Durante milênios a filosofia e a metafísica tentam
responder as perguntas da esfinge:
De onde vim?
Por que estou aqui?
Para onde vou?
Sem chegar a conclusão alguma, pois se baseiam em
hipóteses, que variam de mente a mente ou, de maneira mais complexa
ainda, como seja, emitindo "premissas". Partindo do postulado de que
"premissa" é algo que se toma, ou melhor, que se pode admitir como
verdade mais que, enquanto "premissa" não pode ser submetida à
experimentação, não interessa ao campo da ciência; a ciência estuda
realidades, iniciando com fenômeno ou algo de existência real para,
depois, então, submeter o fato à análise, principalmente através da
experimentação.
Quando falamos de regressão a vidas passadas falamos
em Palingênese, Regressão a egos anteriores e Retrocognição. Tudo isto
são abordagens filosóficas da teoria da reencarnação.
Para falarmos de vidas passadas, temos que primeiro
pressupor a existência do espírito. Segundo o espiritualismo, a
personalidade humana é o resultado da sintese das encarnações passadas,
mais a encarnação presente.
Pontilhando como estrela de primeira grandeza nos céus
da filosofia antiga, encontramos Platão, procurando provar, além da
existência da alma, seu retorno em corpos sucessivos para, como
afirmava, novamente se plenificar de sabedoria infinita, que trazia em
potencialidade quando, por razões obscuras, foi banido do mundo das
idéias, onde o homem era pleniconsciente.
Saindo do oceano imenso da filosofia antiga, vemos
Descartes, através da negação de tudo que a filosofia afirmava, chegar a
conclusão do "EGO SUM QUE SUM", isto é, "EU SOU AQUELE QUE SOU" ou, de
maneira mais atual, "EU SOU O PENSADOR". Este pensador seria a
transcedência absoluta do ser, ou seja, o espírito humano, aquilo que
transcede os próprios pensamentos pois, para Descartes, a caracteristica
da alma humana, ou sua transcedência máxima, era caracterizada pelo
fato do ser humano poder manejar seus pensamentos.
Segundo a filosofia materialista da época, o ser
humano nada mais era do que um conglomerado de pensamentos mais ou menos
arbitrários, mais ou menos organizados e dependentes do meio. Descartes
veio, entretanto, destruir esse conceito através da introspecção, como
seja, "EU NÃO SOU SOMENTE MINHAS EMOÇÕES, PORQUE MINHAS EMOÇÕES DEPENDEM
OU PODEM SER MUDADAS PELOS MEUS PENSAMENTOS". Com o magistral resultado
de seu raciocínio filosófico, chegou a uma verdade considerada
irrefutável, isto é, que "EU NÃO SOU APENAS UM CONGLOMERADO DE
PENSAMENTOS, MAS, ALGO QUE TRANSCEDE OS PRÓPRIOS PENSAMENTOS", ou seja,
algo de ser humano, que diz:
"Eu quero mudar de pensamento" ou "Eu quero pensar
nisto ou naquilo".
A esta transcedência ou área do ser humano que maneja
os pensamentos, ele chamou "O PENSADOR", ou melhor, o espírito que tudo
transcende.
Somente há poucas décadas, graças ao avanço
principalmente da física e da psicologia, a alma ou consciência humana
vem sendo submetida ao crivo da ciência e mesmo à experimentação
laboratoriais.
Dentro do enfoque da física, sabendo-se que a matéria
densa é resultante de adensamentos energéticos de dimensões que vieram,
ao se afastrem da fonte inicial, perdendo variáveis e criando
"densidade", podemos concluir que tudo que é denso tem harmônicos até o
"infinito".
Também com a física na mão, podemos dizer que o plano
mais denso onde estamos, que é o plano tridimensional, está sujeito ao
tempo, que tudo destroi. Para nós, tudo o que está "acima" do plano
denso, cujo limite, atualmente admitido é a velocidade da luz, passa
para planos de mais de três variáveis, como seja, a quarta, a quinta e a
sexta dimensões. Assim sendo, considerando a estrutura densa do ser
humano, ou seja, o corpo físico, denso, tem que ser harmônicos (a mesma
expansão) até o infinito.
Podemos, assim, considerar a alma humana como o
conjunto de harmônicos que permeiam o corpo físico, denso, portanto,
perecível.
De conformidade com a psicologia, o ser humano tem
dois inconsciente: o inconsciente atual e o inconsciente arcaico. O
"Inconsciente Atual" é o resultado de tudo o que introjetamos desde o
momento do nascimento, e o "Inconsciente Arcaico" é que trás a memória
racial, ou seja, os conteúdos de memória dos períodos anteriores por que
passou a espécie.
Filosoficamente falando;
Inconsciente Atual - Áreas superiores corticais,
neocorticais ou isocorticais.
Inconsciente Arcaico - Áreas subcorticais ou
paleocorticais.
Esta concepção encontra apoio na Reflexologia e no
Behaviorismo.
A teoria Palingenética procura focalizar os
inconscientes anteriores, os clichês astrais ou a memória de vidas
passadas, nas células antigas do paleocórtex. Podemos dizer que o
neocórtex é a área que vai aos poucos sendo programada em contato com o
meio e o paleocórtex é a área que não se programa através do meio, pois
já vem programada. Nessa área, estão os instintos ou, segundo a moderna
etiologia, os "mecanismos deflagadores de comportamentos", os tipos
psicológicos do ser, as quais serão desenvolvidas ou norteadas de
conformidade com os meios onde estiverem imersas, na caminhada da vida. A
Palingênese procura situar nessa área do "material" ou no contexto
herdado, o conjunto das personalidades ou dos egos passados.
