariamente com os anjos. E o melhor modo para entrar em comunhão com os anjos, é programar uma sessão diária de orações, invocações, e afirmações. Não tem que ser muito longo, cinco minutos é um grande começo.
Michael, um mecânico, diz que os anjos o ajudam todo o tempo, e que fazer decretos diários lhe ajuda a ficar conectado com os anjos. " No fim, dos decretos, eu fico ainda mais afinado com eles, ". Quando ele decreta diariamente, sabe que os anjos responderão de imediato. Ele diz que eles normalmente lhe mostram onde achar peças perdidas, em segundos, e normalmente ajudam a diagnosticar problemas nos carros dos clientes.
Quando você reza diariamente, não só se ajuda a si mesmo, mas também ajuda pessoas que nem mesmo se conhece. Os anjos estão procurando as pessoas que regularmente invocam a luz de Deus para serem seus sócios em cura planetária. Quando eles acham estes parceiros, dirigem sua luz através deles para socorrer os que estão em perigo de doença, de crimes violentos ou desastres naturais. Assim, suas orações diárias podem fazer um mundo de diferenças.
5. PEÇA AJUDA
Até mesmo depois de estabelecer uma relação com os anjos, ainda assim, precisa se lembrar de pedir ajuda na hora em que precisar. Os anjos respeitam seu direito de liberdade de expressão. Em ocasiões raras, eles intercederão sem sua oração. Mas normalmente, eles esperam ser chamados.
Michael, (o mecânico), diz que por vezes luta por horas em um problema mecânico antes de se lembrar de invocar a ajuda dos anjos. " Eu posso passar quinze minutos tentando resolver um problema, então eu digo, ' Anjos, por favor me ajudem a resolver isto, ' e Buum ! a coisa começa, ".
6. REPITA OS DECRETOS E ORAÇÕES
Orações e decretos são mais poderosos quando você os repete. Muitos protestantes evitam dizer orações mais de uma vez e vêem isto como a repetição em vão contra a que Jesus aconselhou (Matt. 6:7). " afinal de contas, " eles dizem, " por que eu deveria ter que pedir para Deus algo mais de uma vez " ? Porém, os católicos e as Igrejas Ortodoxas Orientais praticam repetição do Nosso Pai, Ave Maria e outras orações. Para alguns místicos, repetição se torna oração " verdadeiramente sem cessar " ( Thess. 5:17).
A repetição de uma oração ou afirmação a faz mais eficaz, e a razão disto é que, toda vez que você as repete, está dando a Deus e aos anjos, mais luz e energia qualificados por você e seus Chakras. Os anjos podem usar esta energia somando mais luz e energia de acordo com que respondem a seu pedido. Assim escolha um grupo de orações e decretos. Então os dê diariamente até que os anjos respondam ao seu chamado. Os anjos e Deus tem todo o poder de Luz e energia que precisam. Mas o trabalho pedido por você, deve ser feito com a sua energia. Assim fechamos a trindade Divina do poder de Deus, Azul, da Sabedoria dos Anjos, Amarelo, e do amor e vontade do Homem, Rosa.
7. ENVIE SUA ORAÇÃO PARA O ENDEREÇO CERTO
Se você quer arrumar o encanamento, você chama o encanador. Se você quer ser salvo de um assaltante, você chama aos anjos de proteção. Se você quer uma nova relação, você chama os anjos do amor, se voce quer fazer uma viagem segura, voce chama os anjos da estrada.
Anjos têm trabalhos diferentes. E eles usam energias de freqüências diferentes (correspondendo a cores diferentes) para realizar esses trabalhos. O Arcanjo Miguel é o líder de todos os arcanjos e anjos de todos os raios. Se voce não souber o nome do anjo ou arcanjo que deve invocar, comande ao arcanjo Miguel, que lhe envie o anjo certo para a tarefa certa.
8. SEJA ESPECÍFICO
Anjos respondem suas chamadas com precisão, e eles se orgulham de ser assim. Quanto mais específico for o pedido, mais específico será a resposta. Contanto que você esteja vivendo sua vida em harmonia com a Fonte universal e dedicando sua energia a ajudar os outros, os anfitriões angelicais o ajudarão nos menores detalhes de sua vida.
Um exemplo inspirador é a mulher sem dinheiro, que durante segunda guerra mundial, entregou a Deus uma lista de supermercado. Ela especificou para Deus os produtos exatos que precisava para fazer a refeição de fim de semana com seus familiares. Dentro de poucas horas, um homem bateu à sua porta levando uma cesta com tudo que ela tinha pedido.
Aqui vai como outra mulher trabalhou com os anjos para trazer para si a marca exata de camionete que ela queria. Danette estava procurando um Toyota 4x4 usada, mas descobriu que não poderia pagar os preços altos que o mercado estava pedindo. Assim ela decidiu deixar isto para os anjos.
Escreveu o ano, marca, cor, motor, preço máximo e mínimo, quilometragem, combustível e pneus que queria. Também listou que queria cambio manual e ar condicionado. janelas elétrica e travas elétricas.
Ela recortou uma foto do tipo da camionete que estava procurando e colocou tudo isto na bolsa, levando para todo lugar que ia. Diariamente, fazia decretos e afirmações aos anjos, de quinze a quarenta e cinco minutos enquanto olhava a lista e a foto.
Após semanas buscando os classificados, Danette ficou um pouco preocupada, mas não se rendeu. " Eu sabia que os anjos estavam trabalhando no meu caso e que eu não me conformaria com menos, ". Decidiu continuar a procurar em outra cidade, a doze horas de distancia. Os seus amigos tinham lhe falado que um 4x4, no preço que ela procurava, era muito difícil. Mas quando ela olhou no jornal, lá estava - " um Toyota 4x4, 1990, por $3,000 menos que qualquer outro que tivesse visto " ela disse. O dono tinha colocado o anúncio há pouco, e o carro se ajustava a todas as especificações dela. O banco aprovou o empréstimo e ela dirigiu o carro novo para casa, agradecendo aos anjos todo o caminho.
Quanto mais detalhado for o seu pedido, o mais satisfeito você ficará com os resultados.
"AFIRMAR SEMPRE, NEGAR NUNCA.
DIGA SEMPRE O QUE QUER
NUNCA O QUE NÃO QUER."
9. VISUALIZE O QUE VOCÊ QUER QUE ACONTEÇA
Você pode aumentar o poder de sua oração mantendo um quadro mental forte do que você quer que te aconteça. Além disto, visualize uma luz brilhante ao redor do problema ou situação. Às vezes se concentrando em um quadro, como Danette fez, também pode ajudar. Aqui vai outro exemplo de como trabalhos de visualização podem ajudar.
Um grupo de estudantes estava se dirigindo para casa depois de assistir um seminário espiritual, quando o carro deles começou a aquecer demais. Considerando que nenhum deles tinha qualquer dinheiro extra para gastar em consertos de motor, decidiram pedir para os anjos uma mãozinha.
" Toda vez que a agulha começava a subir mostrando que a temperatura se tornava mais e mais quente, eu fazia poderosas invocações aos anjos, " conta Kevin, o motorista. " Eu disse às pessoas no carro para manter a visualização de neve, flocos de cristal de gelo da montanha claros e frios sobre todo o motor. Então, nós víamos que a agulha imediatamente começava a baixar. Fazendo com que a temperatura voltasse ao normal ".
O grupo com isto, voltou para casa, graças aos anjos e a técnica de visualização efetiva ! Claro que, é melhor combinar a ajuda angelical com uma ajuda profissional de um mecânico, se possível.
10. ESPERE SER SURPREENDIDO
A pergunta vem a quase qualquer um que já tenha pensado em anjos: Por que os anjos respondem a algumas orações ou pessoas e não a outros?
Por que uma pessoa reza durante dez anos sem adquirir o que quer, enquanto outro adquire isto imediatamente? Por que algumas casas são destruídas por fogo ou inundação enquanto outras permanecem intactas? Seguramente os anjos ouvem as orações de todos.
Uma das razão é que a habilidade dos anjos para responder a nossas orações é baseada em efeitos cumulativos de nossas ações passadas - nossas ações boas e ruins desta e de vidas passadas, também conhecido como Carma. Os anjos não são nem gênios nem Papai Noel. Eles têm que jogar dentro das regras do Carma. Quando nós rezamos para aos anjos, eles às vezes podem eliminar os efeitos do Carma, mas freqüentemente eles só podem reduzi-los.
