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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vidas Passadas - Regressão







Durante milênios a filosofia e a metafísica tentam responder as perguntas da esfinge:

De onde vim?
Por que estou aqui?
Para onde vou?

Sem chegar a conclusão alguma, pois se baseiam em hipóteses, que variam de mente a mente ou, de maneira mais complexa ainda, como seja, emitindo "premissas". Partindo do postulado de que "premissa" é algo que se toma, ou melhor, que se pode admitir como verdade mais que, enquanto "premissa" não pode ser submetida à experimentação, não interessa ao campo da ciência; a ciência estuda realidades, iniciando com fenômeno ou algo de existência real para, depois, então, submeter o fato à análise, principalmente através da experimentação.

Quando falamos de regressão a vidas passadas falamos em Palingênese, Regressão a egos anteriores e Retrocognição. Tudo isto são abordagens filosóficas da teoria da reencarnação.

Para falarmos de vidas passadas, temos que primeiro pressupor a existência do espírito. Segundo o espiritualismo, a personalidade humana é o resultado da sintese das encarnações passadas, mais a encarnação presente.

Pontilhando como estrela de primeira grandeza nos céus da filosofia antiga, encontramos Platão, procurando provar, além da existência da alma, seu retorno em corpos sucessivos para, como afirmava, novamente se plenificar de sabedoria infinita, que trazia em potencialidade quando, por razões obscuras, foi banido do mundo das idéias, onde o homem era pleniconsciente.

Saindo do oceano imenso da filosofia antiga, vemos Descartes, através da negação de tudo que a filosofia afirmava, chegar a conclusão do "EGO SUM QUE SUM", isto é, "EU SOU AQUELE QUE SOU" ou, de maneira mais atual, "EU SOU O PENSADOR". Este pensador seria a transcedência absoluta do ser, ou seja, o espírito humano, aquilo que transcede os próprios pensamentos pois, para Descartes, a caracteristica da alma humana, ou sua transcedência máxima, era caracterizada pelo fato do ser humano poder manejar seus pensamentos.

Segundo a filosofia materialista da época, o ser humano nada mais era do que um conglomerado de pensamentos mais ou menos arbitrários, mais ou menos organizados e dependentes do meio. Descartes veio, entretanto, destruir esse conceito através da introspecção, como seja, "EU NÃO SOU SOMENTE MINHAS EMOÇÕES, PORQUE MINHAS EMOÇÕES DEPENDEM OU PODEM SER MUDADAS PELOS MEUS PENSAMENTOS". Com o magistral resultado de seu raciocínio filosófico, chegou a uma verdade considerada irrefutável, isto é, que "EU NÃO SOU APENAS UM CONGLOMERADO DE PENSAMENTOS, MAS, ALGO QUE TRANSCEDE OS PRÓPRIOS PENSAMENTOS", ou seja, algo de ser humano, que diz:

"Eu quero mudar de pensamento" ou "Eu quero pensar nisto ou naquilo".

A esta transcedência ou área do ser humano que maneja os pensamentos, ele chamou "O PENSADOR", ou melhor, o espírito que tudo transcende.

Somente há poucas décadas, graças ao avanço principalmente da física e da psicologia, a alma ou consciência humana vem sendo submetida ao crivo da ciência e mesmo à experimentação laboratoriais.

Dentro do enfoque da física, sabendo-se que a matéria densa é resultante de adensamentos energéticos de dimensões que vieram, ao se afastrem da fonte inicial, perdendo variáveis e criando "densidade", podemos concluir que tudo que é denso tem harmônicos até o "infinito".

Também com a física na mão, podemos dizer que o plano mais denso onde estamos, que é o plano tridimensional, está sujeito ao tempo, que tudo destroi. Para nós, tudo o que está "acima" do plano denso, cujo limite, atualmente admitido é a velocidade da luz, passa para planos de mais de três variáveis, como seja, a quarta, a quinta e a sexta dimensões. Assim sendo, considerando a estrutura densa do ser humano, ou seja, o corpo físico, denso, tem que ser harmônicos (a mesma expansão) até o infinito.

Podemos, assim, considerar a alma humana como o conjunto de harmônicos que permeiam o corpo físico, denso, portanto, perecível.

De conformidade com a psicologia, o ser humano tem dois inconsciente: o inconsciente atual e o inconsciente arcaico. O "Inconsciente Atual" é o resultado de tudo o que introjetamos desde o momento do nascimento, e o "Inconsciente Arcaico" é que trás a memória racial, ou seja, os conteúdos de memória dos períodos anteriores por que passou a espécie.

Filosoficamente falando;

Inconsciente Atual - Áreas superiores corticais, neocorticais ou isocorticais.

Inconsciente Arcaico - Áreas subcorticais ou paleocorticais.

Esta concepção encontra apoio na Reflexologia e no Behaviorismo.

A teoria Palingenética procura focalizar os inconscientes anteriores, os clichês astrais ou a memória de vidas passadas, nas células antigas do paleocórtex. Podemos dizer que o neocórtex é a área que vai aos poucos sendo programada em contato com o meio e o paleocórtex é a área que não se programa através do meio, pois já vem programada. Nessa área, estão os instintos ou, segundo a moderna etiologia, os "mecanismos deflagadores de comportamentos", os tipos psicológicos do ser, as quais serão desenvolvidas ou norteadas de conformidade com os meios onde estiverem imersas, na caminhada da vida. A Palingênese procura situar nessa área do "material" ou no contexto herdado, o conjunto das personalidades ou dos egos passados.

