O 
perdão é a maior virtude que o ser humano pode cultivar e é resultado direto do 
amor. Torna leve a alma e só faz bem. Todos, sem exceção, devem 
experimentar.
Foi-se 
o tempo em que só as religiões se preocupavam com o perdão como forma de 
purificação espiritual. Hoje, a filosofia e a medicina também se dedicam aos 
efeitos do perdão, e ele está sendo considerado um dos mais importantes remédios 
para a alma. Além de ser a chave para a nossa libertação, libera o corpo de 
substâncias prejudiciais ao nosso organismo.
Ao 
perdoar, nos libertamos do passado, o que não significa, necessariamente, 
esquecê-lo. Significa que a lembrança dolorosa de algo que se passou não nos 
atinge mais, não nos incomoda nem nos traz sofrimento ou raiva. Quando não 
perdoamos, a nós e ao outro, ficamos apegados ao que se passou e nos privamos de 
agir em favor da nossa vida.
Perdoar 
é um grande passo. Tudo aquilo que fazemos somos capazes de desfazer. Se sabemos 
como agredir, sabemos também como pedir perdão. Se soubemos escutar a ofensa, 
saberemos também ouvir o pedido de perdão. É preciso, portanto, saber pedir e 
aceitar o perdão.
Quando 
sentimos muito ódio de algo que nos foi feito, nosso corpo astral fica 
impregnado de sombras espessas, que são diluídas com um simples perdão. O perdão 
é, assim, um remédio para a nossa alma, capaz de purificar o nosso corpo 
emocional, porque liberta as nossas emoções de sentimentos densos.
Ficar 
entupindo o nosso corpo emocional de tantos sentimentos difíceis não dá. A gente 
vai ficando pesado, e o corpo fluídico acaba adoecendo e refletindo a doença no 
físico. Se experimentarmos perdoar, veremos como vamos nos se sentir mais leve. 
O perdão esvazia o corpo astral e injeta luz. E luz não pesa.
Nossos 
corpos físicos são bastante individualizados. O que sentimos na matéria densa, 
geralmente, fica somente conosco. Nossas dores físicas, normalmente, não são 
sentidas por outras pessoas além de nós, a não ser que estejamos próximos de 
alguém com uma sensibilidade acima do normal.
O 
mesmo não ocorre com os nossos sentimentos e pensamentos, que podem afetar 
outras pessoas. Nosso corpos emocional e mental, por não serem tão 
individualizados, irradiam-se para fora como uma onda e são capazes de 
impressionar quem esteja em sintonia conosco. Por isso, precisamos assumir a 
responsabilidade pelo que sentimos e pensamos, e tentar modificar sentimentos e 
pensamentos que só nos fazem mal.
Se 
estamos com raiva, por exemplo, podemos contaminar alguém que esteja propício a 
ter raiva, e outro, e mais outro. No final, tem um monte de gente com raiva. É 
claro que, se cada um é responsável pelo que sente e pensa, não podemos nos 
responsabilizar por aqueles que estão em sintonia conosco e que percebem o nosso 
sentimento ou pensamento. Mas por que temos que ser nós o primeiro elo da 
cadeia? Não é muito melhor iniciar uma corrente do bem?
O 
perdão aciona essa corrente. Traz bênçãos para quem recebe e quem concede. É 
claro que isso não é fácil nem rápido. O perdão é uma virtude e, como toda 
virtude, precisa ser cultivado por muito tempo. Através do nosso poder interior, 
precisamos ir exercitando o cultivo aos sentimentos e pensamentos nobres. Temos 
inteligência e a chance do conhecimento. Conhecemos o poder da oração. Então, 
está na hora de a gente pegar essas ferramentas e usar em nosso benefício e, 
conseqüentemente, do outro também. Mesmo que não consigamos da primeira vez, 
vamos tentar. É através da persistência que alcançamos os nossos objetivos, e o 
perdão há de ser um deles.
É 
difícil perdoar quando reagimos da mesma forma como fomos agredidos, ou seja, 
revidando. Tudo o que fazemos, falamos e pensamos gera seu universo particular, 
e se criamos dor para alguém, na verdade, estamos criando sofrimento para nós 
mesmos. A lei de causa e efeito está aí para nos mostrar que, quando causamos um 
desequilíbrio na natureza, somos convidados a restituí-lo, de uma forma ou de 
outra.
Num 
primeiro momento, o revide pode nos dar a ilusão de alívio, de que estamos 
respondendo à altura, mas, toda vez que agimos dessa forma, trazemos inquietação 
e desconforto para a nossa vida. As ofensas, em verdade, nada mais são do que 
uma oportunidade que a Vida nos dá de perdoar. Nós é que iremos escolher entre 
perdoar ou ficar magoados, com ódio ou ressentimento.
Nem 
sempre quando perdoamos, nos manifestamos para o outro, e ele nem fica sabendo 
que foi perdoado. Porque o orgulho, muitas vezes, nos impede de nos aproximarmos 
de nosso desafeto e, com um gesto de simplicidade, tentarmos a reconciliação. A 
reconciliação é uma conseqüência direta do perdão.
Ao 
invés de ficarmos procurando defeitos no outro, vamos tentar descobrir o melhor 
nas pessoas, porque todo mundo tem algo de bom. Encontrar defeitos é fácil e 
qualquer um pode realizar, mas só os que são verdadeiramente sábios conseguem 
ver as qualidades de seus semelhantes. Se tentarmos buscar o que cada um tem de 
melhor, nos despiremos do orgulho e conseguiremos compreender que somos todos 
ferramentas importantes na construção da obra divina.

 
 

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