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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

IBEJIS - AS CRIANÇAS DA UMBANDA



Na Sua imensa Sabedoria e Perfeição, Olorum através dos Mestres Iluminados ao idealizarem a Umbanda como caminho ao seu encontro não esqueceu das crianças. Seres infantis que vivem no astral e no físico. Preocupados com a formação dos pequeninos encarnados, que precisam desde tenra idade ser envolvidos pela consciência de evolução e transcendência da alma é que se formou no astral de Umbanda, uma estrutura complexa de suporte aos encarnados, a linha das crianças ou dos Erês como é comumente conhecida.
Neste “agrupamento” agrega-se duas classes de espíritos. Um é a situação de espíritos que saem do quinto plano da evolução para encarnar pela primeira vez e por algum motivo acaba retornando ao plano espiritual ainda na fase infantil. Como a sua estrutura mental não configurou a fase adulta, pois não a alcançou neste novo estágio, então manter-se-á infantil até que novo reencarne ocorra e possa este espírito vivenciar todas as fases da experiência “vida terrena”. Porém, até que isso ocorra, este espírito vem para uma colônia dar continuidade a outras atividades, podendo muitos interagir com os encarnados através da mediunidade. Como são infantis e não tiveram o acesso aos “vícios e paixões” terrenos então ainda se mantêm puros energeticamente facilitando o trabalho espiritual típico desta linha que é a cura e a limpeza psíquica, este último é uma habilidade “exclusiva” desta linha. São habilidosos ao tratar da estrutura forma pensamento negativa. Para concluir este primeiro ponto, deixo reforçado que estes são espíritos humanos que desencarnaram crianças na sua primeira encarnação.
Uma outra presença mais massiva é a dos Encantados, ou seja, espíritos da quinta dimensão que não encarnaram e não são da natureza humana e sim encantados. Estes seres é que compõem o maior número de entidades que se manifestam nos terreiros como crianças e são mesmo, pois são espíritos infantis do reino encantado, que se preparam exaustivamente para interagirem com os encarnados. No entanto, muitas situações da realidade humana estes seres não compreendem e não participam e tampouco entendem sentimentos viciosos dos humanos. Estes interagem com os encarnados, pois focam primeiramente as crianças encarnadas, por uma questão de afinidade natural e depois é que vão se preocupar com os adultos. Sua energia é puríssima, pois na realidade em que vivem não existe estes infinitos cruzamentos energéticos como na dimensão humana.
Os encantados se dividem entre os quatro elementos primários que é: terra, ar, fogo e água. É perceptível isso quando incorporados, pois percebemos nos infantis da terra uma postura mais sisuda, nos do fogo uns verdadeiros espoletas, nos do ar bastante brincalhões e os da água são chorões e de certa forma manhosos.
Logo, o arquétipo desta linha de trabalho é a criança, oferecendo desta forma um campo fértil para o desenvolvimento da fé nas crianças terrenas, pois quando crescerem e saírem da faixa infantil esta linha já não lhe atrairá tanto, no entanto a semente da espiritualidade estará lá plantada e germinando uma frondosa árvore no caminho da evolução espiritual.
Não esqueça, Umbandista: a religião oferece uma estrutura perfeita de crescimento, explore melhor a linha das crianças e garanta o futuro iluminado da Umbanda.
Salve as Crianças!
Saravá!

Nota do Médium: Salve Pai Zuluá que neste objetivo discurso nos apresenta com clareza a realidade sobre esta linha. Há quem pregue que as crianças na Umbanda seriam espíritos adultos que tomam a forma infantil para interagir demonstrando a inocência e a alegria de viver. E percebemos agora que isso é um contra senso, oras, como podemos manifestar a inocência sem tê-la verdadeiramente em nós? Então o que vale é o fingimento? O fazer de conta que é? Qual propósito final? Pois é, perguntas e mais perguntas. E este texto apresenta que na Criação não tem faz de conta e no plano espiritual não existe falsetas, ou é ou não é. Assim, viva as crianças! Cuidemos de nossas crianças e vamos garantir não só o futuro da religião bem como da humanidade.
Salve Zezinho!



As Crianças são a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos. É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. É conhecida também como linha dos Erês ou de Ibeji. Na representação nos pontos riscados, Ibeji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu. Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.



Com Criança tudo pode acontecer. Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida. Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc. Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência. Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim. Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis. A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam. Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maior característica de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados. A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do país. Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe. Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.

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