Os anjos ouvem todas as suas orações. Mas para que seu pedido possa ser atendido, eles têm que cumprir três condições: (1) eles não podem interferir com o plano que Deus tem para sua alma (seu Dharma ou com seu Carma); (2) eles não devem ser prejudiciais a você ou a qualquer outro; (3) A hora e local devem estar certos.
Você poderia rezar durante anos para ganhar a loteria e não ganhar. Mas poderia adquirir algo que não esperava, como um bom trabalho, que pague bem, e que o conduza a novos caminhos. Talvez os anjos não possam responder sua oração para ganhar a loteria porque sua alma precisa aprender a lição de ganhar para viver. Mas eles responderão da melhor maneira para você.
Palestra Trigueirinho - A caminho das Escolas Internas
SINOPSE:
Três centros planetários conduzem-nos pelos vários níveis da atividade grupal evolutiva, enquanto Hierarquias espirituais preparam a vida futura da Terra.
Para ouvir, clique no player abaixo.
Evangelho Apócrifo: A INFÂNCIA DE CRISTO SEGUNDO TIAGO - A Natividade de Maria
A Natividade de Maria
Segundo narram as memórias das doze tribos de Israel, havia um homem muito rico, de nome Joaquim, que fazia suas oferendas em quantidade dobrada, dizendo:
— O que sobra, ofereça-o para todo o povoado e o devido na expiação de meus pecados será para o Senhor, a fim de ganhar-lhe as boas graças.
Chegou a grande festa do Senhor, na qual os filhos de Israel devem oferecer seus donativos. Rubem se pôs à frente de Joaquim, dizendo-lhe:
— Não te é lícito oferecer tuas dádivas, enquanto não tiveres gerado um rebento em
Israel.
Joaquim mortificou-se tanto que se dirigiu aos arquivos de Israel, com intenção de consultar o censo genealógico e verificar se, porventura, teria sido ele o único que não havia tido prosperidade em seu povoado.
Examinando os pergaminhos, constatou que todos os justos haviam gerado descendentes. Lembrou-se, por exemplo, de como o Senhor deu Isaac ao patriarca Abraão, em seus derradeiros anos de vida.
Joaquim ficou muito atormentado, não procurou sua mulher e se retirou para o deserto.
Ali armou sua tenda e jejuou por quarenta dias e quarenta noites, dizendo:
— Não sairei daqui nem sequer para comer ou beber, até que não me visite o Senhor meu Deus. Que minhas preces me sirvam de comida e de bebida.
Ana lamentava-se e gemia dolorosamente, dizendo:
— Chorarei minha viuvez e minha esterilidade.
Chegou, porém, a grande festa do Senhor e disse-lhe Judite, sua criada:
— Até quando vais humilhar tua alma? Já é chegada a festa maior e não te é lícito entristecer-te. Toma este lenço de cabeça, que me foi dado pela dona da tecelagem, já que não posso cingir-me com ele por ser eu de condição servil e levar ele ao selo real.
Disse Ana:
— Afasta-te de mim, pois que não fiz tal coisa e, além do mais, o Senhor já me humilhou em demasia para que eu o use. A não ser que algum malfeitor o haja dado e tenhas vindo para fazer-me também cúmplice do pecado.
Replicou Judite:
— Que motivo tenho eu para maldizer-te, se o Senhor já te amaldiçoou não te dando fruto de Israel?
Ana, ainda que profundamente triste, despiu suas vestes de luto, cingiu-se com um toucado, vestiu suas roupas de bodas e desceu, na hora nona, ao jardim para passear. Ali viu um loureiro, assentou-se à sua sombra e orou ao Senhor, dizendo:
— Ó Deus de nossos pais! Ouve-me e bendize-me da maneira que bendisseste o ventre de Sara, dando-lhe como filho Isaac!
Tendo elevado seus olhos aos céus, viu um ninho de passarinhos no loureiro e novamente lamentou-se dizendo:
— Ai de mim! Por que nasci e em que hora fui concebida? Vim ao mundo para ser como terra maldita entre os filhos de Israel. Estes me cumularam de injúrias e me escorraçaram do templo de Deus. Ai de mim! A quem me assemelho eu? Não às aves do céu, pois elas são fecundas em tua presença, Senhor. Ai de mim! A quem me pareço eu?
Não às bestas da terra, pois que até esses animais irracionais são prolíficos ante teus olhos, Senhor. Ai de mim! A quem me posso comparar? Nem sequer a estas águas, porque até elas são férteis diante de ti, Senhor. Ai de mim! A quem me igualo eu? Nem sequer a esta terra, porque ela também é fecundada, dando seus frutos na ocasião própria e te bendiz, Senhor.
Eis que se lhe apresentou o anjo de Deus, dizendo-lhe:
— Ana, Ana, o Senhor escutou teus rogos! Conceberás e darás à luz e de tua prole se falará em todo o mundo.
Ana respondeu:
— Viva o Senhor meu Deus, que, se chegar a ter algum fruto de bênção, seja menino ou menina, levá-lo-ei como oferenda ao Senhor e estará a seu serviço todos os dias de sua
vida.
Então vieram a ela dois mensageiros com este recado:
— Joaquim, teu marido, está de volta com seus rebanhos, pois que um anjo de Deus desceu até ele e lhe disse que o Senhor escutou seus rogos e que Ana, sua mulher, vai conceber em seu ventre.
Tendo saído Joaquim, mandou que seus pastores lhe trouxessem dez ovelhas sem mancha.
Disse ele:
— Estas serão para o Senhor.
Mandou, então separar doze novilhas de leite, dizendo:
— Estas serão para os sacerdotes e para o sinédrio.
Finalmente, mandou apartar cem cabritos para todo o povoado.
Ao chegar Joaquim com seus rebanhos, estava Ana à porta e, ao vê-lo chegar, pôs-se a correr e atirou-se ao seu pescoço dizendo:
— Agora vejo que Deus me bendisse copiosamente, pois, sendo viúva, deixo de sê-lo e, sendo estéril, vou conceber em meu ventre.
Então Joaquim repousou naquele dia em sua casa.
No dia seguinte, ao ir oferecer sua dádivas ao Senhor, dizia para consigo mesmo:
— Saberei se Deus me vai ser favorável se eu chegar a ver o éfode do sacerdote.
Ao oferecer o sacrifício, observou o éfode do sacerdote, quando este se acercava do altar de Deus, e, não encontrando pecado algum em sua consciência, disse:
— Agora vejo que o Senhor houve por bem perdoar todos os meus pecados.
Desceu Joaquim justificado do templo e foi para casa. O tempo de Ana cumpriu-se e no nono mês deu à luz.
Perguntou à parteira:
— A quem dei à luz?
A parteira respondeu:
— Uma menina.
Então Ana exclamou:
— Minha alma foi enaltecida — e reclinou a menina no berço.
Ao fim do tempo marcado pela lei, Ana purificou-se, deu o peito à menina e pôs-lhe o nome de Maria.
Dia a dia a menina ia robustecendo-se. Ao chegar aos seis meses, sua mãe deixou-a só no chão, para ver se sustentava-se de pé. Ela, depois de andar sete passos, voltou ao regaço de sua mãe. Esta levantou-se, dizendo:
— Salve o Senhor! Não andarás mais por este solo, até que te leve ao templo do Senhor.
Fez-lhe um oratório em sua casa e não consentiu que nenhuma coisa vulgar ou impura passasse por suas mãos. Chamou, além disso, umas donzelas hebréias, todas virgens, para que a entretivessem.
Quando a menina completou um ano, Joaquim deu um grande banquete, para o qual convidou os sacerdotes, os escribas, o sinédrio e todo o povo de Israel. Apresentou a menina aos sacerdotes, que a abençoaram assim:
— Ó Deus de nossos pais, bendiz esta menina e dá-lhe um nome glorioso e eterno por
todas as gerações.
Ao que todo o povo respondeu:
— Assim seja, assim seja! Amém!
Apresentou-a também Joaquim aos príncipes e aos sacerdotes e estes a abençoaram assim:
— Ó Deus Altíssimo, põe teus olhos nesta menina e outorga-lhe uma bênção perfeita, dessas que excluem as ulteriores.
Sua mãe levou-a ao oratório de sua casa e deu-lhe o peito.
Compôs, então, um hino ao Senhor Deus, dizendo:
— Entoarei um cântico ao Senhor meu Deus, porque me visitaste, afastaste de mim o opróbrio de meus inimigos e me deste um fruto santo, que é único e múltiplo a seus olhos.
Quem dará aos filhos de Rubem a notícia de que Ana está amamentando? Ouvi, ouvi, ó Doze Tribos de Israel: Ana está amamentando!