Devido a causas que a ciência ainda não pode explicar,
entre quatro ou cinco pessoas, uma pode regredir com bastante clareza, à
qual damos o nome de portadora de sensibilidade profunda. A grosso
modo, 25% das pessoas possui uma sensibilidade que podemos chamar de
profunda, pessoas estas que podem com facilidade regredir a passado
remoto; 50% que chamamos de sensibilidade média, poderá regredir com
certa dificuldade e com clareza pouco satisfatória; os 25% restantes
poderemos considerar irregressíveis. As regressões de memórias feitas em
pessoas de sensibilidade profunda, podemos regredi-los, dividindo a
referida regressão, nas seguintes fases:
1º) Até o nascimento, que é o terreno da psicologia
pois, dentro de uma abordagem hipno-analítica (psicanálise) podemos
detectar traumas ou situações recalcadoras, até mesmo durante o parto.
2º) Até três meses antes do nascimento, onde muitas
vezes vamos encontrar memórias de acontecimentos externos vividos ou
presenciados pela mãe, o que existe com relativa frequência na
literatura da Psicologia Analítica.
3º) Até a concepção, o que já consideramos terreno da
Parapsicologia.
4º) A uma época anterior à sua concepção, onde
descrevem uma vida em plano psíquico ou em um plano espacial e , nesta
descrição, o que mais espanta o pesquisador, principalmente se o mesmo é
psicólogo ou psiquiatra, é o fato de não podermos entender onde ele foi
condicionar reflexos para descrição rica e minuciosa em detalhes, que
todos falam desse plano psíquico.
5º) Como ponto culminante do processo regressivo,
vemos que, durante o período em que vamos levando a memória cada vez
mais para trás, num determinado período, em geral entre 70 e 150 anos
anteriores ao nascimento, o percipiente toma atitudes estranhas,
assumindo uma personalidade diferente e, às vezes, sexo também
diferente. A partir daí, passa a descrever uma vida nessa época
longínqua, com todas as características de estar descrevendo uma
realidade aonde, na grande maioria das vezes, não notamos processos
alucinatórios, nem tão pouco interveniência de fantasias do
inconsciente. É comum até em grande parte dos casos, o percipiente falar
a língua da época, com sotaque da época.
É digno também de estudos, a descrição de semelhança
que ocorre no fenômeno morte, assim como o desligamento do espírito,
para depois seguir os intricados páramos do que chamaremos plano
psíquico, até se apresentar renascendo na vida presente.
Nessas revivescências ou representações vivenciais, o
percipiente, independente de sua filosofia ou credo religioso, descreve
com os mínimos detalhes e com a máxima coerência possível, todos os
momentos de sua vida, assim como o processo psicológico de maturação da
infância, adolescência e idade adulta, com todos os coloridos dessas
fases, na época. Até o timbre vocal acompanha a idade cronológica da
pessoa. Neste processo, nota-se um apagamento total dos analisadores
atuais, passando a funcionar as características mentais da cultura da
época, num ego, como se realmente estivesse revivendo uma outra
existência.
A cultura e grau de conhecimento do percipiente,
durante o transe, geralmente, não coincide com o que ele tem no
presente, pois que se apresenta com uma cultura bem maior.
Podemos citar alguns exemplos:
1 Um delegado de polícia do Rio de Janeiro, dentro do
processo regressivo, apresentou-se como irmã de caridade, diretora de um
dos maiores colégios da Bahia, tendo falecido em 1875. Ardendo de
curiosidade, partiu para Salvador onde, nos arquivos do referido
estabelecimento de ensino, constatou que a citada irmã de caridade tinha
sido diretora, aquela época, havendo resquício de sua sepultura.
2 Outro paciente, cujo nome real é Doralício, rapaz
culto, trinta e seis anos de idade, ao regredir, tomou personalidade de
escravo recém-nascido em angola que, na representação psicológica,
exatamente idêntica a um escravo da época, descreveu com minúcia toda
sua vida naquela região. Anos após, foi comprovada a existência de quase
tudo o que descreveu, por um casal de médicos, que lá passou uns seis
meses. Até um rio e uma cidade que, poucos anos mais tarde, mudaram de
nome.
3 Uma aluna da Faculdade Gama Filho apresentou-se,
morando numa determinada rua de Santa Teresa, tendo morrido em 1937 e
dando o nome completo de seus pais; indo com um grupo de colegas à
referida casa, reconheceu todos os cômodos, notando apenas a diferença
da cor de dois compartimentos nos quais, após ter sido raspada um pouco a
parede, apareceu a antiga cor. A constatação mais interessante deste
caso foi a certidão de óbito por ela obtida, em cartório, do homem que
ela dera como pai e que morrera cinco anos depois da morte da
percipiente.
4 Um rapaz de quatorze anos apresentou-se como um
sacerdote chinês há mil anos passados, descrevendo todos os processos de
iniciação da época e dando uma mensagem em chinês que , depois, no
centro chinês, foi constatado ser um chinês antigo, sendo traduzidas,
apenas, vinte e poucas palavras.
No processo regressivo, parece que atingimos um desses
egos anteriores ou clichês astrais, fazendo com que o mesmo entre em
funcionamento, com o apagamento do ego atual. Sempre acontecerá, quando
houver condições apropriadas indispensáveis, ou seja, um percipiente
adequado, que se encontra um, entre quatro pessoas.
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