São várias as 
qualidades que sustentam o médium em sua caminhada mediúnica. Mas uma das mais 
importantes é a forma como o médium a conduz, a exerce dentro do terreiro e em 
sua vida de modo geral. Um exemplo que podemos dar é a "educação mediúnica", que 
exige dedicação, responsabilidade, comprometimento, estudo e paciência (tempo de 
desenvolvimento, que varia de médium para médium). O desenvolvimento mediúnico 
não acontece de um dia para outro, de uma hora para outra, por isso a educação 
mediúnica se faz necessária para que o médium possa se conhecer, conhecer a sua 
mediunidade, a forma de relacionamento e chegada de seus guias, a irradiação de 
seus Orixás na vinda de seus falangeiros, as diferenciações posteriormente. Deve 
sempre procurar saber os porquês de cada obrigação, oferenda trabalho etc. 
Buscando o entendimento da relação entre sua mediunidade e esses fundamentos, e 
não ficar alheio ao que será feito com ele. 
Ter boa 
vontade no que faz, constitui a base do convívio entre os médiuns dentro do 
terreiro. Estar sempre de coração aberto a suas entidades e para o trabalho 
mediúnico dentro da Umbanda. O médium que vai para uma sessão de má-vontade, 
inseguro, arrogante, prepotente, de mal-humor, só faz mal a si e prejudica a 
corrente mediúnica, atraindo kiumbas e obsessores para perto dele, afastando 
seus guias, contribuindo apenas para a quebra dessa corrente. Se o médium não 
está bem para o exercício mediúnico, está fraco ou "carregado", este deve 
permanecer na assistência e buscar ajuda na força dos guias da casa para 
re-equilibrá-lo. Isso não denota fraqueza do médium ou de seus guias, mas sim 
responsabilidade e reconhecimento de suas limitações, na escalada de seus 
desenvolvimento. Sabendo a hora de ajudar, e a hora de ser ajudado, pois ser 
médium não quer dizer que se é um "super-homem". 
Assim, cada um 
deve reconhecer suas limitações dentro de seu desenvolvimento. O médium vaidoso 
comporta-se como dono da verdade. Recusa-se, sistematicamente, a ouvir críticas, 
advertências e conselhos. Acha que tudo pode e que tudo sabe, não ouvindo o que 
os guias dos mais velhos e do dirigente da casa tem a dizer. É um médium que, 
mais cedo ou mais tarde, atrairá para si, os kiumbas e obsessores que se 
alimentam de pensamentos negativos, arrogantes e vaidosos e, se o médium não 
muda a sua postura e o seu mental, afastará seus guias, e, conseqüentemente, 
acabara saindo da corrente do terreiro por causar prejuízo e confusão, ou será 
convidado a se retirar. O médium deve ter em mente que casa entidade que ele 
recebe têm sua própria personalidade. Assim, características diferentes dele 
sempre irão existir, ele não deve se retrair ou se prender por isso, mas deixar 
que a entrega seja total, pois a entidade responsável, saberá até onde pode ir 
dentro de suas características, sem, contudo, colocar o médium em ridículo. Dá 
mesma forma, o médium não deve se fazer pela entidade, não deve deixar o 
animismo interior se fazer por ele. Se não está sentindo nada, não deve fazer um 
teatro e se colocar como a entidade, muito menos, achar que arrepios, falar mal 
das pessoas, das coisas alheias é um prazer tão sutil e sedutor - algo parecido 
com whisky, gin ou cocaína - que uma pessoa de saúde moral precária facilmente 
sucumbe a essa epidemia. 
A palavra é 
instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre 
tem sido utilizada devidamente. Poucos são os homens que se valem desse precioso 
recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras. 
Fala-se muito por falar, para "matar tempo". A palavra, não poucas vezes, 
converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da 
revolta. 
Semelhantes a 
gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades. 
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano. 
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra. Há quem 
pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel. Há aqueles que falam 
meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste. 
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o 
veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas. 
Pense nisso! 
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas. 
Evitemos a censura. 
A maledicência 
começa na palavra do reproche inoportuno. Se desejarmos educar, reparar erros, 
não os abordemos estando o responsável ausente. 
Toda a palavra 
torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por 
envilecer o caráter de quem com isso se compraz. 
Enriqueçamos o 
coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina. Porque, 
de acordo com o Evangelho de Lucas, "a boca fala do que está cheio o coração". 
 
 

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