Tendo deixado a menina para que repousasse na câmara onde havia o oratório, saiu e pôs-se a servir os comensais. Estes, uma vez terminada a ceia, saíram regozijando-se e louvando ao Deus de Israel.
Entretanto, os meses iam-se passando para a menina. Ao fazer dois anos, disse Joaquim a Ana:
— Levemo-la ao templo do Senhor para cumprir a promessa que fizemos, para que Senhor não a reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a seus olhos.
Ana respondeu:
— Esperamos, todavia, até que complete três anos, para que a menina não tenha saudades de nós.
Joaquim respondeu:
— Esperaremos.
Ao chegar aos três anos, disse Joaquim:
— Chama as donzelas hebréias que não têm mancha e que tomem, duas a duas, uma candeia acesa e a acompanhem, para que a menina não olhe para trás e seu coração seja cativado por alguma coisa fora do templo de Deus.
Assim fizeram enquanto iam subindo ao templo de Deus. Lá recebeu-a o sacerdote, o qual, depois de tê-la beijado, abençoou-a e exclamou:
— O Senhor engrandeceu teu nome diante de todas as gerações, pois que, no final dos tempos, manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel.
Fê-la sentar-se no terceiro degrau do altar. O Senhor derramou graças sobre a menina, que dançou cativando toda a casa de Israel.
Saíram, então, seus pais, cheios de admiração, louvando ao Senhor Deus porque a menina não havia olhado para trás.
Maria permaneceu no templo como uma pombinha, recebendo alimento pelas mãos de um anjo.
Ao completar doze anos, os sacerdotes reuniram-se para deliberar, dizendo:
— Eis que Maria cumpriu doze anos no templo do Senhor. Que faremos para que ela não chegue a manchar o santuário?
Disseram ao sumo sacerdote:
— Tu que tens o altar ao teu cargo, entra e ora por ela. O que o Senhor te disser, isso será o que haveremos de fazer.
O sumo sacerdote, cingindo-se com o manto das doze sinetas, entrou no Santo dos Santos e orou por ela. Eis que um anjo do Senhor apareceu, dizendo-lhe:
— Zacarias, Zacarias, sai e reúne a todos os viúvos do povoado. Que cada um venha com um bastão e o daquele em que o Senhor fizer um sinal singular, deste será ela a esposa.
Saíram os arautos por toda a região da Judéia e, ao soar a trombeta do Senhor, todos acudiram.
José, deixando de lado sua acha, uniu-se a eles. Uma vez que se juntaram todos, tomaram cada qual seu bastão e puseram-se a caminho, à procura do sumo sacerdote. Este tomou todos os bastões, entrou no templo e pôs-se a orar.
Terminadas as suas preces, tomou de novo os bastões e os entregou, mas em nenhum deles apareceu sinal algum.
Porém, ao pegar José o último, eis que uma pomba saiu dele e se pôs a voar sobre sua cabeça. Então o sacerdote disse:
— A ti coube a sorte de receber sob tua custódia a Virgem do Senhor.
José replicou:
— Tenho filhos e sou velho, enquanto que ela é uma menina. Não gostaria de ser objeto de zombaria por parte dos filhos de Israel.
Então tornou o sacerdote:
— Teme ao Senhor teu Deus e tem presente o que fez Ele com Datan, Abiron e Corê, de como abriu-se a terra e foram sepultados por sua rebelião. Teme agora tu também, José,
para que não aconteça o mesmo a tua casa.
Ele, cheio de temor, recebeu-a sob proteção. Depois, disse-lhe:
— Tomei-te do templo. Deixo-te agora em minha casa e vou continuar minhas construções. Logo voltarei. O Senhor te guardará.
Os sacerdotes, então, reuniram-se e concordaram em fazer um véu para o templo do Senhor.
O sumo sacerdote disse:
— Chama algumas donzelas sem mancha, da tribo de Davi.
Os ministros se foram e, depois de terem procurado, encontraram sete virgens. Então o sacerdote lembrou-se de Maria, a jovenzinha que, sendo de estirpe davídica, se conservava imaculada aos olhos de Deus. Os emissários foram buscá-la.
Depois de as terem introduzido no templo, disse o sacerdote:
— Vejamos qual há de bordar o ouro, o amianto, o linho, a seda, o zircão, o escarlate e a verdadeira púrpura.
O escarlate e a verdadeira púrpura couberam a Maria que, tomando-as, foi para casa.
Naquela época, Zacarias ficou mudo, sendo substituído por Samuel, até quando pôde falar novamente. Maria tomou em suas mãos o escarlate e pôs-se a tecê-lo.
Certo dia, pegou Maria um cântaro e foi enchê-lo de água. Eis que ouviu uma voz que lhe dizia:
— Deus te salve, cheia de graça! O Senhor está contigo, bendita és entre as mulheres!
Ela olhou a sua volta, à direita, à esquerda, para ver de onde vinha aquela voz.
Tremendo, voltou para casa, deixou a ânfora, pegou a púrpura, sentou-se no divã e pôs-se a tecê-la. Logo um anjo do Senhor apresentou-se diante dela, dizendo:
— Não temas, Maria, pois alcançaste graça ante o Senhor onipotente e vais conceber por Sua palavra!
Ela, ao ouví-lo, ficou perplexa e disse consigo mesma:
— Deverei eu conceber por virtude de Deus vivo e haverei de dar à luz como as demais mulheres?
Ao que lhe respondeu o anjo:
— Não será assim, Maria, pois que a virtude do Senhor te cobrirá com sua sombra.
Depois, o fruto santo que deverá nascer de ti será chamado de Filho do Altíssimo. Chamarlhe-ás Jesus, pois Ele salvará seu povo de suas iniqüidades. Então, disse Maria:
— Eis aqui a escrava do Senhor em Sua presença. Que isto aconteça a mim conforme Sua palavra.
Concluído seu trabalho com a púrpura e o escarlate, levou-o ao sacerdote. Este a abençoou dizendo:
— Maria, o Senhor enaltecer seu nome e serás bendita entre todas as gerações da terra.
Cheia de alegria, Maria foi à casa de sua parente Isabel.
Chamou-a da porta e, ao ouvíla, Isabel largou o escarlate, correu para a porta, abriu-a e, vendo Maria, louvou-a dizendo:
— Que fiz eu para que a mãe do meu Senhor venha a minha casa? Pois saiba que o fruto que carrego em meu ventre se pôs a pular dentro de mim, como que para bendizer-se.
Maria havia se esquecido dos mistérios que o anjo Gabriel lhe comunicara, elevou os olhos aos céus e disse:
— Quem sou eu, Senhor, para que todas as gerações me bendigam?
Passou três meses em casa de Isabel. Dia a dia seu ventre aumentava e, cheia de temor, pôs-se a caminho de casa e escondia-se dos filhos de Israel. Quando sucederam essas
coisas, ela contava dezesseis anos.
Ao chegar Maria ao sexto mês de gravidez, voltou José de suas construções e, ao entrar em casa, deu-se conta de que ela estava grávida. Então, feriu seu próprio rosto, jogou-se no chão sobre uma manta e chorou amargamente, dizendo:
— Como é que me vou apresentar agora diante do meu Senhor? E que oração direi eu agora por esta donzela, pois que a recebi virgem do templo do Senhor e não a soube guardar? Será que a história de Adão se repetiu comigo? Assim como no instante em que ela estava glorificando a Deus veio a serpente e, ao encontrar Eva sozinha, a enganou, o mesmo me aconteceu.
Levantando-se, José chamou Maria e disse-lhe:
— Predileta como eras de Deus, como foste capaz de fazer isso?
Acaso te esqueceste do Senhor teu Deus? Com pudeste vilipendiar tua alma, tu que te criaste no Santo dos Santos e recebeste alimento das mãos de um anjo?
Ela chorou amargamente dizendo:
— Sou pura e não conheço varão algum.
Replicou José:
— De onde, pois, provém o que carregas no seio?
Ao que Maria respondeu:
— Pelo Senhor, meu Deus, eu juro que não sei como aconteceu.
José encheu-se de temor, retirou-se da presença de Maria e pôs-se a pensar sobre o que faria com ela. Dizia consigo próprio:
— Se escondo seu erro, contrario a lei do Senhor. Se a denuncio ao povo de Israel, temo que o que acontecer a ela se deva a uma intervenção dos anjos e venha a entregar à morte uma inocente. Como deverei proceder, pois? Mandá-la embora às escondidas.
Enquanto isso, caiu a noite. Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo-lhe:
— Não temas por esta donzela, pois o que ela carrega em suas entranhas é fruto do Espírito Santo. Dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, pois que ele há de salvar seu povo dos pecados.