Devido a causas que a ciência ainda não pode explicar, entre quatro ou cinco pessoas, uma pode regredir com bastante clareza, à qual damos o nome de portadora de sensibilidade profunda. A grosso modo, 25% das pessoas possui uma sensibilidade que podemos chamar de profunda, pessoas estas que podem com facilidade regredir a passado remoto; 50% que chamamos de sensibilidade média, poderá regredir com certa dificuldade e com clareza pouco satisfatória; os 25% restantes poderemos considerar irregressíveis. As regressões de memórias feitas em pessoas de sensibilidade profunda, podemos regredi-los, dividindo a referida regressão, nas seguintes fases:

1º) Até o nascimento, que é o terreno da psicologia pois, dentro de uma abordagem hipno-analítica (psicanálise) podemos detectar traumas ou situações recalcadoras, até mesmo durante o parto.

2º) Até três meses antes do nascimento, onde muitas vezes vamos encontrar memórias de acontecimentos externos vividos ou presenciados pela mãe, o que existe com relativa frequência na literatura da Psicologia Analítica.

3º) Até a concepção, o que já consideramos terreno da Parapsicologia.

4º) A uma época anterior à sua concepção, onde descrevem uma vida em plano psíquico ou em um plano espacial e , nesta descrição, o que mais espanta o pesquisador, principalmente se o mesmo é psicólogo ou psiquiatra, é o fato de não podermos entender onde ele foi condicionar reflexos para descrição rica e minuciosa em detalhes, que todos falam desse plano psíquico.

5º) Como ponto culminante do processo regressivo, vemos que, durante o período em que vamos levando a memória cada vez mais para trás, num determinado período, em geral entre 70 e 150 anos anteriores ao nascimento, o percipiente toma atitudes estranhas, assumindo uma personalidade diferente e, às vezes, sexo também diferente. A partir daí, passa a descrever uma vida nessa época longínqua, com todas as características de estar descrevendo uma realidade aonde, na grande maioria das vezes, não notamos processos alucinatórios, nem tão pouco interveniência de fantasias do inconsciente. É comum até em grande parte dos casos, o percipiente falar a língua da época, com sotaque da época.

É digno também de estudos, a descrição de semelhança que ocorre no fenômeno morte, assim como o desligamento do espírito, para depois seguir os intricados páramos do que chamaremos plano psíquico, até se apresentar renascendo na vida presente.

Nessas revivescências ou representações vivenciais, o percipiente, independente de sua filosofia ou credo religioso, descreve com os mínimos detalhes e com a máxima coerência possível, todos os momentos de sua vida, assim como o processo psicológico de maturação da infância, adolescência e idade adulta, com todos os coloridos dessas fases, na época. Até o timbre vocal acompanha a idade cronológica da pessoa. Neste processo, nota-se um apagamento total dos analisadores atuais, passando a funcionar as características mentais da cultura da época, num ego, como se realmente estivesse revivendo uma outra existência.

A cultura e grau de conhecimento do percipiente, durante o transe, geralmente, não coincide com o que ele tem no presente, pois que se apresenta com uma cultura bem maior.



Podemos citar alguns exemplos:

1 Um delegado de polícia do Rio de Janeiro, dentro do processo regressivo, apresentou-se como irmã de caridade, diretora de um dos maiores colégios da Bahia, tendo falecido em 1875. Ardendo de curiosidade, partiu para Salvador onde, nos arquivos do referido estabelecimento de ensino, constatou que a citada irmã de caridade tinha sido diretora, aquela época, havendo resquício de sua sepultura.

2 Outro paciente, cujo nome real é Doralício, rapaz culto, trinta e seis anos de idade, ao regredir, tomou personalidade de escravo recém-nascido em angola que, na representação psicológica, exatamente idêntica a um escravo da época, descreveu com minúcia toda sua vida naquela região. Anos após, foi comprovada a existência de quase tudo o que descreveu, por um casal de médicos, que lá passou uns seis meses. Até um rio e uma cidade que, poucos anos mais tarde, mudaram de nome.

3 Uma aluna da Faculdade Gama Filho apresentou-se, morando numa determinada rua de Santa Teresa, tendo morrido em 1937 e dando o nome completo de seus pais; indo com um grupo de colegas à referida casa, reconheceu todos os cômodos, notando apenas a diferença da cor de dois compartimentos nos quais, após ter sido raspada um pouco a parede, apareceu a antiga cor. A constatação mais interessante deste caso foi a certidão de óbito por ela obtida, em cartório, do homem que ela dera como pai e que morrera cinco anos depois da morte da percipiente.

4 Um rapaz de quatorze anos apresentou-se como um sacerdote chinês há mil anos passados, descrevendo todos os processos de iniciação da época e dando uma mensagem em chinês que , depois, no centro chinês, foi constatado ser um chinês antigo, sendo traduzidas, apenas, vinte e poucas palavras.

No processo regressivo, parece que atingimos um desses egos anteriores ou clichês astrais, fazendo com que o mesmo entre em funcionamento, com o apagamento do ego atual. Sempre acontecerá, quando houver condições apropriadas indispensáveis, ou seja, um percipiente adequado, que se encontra um, entre quatro pessoas.

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