Língua
A língua cigana (o romani) é uma língua da família indo-européia que, pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito, eles não permitem sua divulgação e tradução para que os Gadjoes (não-ciganos) não conheçam seus segredos. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri.
No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.
Outros dialetos como o Caló também são usados por alguns grupos.
VAMOS FALAR ROMANI?
Acans - olhos
Aruvinhar - chorar
Bales - cabelos
Baque - sorte, fortuna, felicidade
Bato - pai
Brichindin - chuva
Cabén - comida
Cabipe - mentira
Cadéns - dinheiro
Calin - cigana
Calon - cigano
Churdar - roubar
Dai (ou Bata) - mãe
Dirachin - noite
Duvêl - Deus
Estardar - prender
Gadjó - não cigano
Gajão - brasileiro, senhor
Gajin - brasileira, senhora
Jalar - ir embora
Kachardin - triste
Kambulin - amor
Lon - sal
Marrão - pão
Mirinhorôn - viúva
Naçualão - doente
Nazar - flor
Paguicerdar - pagar
Panin - água
Paxivalin - donzela
Querdapanin - português
Quiraz - queijo
Raty - sangue
Remedicinar - casar
Ron - homem
Runin - mulher
Sunacai - ouro
Suvinhar - dormir
Tiráques - sapatos
Trup - corpo
Urai - imperador ou rei
Urdar - vestir
Vázes - dedos ou mão
Xacas - ervas
Xinbire - aguardente
Xôres - barbas
Religião
Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades. Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram. No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego. Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã. Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.
A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer. Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha.
Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.
A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual à Camargue.
Muitas ciganas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) "Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço). Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar.
FONTE:
Sociedade Espiritualista Mata Virgem
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