Ao despertar, José levantou-se, glorificou a Deus de Israel por haver-lhe concedido tal graça e continuou guardando Maria.
Por essa ocasião, veio à casa de José um escriba chamado Anás, que lhe disse:
— Por que não compareceste à nossa reunião?
Respondeu-lhe José:
— Estava cansado da caminhada e decidi repousar este primeiro dia.
Ao voltar-se, Anás deu-se conta da gravidez de Maria.
Então, correu ao sacerdote, dizendo-lhe:
— Esse José, por quem respondes, cometeu uma falta grave.
— Que queres dizer com isso? — perguntou o sacerdote. Ao que respondeu Anás:
— Pois violou aquela virgem que recebeu do templo de Deus, com fraude de seu casamento e sem manifestá-lo ao povo de Israel.
Disse o sacerdote:
— Estás certo de que foi José que fez tal coisa?
Replicou Anás:
— Envia uma comissão e te certificarás de que a donzela está realmente grávida.
Saíram os emissário e encontraram-na tal qual havia dito Anás. Por isso levaram-na, juntamente com José, ante o tribunal.
O sacerdote iniciou, dizendo:
— Maria, como fizeste tal coisa? Que te levou a vilipendiar tua alma e esquecer-te do Senhor teu Deus? Tu que te criaste no Santo dos Santos, que recebias alimento das mãos de um anjo, que escutaste os hinos e que dançavas na presença de Deus? Como fizeste isso?
Ela se pôs a chorar amargamente, dizendo:
— Juro pelo Senhor meu Deus que estou pura em sua presença e que não conheci varão.
Então o sacerdote dirigiu-se a José, perguntando-lhe:
— Por que fizeste isso?
Replicou José:
— Juro pelo Senhor meu Deus, que me encontro puro com relação a ela.
Acrescentou o sacerdote:
— Não jures em falso! Dize a verdade! Usaste fraudulentamente o matrimônio e não o deste a conhecer ao povo de Israel. Não abaixaste tua cabeça sob a mão poderosa de Deus, por quem sua descendência havia sido bendita.
José guardou silêncio.
— Devolve, pois — continuou o sacerdote, — a virgem que recebeste do templo do Senhor.
José ficou com os olhos marejados em lágrimas. Acrescentou ainda o sacerdote:
— Farei com que bebais da água da prova do Senhor e ela vos mostrará, diante de vossos próprios olhos, vossos pecados.
Tomando da água, fez José bebê-la, enviando-o em seguida à montanha, de onde voltou são e salvo. Fez o mesmo com Maria, enviando-a também à montanha, mas ela voltou sã e
salva.
Toda a cidade encheu-se de admiração ao ver que não havia pecado neles.
Disse o sacerdote:
— Posto que o Senhor não declarou vosso pecado, tampouco irei condenar-vos.
Então despediu-os. Tomando Maria, José voltou para casa cheio de alegria e louvado ao Deus de Israel.
Veio uma ordem do imperador Augusto para que se fizesse o censo de todos os habitantes de Belém da Judéia.
Disse José:
— A meus filhos posso recensear, mas que farei desta donzela? Como vou incluí-la no censo? Como minha esposa? Envergonhou-me. Como minha filha? Mas já sabem todos os filhos de Israel que não é! Este é o dia do Senhor, que se faça a sua vontade.
Selando sua asna, fez com que Maria se acomodasse sobre ela.
Enquanto um de seus filhos ia à frente, puxando o animal pelo cabresto, José os acompanhava.
Quando estavam a três milhas de distância de Belém, José virou-se para Maria e viu que ela estava triste.
Disse consigo mesmo:
— Deve ser a gravidez que lhe causa incômodo.
Ao voltar-se novamente, encontrou-a sorrindo e indagou-lhe:
— Maria, que acontece, pois que algumas vezes te vejo sorridente e outras triste?
Ela lhe disse:
— É que se apresentam dois povos diante de meus olhos: um que chora e se aflige e outro que se alegra e se regozija.
Ao chegar à metade do caminho, disse Maria a José:
— Desça-me, porque o fruto de minhas entranhas luta por vir à luz.
Ele a ajudou a apear da asna, dizendo-lhe:
— Aonde poderia eu levar-te para resguardar teu pudor, já que estamos em campo aberto?
Encontrando uma caverna, levou-a para dentro e, havendo deixado seus filhos com ela, foi buscar uma parteira na região de Belém.
Eis que José encontrou-se andando, mas não podia avançar. Ao levantar seus olhos para o espaço, pareceu lhe ver como se o ar estivesse estremecido de assombro.
Quando fixou vista no firmamento, encontrou-o estático e os pássaros do céu, imóveis.
Ao dirigir seu olhar à terra, viu um recipiente no solo e uns trabalhadores sentados em atitude de comer, com suas mãos na vasilha.
Os que pareciam comer, na realidade não mastigavam, e os que estavam em atitude de pegar a comida, tampouco a tiravam do prato. Finalmente, os que pareciam levar os manjares à boca, não o faziam, ao contrário, tinham seus rostos voltados para cima.
Também havia umas ovelhas que estavam sendo tangidas, mas não davam um passo.
Estavam paradas. O pastor levantou sua destra para bater-lhes com um cajado, mas parou sua mão no ar.
Ao dirigir seu olhar à corrente do rio, viu como uns cabritinhos punham nela seus focinhos, mas não bebiam. Em uma palavra, todas as coisas estavam afastadas, por uns instantes, de seu curso normal.
Então uma mulher que descia da montanha disse-lhe:
— Aonde vais?
Ao que ele respondeu:
— Ando procurando uma parteira hebréia.
Ela replicou:
— Mas és de Israel?
Ele respondeu:
— Sim.
— E quem é a que está dando à luz na caverna?
— É minha esposa.
— Então, não é tua mulher?
Ele respondeu:
— É Maria, a que se criou no templo do Senhor, e ainda que me tivesse sido dada por mulher, não o é, pois que concebeu por virtude do Espírito Santo.
Insistiu a parteira:
— Isso é verdade?
José respondeu:
— Vem e verás.
Então a parteira se pôs a caminho junto com ele. Ao chegar à gruta, pararam, e eis que esta estava sombreada por uma nuvem luminosa.
Exclamou a parteira:
— Minha alma foi engrandecida, porque meus olhos viram coisas incríveis, pois que nasceu a salvação para Israel. De repente, a nuvem começou a sair da gruta e dentro brilhou uma luz tão grande que seus olhos não podiam resistir.
Esta, por um momento, começou a diminuir tanto que deu para ver o menino que estava tomando o peito da mãe, Maria. A parteira então deu um grito, dizendo:
— Grande é para mim o dia de hoje, já que pude ver com meus próprios olhos um novo milagre.
Ao sair a parteira da gruta, veio ao seu encontro Salomé.
— Salomé, Salomé! — exclamou. — Tenho de te contar uma maravilha nunca vista.
Uma virgem deu à luz; coisa que, como sabes, não permite a natureza humana.
Salomé replicou:
— Pelo Senhor, meus Deus, não acreditarei em tal coisa, se não me for dado tocar com os dedos e examinar sua natureza.
Havendo entrado a parteira, disse a Maria:
— Prepara-te, porque há entre nós uma grande querela em relação a ti.
Salomé, pois, introduziu seu dedo em sua natureza, mas, de repente, deu um grito, dizendo:
— Ai de mim! Minha maldade e minha incredulidade é que têm a culpa! Por descrer do Deus vivo, desprende-se de meu corpo minha mão carbonizada.
Dobrou os joelhos diante do Senhor, dizendo:
— Ó Deus de nossos pais! Lembra-te de mim, porque sou descendente de Abraão, Isaac e Jacó! Não faças de mim um exemplo para os filhos de Israel! Devolve-me curada, porém, aos pobres, pois que tu sabes, Senhor, que em teu nome exercia minhas curas, recebendo de ti meu salário!
Apareceu um anjo do céu, dizendo-lhe:
— Salomé, Salomé, Deus escutou-te. Aproxima tua mão do menino, toma-o e haverá para ti alegria e prazer.
Acercou-se Salomé e o tomou, dizendo:
— Adorar-te-ei, porque nasceste para ser o grande Rei de Israel.
De repente, sentiu-se curada e saiu em paz da gruta. Nisso ouviu uma voz que dizia:
— Salomé, Salomé, não contes as maravilhas que viste até estar o menino em Jerusalém.
José dispôs-se a partir para Judéia. Por essa ocasião, sobreveio um grande tumulto em Belém, pois vieram um magos dizendo:
— Aonde está o recém-nascido Rei dos Judeus, pois vimos sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo?
Herodes, ao ouvir isso, perturbou-se. Enviou seus emissários aos magos e convocou os príncipes e os sacerdotes, fazendo-lhes esta pergunta:
— Que está escrito em relação ao Messias? Aonde ele vai nascer?
Eles responderam:
— Em Belém da Judéia, segundo rezam as escrituras.
Com isso, despachou-os einterrogou os magos com estas palavras:
— Qual é o sinal que vistes em relação ao nascimento desse rei?
Responderam-lhes os magos:
— Vimos um astro muito grande, que brilhava entre as demais estrelas e as eclipsava, fazendo-as desaparecer. Nisso soubemos que a Israel havia nascido um rei e viemos com a intenção de adorá-lo.
Replicou Herodes:
— Ide e buscai-o, para que também possa eu ir adorá-lo!
Naquele instante, a estrela que haviam visto no Oriente voltou novamente a guiá-los, até que chegaram à caverna e pousou sobre a entrada dela.
Vieram, então, os magos a ter com o Menino e Sua mãe, Maria, e tiraram oferendas de seus cofres: ouro, incenso e mirra.
Depois, avisados por um anjo para que não entrassem na Judéia, voltaram a suas terras por outro caminho.
Ao dar-se conta Herodes de que havia sido enganado, encolerizou-se e enviou seus sicários, dando-lhes a missão de assassinar todos os meninos de menos de dois anos.
Quando chegou até Maria a notícia da matança das crianças, encheu-se de temor e, envolvendo seu filho em fraldas, colocou-o numa manjedoura.
Quando Isabel inteirou-se de que também buscavam a seu filho João, pegou-o e levou-o a uma montanha. Pôs-se a ver onde haveria de escondê-lo, mas não havia um lugar bom para isso. Entre soluços, exclamou em voz alta:
— Ó Montanha de Deus, recebe em teu seio a mãe com seu filho, pois que não posso subir mais alto.
Nesse instante, abriu a montanha suas entranhas para recebê-los. Acompanhou-os uma grande luz, pois estava com ele um anjo de Deus para guardá-los.
Herodes prosseguia na busca de João e enviou seus emissários a Zacarias para que lhe dissessem:
— Aonde escondeste teu filho?
Ele respondeu desta maneira:
— Eu me ocupo do serviço de Deus e me encontro sempre no templo. Não sei onde está meu filho.
Os emissários informaram a Herodes tudo o que se passara e ele encolerizou-se muito, dizendo consigo mesmo:
— Deve ser seu filho que vai reinar em Israel.
Enviou, então, um outro recado, dizendo-lhe:
— Diga-nos a verdade sobre onde está teu filho, porque do contrário bem sabes que teu sangue está sob minhas mãos.
Zacarias respondeu:
— Serei mártir do Senhor, se te atreveres a derramar meu sangue, porque minha alma será recolhida pelo Senhor, ao ser segada uma vida inocente no vestíbulo do santuário. Ao romper da aurora, foi assassinado Zacarias, sem que os filhos de Israel se dessem conta desse crime.
Os sacerdotes se reuniram à hora da saudação, mas Zacarias não saiu a seu encontro, como de costume, para abençoá-los. Puseram-se a esperá-lo para saudá-lo na oração e para
glorificar o Altíssimo.
Ante sua demora, começaram a ter medo. Tomando ânimo, um deles entrou, viu ao lado do altar sangue coagulado e ouviu uma voz que dizia:
Zacarias foi morto e não se limpará o seu sangue até que chegue o vingador.
Ao ouvir a voz, encheu-se de temor e saiu para informar os sacerdotes que, tomando coragem, entraram e testemunharam o ocorrido. Então, os frisos do templo rangeram e eles rasgaram suas vestes de alto a baixo.
Não encontraram o corpo, somente a poça de sangue coagulado.
Cheios de temor, saíram para informar a todo o povo que Zacarias havia sido assassinado. A notícia correu em todas as tribos de Israel, que o choraram e guardaram luto por três dias e três noites.
Concluído esse tempo, reuniram-se os sacerdotes para deliberar sobre quem iriam pôr em seu lugar. Recaiu a sorte sobre Simeão, pois, pelo Espírito Santo, havia sido assegurado de que não veria a morte até que lhe fosse dado contemplar o Messias Encarnado.
Eu, Tiago, escrevi esta história. Ao levantar-se um grande tumulto em Jerusalém, por ocasião da morte de Herodes, retirei-me ao deserto até que cessasse o motim, glorificando ao Senhor meu Deus, que me concedeu a graça e a sabedoria necessárias para compor esta narração.
Que a graça esteja com todos aqueles que temem a Nosso Senhor Jesus Cristo, para quem deve ser a glória por todos os séculos dos séculos.
Amém.
Segundo narram as memórias das doze tribos de Israel, havia um homem muito rico, de nome Joaquim, que fazia suas oferendas em quantidade dobrada, dizendo:
— O que sobra, ofereça-o para todo o povoado e o devido na expiação de meus pecados será para o Senhor, a fim de ganhar-lhe as boas graças.
Chegou a grande festa do Senhor, na qual os filhos de Israel devem oferecer seus donativos. Rubem se pôs à frente de Joaquim, dizendo-lhe:
— Não te é lícito oferecer tuas dádivas, enquanto não tiveres gerado um rebento em
Israel.
Joaquim mortificou-se tanto que se dirigiu aos arquivos de Israel, com intenção de consultar o censo genealógico e verificar se, porventura, teria sido ele o único que não havia tido prosperidade em seu povoado.
Examinando os pergaminhos, constatou que todos os justos haviam gerado descendentes. Lembrou-se, por exemplo, de como o Senhor deu Isaac ao patriarca Abraão, em seus derradeiros anos de vida.
Joaquim ficou muito atormentado, não procurou sua mulher e se retirou para o deserto.
Ali armou sua tenda e jejuou por quarenta dias e quarenta noites, dizendo:
— Não sairei daqui nem sequer para comer ou beber, até que não me visite o Senhor meu Deus. Que minhas preces me sirvam de comida e de bebida.
Ana lamentava-se e gemia dolorosamente, dizendo:
— Chorarei minha viuvez e minha esterilidade.
Chegou, porém, a grande festa do Senhor e disse-lhe Judite, sua criada:
— Até quando vais humilhar tua alma? Já é chegada a festa maior e não te é lícito entristecer-te. Toma este lenço de cabeça, que me foi dado pela dona da tecelagem, já que não posso cingir-me com ele por ser eu de condição servil e levar ele ao selo real.
Disse Ana:
— Afasta-te de mim, pois que não fiz tal coisa e, além do mais, o Senhor já me humilhou em demasia para que eu o use. A não ser que algum malfeitor o haja dado e tenhas vindo para fazer-me também cúmplice do pecado.
Replicou Judite:
— Que motivo tenho eu para maldizer-te, se o Senhor já te amaldiçoou não te dando fruto de Israel?
Ana, ainda que profundamente triste, despiu suas vestes de luto, cingiu-se com um toucado, vestiu suas roupas de bodas e desceu, na hora nona, ao jardim para passear. Ali viu um loureiro, assentou-se à sua sombra e orou ao Senhor, dizendo:
— Ó Deus de nossos pais! Ouve-me e bendize-me da maneira que bendisseste o ventre de Sara, dando-lhe como filho Isaac!
Tendo elevado seus olhos aos céus, viu um ninho de passarinhos no loureiro e novamente lamentou-se dizendo:
— Ai de mim! Por que nasci e em que hora fui concebida? Vim ao mundo para ser como terra maldita entre os filhos de Israel. Estes me cumularam de injúrias e me escorraçaram do templo de Deus. Ai de mim! A quem me assemelho eu? Não às aves do céu, pois elas são fecundas em tua presença, Senhor. Ai de mim! A quem me pareço eu?
Não às bestas da terra, pois que até esses animais irracionais são prolíficos ante teus olhos, Senhor. Ai de mim! A quem me posso comparar? Nem sequer a estas águas, porque até elas são férteis diante de ti, Senhor. Ai de mim! A quem me igualo eu? Nem sequer a esta terra, porque ela também é fecundada, dando seus frutos na ocasião própria e te bendiz, Senhor.
Eis que se lhe apresentou o anjo de Deus, dizendo-lhe:
— Ana, Ana, o Senhor escutou teus rogos! Conceberás e darás à luz e de tua prole se falará em todo o mundo.
Ana respondeu:
— Viva o Senhor meu Deus, que, se chegar a ter algum fruto de bênção, seja menino ou menina, levá-lo-ei como oferenda ao Senhor e estará a seu serviço todos os dias de sua
vida.
Então vieram a ela dois mensageiros com este recado:
— Joaquim, teu marido, está de volta com seus rebanhos, pois que um anjo de Deus desceu até ele e lhe disse que o Senhor escutou seus rogos e que Ana, sua mulher, vai conceber em seu ventre.
Tendo saído Joaquim, mandou que seus pastores lhe trouxessem dez ovelhas sem mancha.
Disse ele:
— Estas serão para o Senhor.
Mandou, então separar doze novilhas de leite, dizendo:
— Estas serão para os sacerdotes e para o sinédrio.
Finalmente, mandou apartar cem cabritos para todo o povoado.
Ao chegar Joaquim com seus rebanhos, estava Ana à porta e, ao vê-lo chegar, pôs-se a correr e atirou-se ao seu pescoço dizendo:
— Agora vejo que Deus me bendisse copiosamente, pois, sendo viúva, deixo de sê-lo e, sendo estéril, vou conceber em meu ventre.
Então Joaquim repousou naquele dia em sua casa.
No dia seguinte, ao ir oferecer sua dádivas ao Senhor, dizia para consigo mesmo:
— Saberei se Deus me vai ser favorável se eu chegar a ver o éfode do sacerdote.
Ao oferecer o sacrifício, observou o éfode do sacerdote, quando este se acercava do altar de Deus, e, não encontrando pecado algum em sua consciência, disse:
— Agora vejo que o Senhor houve por bem perdoar todos os meus pecados.
Desceu Joaquim justificado do templo e foi para casa. O tempo de Ana cumpriu-se e no nono mês deu à luz.
Perguntou à parteira:
— A quem dei à luz?
A parteira respondeu:
— Uma menina.
Então Ana exclamou:
— Minha alma foi enaltecida — e reclinou a menina no berço.
Ao fim do tempo marcado pela lei, Ana purificou-se, deu o peito à menina e pôs-lhe o nome de Maria.
Dia a dia a menina ia robustecendo-se. Ao chegar aos seis meses, sua mãe deixou-a só no chão, para ver se sustentava-se de pé. Ela, depois de andar sete passos, voltou ao regaço de sua mãe. Esta levantou-se, dizendo:
— Salve o Senhor! Não andarás mais por este solo, até que te leve ao templo do Senhor.
Fez-lhe um oratório em sua casa e não consentiu que nenhuma coisa vulgar ou impura passasse por suas mãos. Chamou, além disso, umas donzelas hebréias, todas virgens, para que a entretivessem.
Quando a menina completou um ano, Joaquim deu um grande banquete, para o qual convidou os sacerdotes, os escribas, o sinédrio e todo o povo de Israel. Apresentou a menina aos sacerdotes, que a abençoaram assim:
— Ó Deus de nossos pais, bendiz esta menina e dá-lhe um nome glorioso e eterno por
todas as gerações.
Ao que todo o povo respondeu:
— Assim seja, assim seja! Amém!
Apresentou-a também Joaquim aos príncipes e aos sacerdotes e estes a abençoaram assim:
— Ó Deus Altíssimo, põe teus olhos nesta menina e outorga-lhe uma bênção perfeita, dessas que excluem as ulteriores.
Sua mãe levou-a ao oratório de sua casa e deu-lhe o peito.
Compôs, então, um hino ao Senhor Deus, dizendo:
— Entoarei um cântico ao Senhor meu Deus, porque me visitaste, afastaste de mim o opróbrio de meus inimigos e me deste um fruto santo, que é único e múltiplo a seus olhos.
Quem dará aos filhos de Rubem a notícia de que Ana está amamentando? Ouvi, ouvi, ó Doze Tribos de Israel: Ana está amamentando!
Tendo deixado a menina para que repousasse na câmara onde havia o oratório, saiu e pôs-se a servir os comensais. Estes, uma vez terminada a ceia, saíram regozijando-se e louvando ao Deus de Israel.
Entretanto, os meses iam-se passando para a menina. Ao fazer dois anos, disse Joaquim a Ana:
— Levemo-la ao templo do Senhor para cumprir a promessa que fizemos, para que Senhor não a reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a seus olhos.
Ana respondeu:
— Esperamos, todavia, até que complete três anos, para que a menina não tenha saudades de nós.
Joaquim respondeu:
— Esperaremos.
Ao chegar aos três anos, disse Joaquim:
— Chama as donzelas hebréias que não têm mancha e que tomem, duas a duas, uma candeia acesa e a acompanhem, para que a menina não olhe para trás e seu coração seja cativado por alguma coisa fora do templo de Deus.
Assim fizeram enquanto iam subindo ao templo de Deus. Lá recebeu-a o sacerdote, o qual, depois de tê-la beijado, abençoou-a e exclamou:
— O Senhor engrandeceu teu nome diante de todas as gerações, pois que, no final dos tempos, manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel.
Fê-la sentar-se no terceiro degrau do altar. O Senhor derramou graças sobre a menina, que dançou cativando toda a casa de Israel.
Saíram, então, seus pais, cheios de admiração, louvando ao Senhor Deus porque a menina não havia olhado para trás.
Maria permaneceu no templo como uma pombinha, recebendo alimento pelas mãos de um anjo.
Ao completar doze anos, os sacerdotes reuniram-se para deliberar, dizendo:
— Eis que Maria cumpriu doze anos no templo do Senhor. Que faremos para que ela não chegue a manchar o santuário?
Disseram ao sumo sacerdote:
— Tu que tens o altar ao teu cargo, entra e ora por ela. O que o Senhor te disser, isso será o que haveremos de fazer.
O sumo sacerdote, cingindo-se com o manto das doze sinetas, entrou no Santo dos Santos e orou por ela. Eis que um anjo do Senhor apareceu, dizendo-lhe:
— Zacarias, Zacarias, sai e reúne a todos os viúvos do povoado. Que cada um venha com um bastão e o daquele em que o Senhor fizer um sinal singular, deste será ela a esposa.
Saíram os arautos por toda a região da Judéia e, ao soar a trombeta do Senhor, todos acudiram.
José, deixando de lado sua acha, uniu-se a eles. Uma vez que se juntaram todos, tomaram cada qual seu bastão e puseram-se a caminho, à procura do sumo sacerdote. Este tomou todos os bastões, entrou no templo e pôs-se a orar.
Terminadas as suas preces, tomou de novo os bastões e os entregou, mas em nenhum deles apareceu sinal algum.
Porém, ao pegar José o último, eis que uma pomba saiu dele e se pôs a voar sobre sua cabeça. Então o sacerdote disse:
— A ti coube a sorte de receber sob tua custódia a Virgem do Senhor.
José replicou:
— Tenho filhos e sou velho, enquanto que ela é uma menina. Não gostaria de ser objeto de zombaria por parte dos filhos de Israel.
Então tornou o sacerdote:
— Teme ao Senhor teu Deus e tem presente o que fez Ele com Datan, Abiron e Corê, de como abriu-se a terra e foram sepultados por sua rebelião. Teme agora tu também, José,
para que não aconteça o mesmo a tua casa.
Ele, cheio de temor, recebeu-a sob proteção. Depois, disse-lhe:
— Tomei-te do templo. Deixo-te agora em minha casa e vou continuar minhas construções. Logo voltarei. O Senhor te guardará.
Os sacerdotes, então, reuniram-se e concordaram em fazer um véu para o templo do Senhor.
O sumo sacerdote disse:
— Chama algumas donzelas sem mancha, da tribo de Davi.
Os ministros se foram e, depois de terem procurado, encontraram sete virgens. Então o sacerdote lembrou-se de Maria, a jovenzinha que, sendo de estirpe davídica, se conservava imaculada aos olhos de Deus. Os emissários foram buscá-la.
Depois de as terem introduzido no templo, disse o sacerdote:
— Vejamos qual há de bordar o ouro, o amianto, o linho, a seda, o zircão, o escarlate e a verdadeira púrpura.
O escarlate e a verdadeira púrpura couberam a Maria que, tomando-as, foi para casa.
Naquela época, Zacarias ficou mudo, sendo substituído por Samuel, até quando pôde falar novamente. Maria tomou em suas mãos o escarlate e pôs-se a tecê-lo.
Certo dia, pegou Maria um cântaro e foi enchê-lo de água. Eis que ouviu uma voz que lhe dizia:
— Deus te salve, cheia de graça! O Senhor está contigo, bendita és entre as mulheres!
Ela olhou a sua volta, à direita, à esquerda, para ver de onde vinha aquela voz.
Tremendo, voltou para casa, deixou a ânfora, pegou a púrpura, sentou-se no divã e pôs-se a tecê-la. Logo um anjo do Senhor apresentou-se diante dela, dizendo:
— Não temas, Maria, pois alcançaste graça ante o Senhor onipotente e vais conceber por Sua palavra!
Ela, ao ouví-lo, ficou perplexa e disse consigo mesma:
— Deverei eu conceber por virtude de Deus vivo e haverei de dar à luz como as demais mulheres?
Ao que lhe respondeu o anjo:
— Não será assim, Maria, pois que a virtude do Senhor te cobrirá com sua sombra.
Depois, o fruto santo que deverá nascer de ti será chamado de Filho do Altíssimo. Chamarlhe-ás Jesus, pois Ele salvará seu povo de suas iniqüidades. Então, disse Maria:
— Eis aqui a escrava do Senhor em Sua presença. Que isto aconteça a mim conforme Sua palavra.
Concluído seu trabalho com a púrpura e o escarlate, levou-o ao sacerdote. Este a abençoou dizendo:
— Maria, o Senhor enaltecer seu nome e serás bendita entre todas as gerações da terra.
Cheia de alegria, Maria foi à casa de sua parente Isabel.
Chamou-a da porta e, ao ouvíla, Isabel largou o escarlate, correu para a porta, abriu-a e, vendo Maria, louvou-a dizendo:
— Que fiz eu para que a mãe do meu Senhor venha a minha casa? Pois saiba que o fruto que carrego em meu ventre se pôs a pular dentro de mim, como que para bendizer-se.
Maria havia se esquecido dos mistérios que o anjo Gabriel lhe comunicara, elevou os olhos aos céus e disse:
— Quem sou eu, Senhor, para que todas as gerações me bendigam?
Passou três meses em casa de Isabel. Dia a dia seu ventre aumentava e, cheia de temor, pôs-se a caminho de casa e escondia-se dos filhos de Israel. Quando sucederam essas
coisas, ela contava dezesseis anos.
Ao chegar Maria ao sexto mês de gravidez, voltou José de suas construções e, ao entrar em casa, deu-se conta de que ela estava grávida. Então, feriu seu próprio rosto, jogou-se no chão sobre uma manta e chorou amargamente, dizendo:
— Como é que me vou apresentar agora diante do meu Senhor? E que oração direi eu agora por esta donzela, pois que a recebi virgem do templo do Senhor e não a soube guardar? Será que a história de Adão se repetiu comigo? Assim como no instante em que ela estava glorificando a Deus veio a serpente e, ao encontrar Eva sozinha, a enganou, o mesmo me aconteceu.
Levantando-se, José chamou Maria e disse-lhe:
— Predileta como eras de Deus, como foste capaz de fazer isso?
Acaso te esqueceste do Senhor teu Deus? Com pudeste vilipendiar tua alma, tu que te criaste no Santo dos Santos e recebeste alimento das mãos de um anjo?
Ela chorou amargamente dizendo:
— Sou pura e não conheço varão algum.
Replicou José:
— De onde, pois, provém o que carregas no seio?
Ao que Maria respondeu:
— Pelo Senhor, meu Deus, eu juro que não sei como aconteceu.
José encheu-se de temor, retirou-se da presença de Maria e pôs-se a pensar sobre o que faria com ela. Dizia consigo próprio:
— Se escondo seu erro, contrario a lei do Senhor. Se a denuncio ao povo de Israel, temo que o que acontecer a ela se deva a uma intervenção dos anjos e venha a entregar à morte uma inocente. Como deverei proceder, pois? Mandá-la embora às escondidas.
Enquanto isso, caiu a noite. Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo-lhe:
— Não temas por esta donzela, pois o que ela carrega em suas entranhas é fruto do Espírito Santo. Dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, pois que ele há de salvar seu povo dos pecados.
Ao despertar, José levantou-se, glorificou a Deus de Israel por haver-lhe concedido tal graça e continuou guardando Maria.
Por essa ocasião, veio à casa de José um escriba chamado Anás, que lhe disse:
— Por que não compareceste à nossa reunião?
Respondeu-lhe José:
— Estava cansado da caminhada e decidi repousar este primeiro dia.
Ao voltar-se, Anás deu-se conta da gravidez de Maria.
Então, correu ao sacerdote, dizendo-lhe:
— Esse José, por quem respondes, cometeu uma falta grave.
— Que queres dizer com isso? — perguntou o sacerdote. Ao que respondeu Anás:
— Pois violou aquela virgem que recebeu do templo de Deus, com fraude de seu casamento e sem manifestá-lo ao povo de Israel.
Disse o sacerdote:
— Estás certo de que foi José que fez tal coisa?
Replicou Anás:
— Envia uma comissão e te certificarás de que a donzela está realmente grávida.
Saíram os emissário e encontraram-na tal qual havia dito Anás. Por isso levaram-na, juntamente com José, ante o tribunal.
O sacerdote iniciou, dizendo:
— Maria, como fizeste tal coisa? Que te levou a vilipendiar tua alma e esquecer-te do Senhor teu Deus? Tu que te criaste no Santo dos Santos, que recebias alimento das mãos de um anjo, que escutaste os hinos e que dançavas na presença de Deus? Como fizeste isso?
Ela se pôs a chorar amargamente, dizendo:
— Juro pelo Senhor meu Deus que estou pura em sua presença e que não conheci varão.
Então o sacerdote dirigiu-se a José, perguntando-lhe:
— Por que fizeste isso?
Replicou José:
— Juro pelo Senhor meu Deus, que me encontro puro com relação a ela.
Acrescentou o sacerdote:
— Não jures em falso! Dize a verdade! Usaste fraudulentamente o matrimônio e não o deste a conhecer ao povo de Israel. Não abaixaste tua cabeça sob a mão poderosa de Deus, por quem sua descendência havia sido bendita.
José guardou silêncio.
— Devolve, pois — continuou o sacerdote, — a virgem que recebeste do templo do Senhor.
José ficou com os olhos marejados em lágrimas. Acrescentou ainda o sacerdote:
— Farei com que bebais da água da prova do Senhor e ela vos mostrará, diante de vossos próprios olhos, vossos pecados.
Tomando da água, fez José bebê-la, enviando-o em seguida à montanha, de onde voltou são e salvo. Fez o mesmo com Maria, enviando-a também à montanha, mas ela voltou sã e
salva.
Toda a cidade encheu-se de admiração ao ver que não havia pecado neles.
Disse o sacerdote:
— Posto que o Senhor não declarou vosso pecado, tampouco irei condenar-vos.
Então despediu-os. Tomando Maria, José voltou para casa cheio de alegria e louvado ao Deus de Israel.
Veio uma ordem do imperador Augusto para que se fizesse o censo de todos os habitantes de Belém da Judéia.
Disse José:
— A meus filhos posso recensear, mas que farei desta donzela? Como vou incluí-la no censo? Como minha esposa? Envergonhou-me. Como minha filha? Mas já sabem todos os filhos de Israel que não é! Este é o dia do Senhor, que se faça a sua vontade.
Selando sua asna, fez com que Maria se acomodasse sobre ela.
Enquanto um de seus filhos ia à frente, puxando o animal pelo cabresto, José os acompanhava.
Quando estavam a três milhas de distância de Belém, José virou-se para Maria e viu que ela estava triste.
Disse consigo mesmo:
— Deve ser a gravidez que lhe causa incômodo.
Ao voltar-se novamente, encontrou-a sorrindo e indagou-lhe:
— Maria, que acontece, pois que algumas vezes te vejo sorridente e outras triste?
Ela lhe disse:
— É que se apresentam dois povos diante de meus olhos: um que chora e se aflige e outro que se alegra e se regozija.
Ao chegar à metade do caminho, disse Maria a José:
— Desça-me, porque o fruto de minhas entranhas luta por vir à luz.
Ele a ajudou a apear da asna, dizendo-lhe:
— Aonde poderia eu levar-te para resguardar teu pudor, já que estamos em campo aberto?
Encontrando uma caverna, levou-a para dentro e, havendo deixado seus filhos com ela, foi buscar uma parteira na região de Belém.
Eis que José encontrou-se andando, mas não podia avançar. Ao levantar seus olhos para o espaço, pareceu lhe ver como se o ar estivesse estremecido de assombro.
Quando fixou vista no firmamento, encontrou-o estático e os pássaros do céu, imóveis.
Ao dirigir seu olhar à terra, viu um recipiente no solo e uns trabalhadores sentados em atitude de comer, com suas mãos na vasilha.
Os que pareciam comer, na realidade não mastigavam, e os que estavam em atitude de pegar a comida, tampouco a tiravam do prato. Finalmente, os que pareciam levar os manjares à boca, não o faziam, ao contrário, tinham seus rostos voltados para cima.
Também havia umas ovelhas que estavam sendo tangidas, mas não davam um passo.
Estavam paradas. O pastor levantou sua destra para bater-lhes com um cajado, mas parou sua mão no ar.
Ao dirigir seu olhar à corrente do rio, viu como uns cabritinhos punham nela seus focinhos, mas não bebiam. Em uma palavra, todas as coisas estavam afastadas, por uns instantes, de seu curso normal.
Então uma mulher que descia da montanha disse-lhe:
— Aonde vais?
Ao que ele respondeu:
— Ando procurando uma parteira hebréia.
Ela replicou:
— Mas és de Israel?
Ele respondeu:
— Sim.
— E quem é a que está dando à luz na caverna?
— É minha esposa.
— Então, não é tua mulher?
Ele respondeu:
— É Maria, a que se criou no templo do Senhor, e ainda que me tivesse sido dada por mulher, não o é, pois que concebeu por virtude do Espírito Santo.
Insistiu a parteira:
— Isso é verdade?
José respondeu:
— Vem e verás.
Então a parteira se pôs a caminho junto com ele. Ao chegar à gruta, pararam, e eis que esta estava sombreada por uma nuvem luminosa.
Exclamou a parteira:
— Minha alma foi engrandecida, porque meus olhos viram coisas incríveis, pois que nasceu a salvação para Israel. De repente, a nuvem começou a sair da gruta e dentro brilhou uma luz tão grande que seus olhos não podiam resistir.
Esta, por um momento, começou a diminuir tanto que deu para ver o menino que estava tomando o peito da mãe, Maria. A parteira então deu um grito, dizendo:
— Grande é para mim o dia de hoje, já que pude ver com meus próprios olhos um novo milagre.
Ao sair a parteira da gruta, veio ao seu encontro Salomé.
— Salomé, Salomé! — exclamou. — Tenho de te contar uma maravilha nunca vista.
Uma virgem deu à luz; coisa que, como sabes, não permite a natureza humana.
Salomé replicou:
— Pelo Senhor, meus Deus, não acreditarei em tal coisa, se não me for dado tocar com os dedos e examinar sua natureza.
Havendo entrado a parteira, disse a Maria:
— Prepara-te, porque há entre nós uma grande querela em relação a ti.
Salomé, pois, introduziu seu dedo em sua natureza, mas, de repente, deu um grito, dizendo:
— Ai de mim! Minha maldade e minha incredulidade é que têm a culpa! Por descrer do Deus vivo, desprende-se de meu corpo minha mão carbonizada.
Dobrou os joelhos diante do Senhor, dizendo:
— Ó Deus de nossos pais! Lembra-te de mim, porque sou descendente de Abraão, Isaac e Jacó! Não faças de mim um exemplo para os filhos de Israel! Devolve-me curada, porém, aos pobres, pois que tu sabes, Senhor, que em teu nome exercia minhas curas, recebendo de ti meu salário!
Apareceu um anjo do céu, dizendo-lhe:
— Salomé, Salomé, Deus escutou-te. Aproxima tua mão do menino, toma-o e haverá para ti alegria e prazer.
Acercou-se Salomé e o tomou, dizendo:
— Adorar-te-ei, porque nasceste para ser o grande Rei de Israel.
De repente, sentiu-se curada e saiu em paz da gruta. Nisso ouviu uma voz que dizia:
— Salomé, Salomé, não contes as maravilhas que viste até estar o menino em Jerusalém.
José dispôs-se a partir para Judéia. Por essa ocasião, sobreveio um grande tumulto em Belém, pois vieram um magos dizendo:
— Aonde está o recém-nascido Rei dos Judeus, pois vimos sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo?
Herodes, ao ouvir isso, perturbou-se. Enviou seus emissários aos magos e convocou os príncipes e os sacerdotes, fazendo-lhes esta pergunta:
— Que está escrito em relação ao Messias? Aonde ele vai nascer?
Eles responderam:
— Em Belém da Judéia, segundo rezam as escrituras.
Com isso, despachou-os einterrogou os magos com estas palavras:
— Qual é o sinal que vistes em relação ao nascimento desse rei?
Responderam-lhes os magos:
— Vimos um astro muito grande, que brilhava entre as demais estrelas e as eclipsava, fazendo-as desaparecer. Nisso soubemos que a Israel havia nascido um rei e viemos com a intenção de adorá-lo.
Replicou Herodes:
— Ide e buscai-o, para que também possa eu ir adorá-lo!
Naquele instante, a estrela que haviam visto no Oriente voltou novamente a guiá-los, até que chegaram à caverna e pousou sobre a entrada dela.
Vieram, então, os magos a ter com o Menino e Sua mãe, Maria, e tiraram oferendas de seus cofres: ouro, incenso e mirra.
Depois, avisados por um anjo para que não entrassem na Judéia, voltaram a suas terras por outro caminho.
Ao dar-se conta Herodes de que havia sido enganado, encolerizou-se e enviou seus sicários, dando-lhes a missão de assassinar todos os meninos de menos de dois anos.
Quando chegou até Maria a notícia da matança das crianças, encheu-se de temor e, envolvendo seu filho em fraldas, colocou-o numa manjedoura.
Quando Isabel inteirou-se de que também buscavam a seu filho João, pegou-o e levou-o a uma montanha. Pôs-se a ver onde haveria de escondê-lo, mas não havia um lugar bom para isso. Entre soluços, exclamou em voz alta:
— Ó Montanha de Deus, recebe em teu seio a mãe com seu filho, pois que não posso subir mais alto.
Nesse instante, abriu a montanha suas entranhas para recebê-los. Acompanhou-os uma grande luz, pois estava com ele um anjo de Deus para guardá-los.
Herodes prosseguia na busca de João e enviou seus emissários a Zacarias para que lhe dissessem:
— Aonde escondeste teu filho?
Ele respondeu desta maneira:
— Eu me ocupo do serviço de Deus e me encontro sempre no templo. Não sei onde está meu filho.
Os emissários informaram a Herodes tudo o que se passara e ele encolerizou-se muito, dizendo consigo mesmo:
— Deve ser seu filho que vai reinar em Israel.
Enviou, então, um outro recado, dizendo-lhe:
— Diga-nos a verdade sobre onde está teu filho, porque do contrário bem sabes que teu sangue está sob minhas mãos.
Zacarias respondeu:
— Serei mártir do Senhor, se te atreveres a derramar meu sangue, porque minha alma será recolhida pelo Senhor, ao ser segada uma vida inocente no vestíbulo do santuário. Ao romper da aurora, foi assassinado Zacarias, sem que os filhos de Israel se dessem conta desse crime.
Os sacerdotes se reuniram à hora da saudação, mas Zacarias não saiu a seu encontro, como de costume, para abençoá-los. Puseram-se a esperá-lo para saudá-lo na oração e para
glorificar o Altíssimo.
Ante sua demora, começaram a ter medo. Tomando ânimo, um deles entrou, viu ao lado do altar sangue coagulado e ouviu uma voz que dizia:
Zacarias foi morto e não se limpará o seu sangue até que chegue o vingador.
Ao ouvir a voz, encheu-se de temor e saiu para informar os sacerdotes que, tomando coragem, entraram e testemunharam o ocorrido. Então, os frisos do templo rangeram e eles rasgaram suas vestes de alto a baixo.
Não encontraram o corpo, somente a poça de sangue coagulado.
Cheios de temor, saíram para informar a todo o povo que Zacarias havia sido assassinado. A notícia correu em todas as tribos de Israel, que o choraram e guardaram luto por três dias e três noites.
Concluído esse tempo, reuniram-se os sacerdotes para deliberar sobre quem iriam pôr em seu lugar. Recaiu a sorte sobre Simeão, pois, pelo Espírito Santo, havia sido assegurado de que não veria a morte até que lhe fosse dado contemplar o Messias Encarnado.
Eu, Tiago, escrevi esta história. Ao levantar-se um grande tumulto em Jerusalém, por ocasião da morte de Herodes, retirei-me ao deserto até que cessasse o motim, glorificando ao Senhor meu Deus, que me concedeu a graça e a sabedoria necessárias para compor esta narração.
Que a graça esteja com todos aqueles que temem a Nosso Senhor Jesus Cristo, para quem deve ser a glória por todos os séculos dos séculos.
Amém.
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