Viemos do Plano Astral Superior para um Plano mais
denso e imperfeito (Astral Inferior), para que, na interação com as
dificuldades inerentes a este nível evolutivo, as nossas imperfeições
venham à tona e tenhamos então a possibilidade de lidar com elas,
visando a sua melhoria ou eliminação. Isso não pode ocorrer quando
estamos desencarnados no Astral superior, pela elevada consciência
vigente lá que faz com que não existam os testes e as provas comuns
aqui. Lá em cima, pela elevada freqüência vibratória do local, são
ativados nossos chakras superiores e manifestamos nossas superioridades;
aqui, pela baixa freqüência vigente, ativam-se nossos chakras
inferiores e manifestam-se nossas inferioridades; por isso voltamos para
cá: para encontrarmos nossas inferioridades, que lá ocultam-se. Mas
quando as encontramos, culpamos os pais, a família, a vida, os outros, a
sociedade...
Viemos buscar os resgates e harmonizações com antigos
companheiros de viagem, que geralmente vêm na nossa família, ou vamos
encontrando durante a vida. Mas para alcançarmos isso, precisamos
primeiramente irmos curando nossas inferioridades: orgulho, vaidade,
mágoa, raiva, ressentimento, etc.
Essas noções e tantas outras a respeito da
Reencarnação, que têm permanecido limitadas apenas ao campo da religião,
principalmente na religião Espírita, precisam agora ser incorporadas
pela Psicologia e pela Psiquiatria, a fim de serem melhor entendidos os
nossos problemas e conflitos. Também a Medicina, e isso já está
ocorrendo, irá entender que não somos apenas esse corpo físico visível, e
sim temos outros corpos, sutis, onde iniciam-se verdadeiramente as
doenças. A Psiquiatria, um dia, quando entrar no campo do invisível,
entenderá o que são essas vozes "imaginárias", o que são as
"alucinações", etc., e descobrirá que o que chama de "paranóia",
"esquizofrenia", "transtorno bipolar", etc., comumente são emersões de
nossas personalidades de outras vidas, geralmente acompanhadas de outras
personalidades, intrusas, os chamados obsessores.
Está chegando um novo Milênio e, com ele, uma nova
Psicologia, uma nova Medicina e uma nova Psiquiatria. E os médicos, os
psicólogos, os psiquiatras e os psicoterapeutas em geral, que acreditam
nos princípios reencarnacionistas, não podem mais lidar apenas com o
nosso corpo visível e as doenças físicas, e com essa passagem terrestre,
chamando-se, equivocadamente, de "a vida". É preciso coerência; quem
acredita em Reencarnação deve vivenciá-la no seu dia-a-dia e não apenas
quando está em seu Centro Espírita ou lendo seus livros em casa. Assim
caminha a Humanidade, a passos lentos, mas sempre adiante. Então, vamos
em frente!
Reencarnamos para tentarmos melhorar uma tendência de
manifestarmos pensamentos e sentimentos ainda inferiores (Personalidade
Congênita), passando por situações que os fazem aflorar e transparecer
(gatilhos), com o objetivo evolutivo de os enfrentarmos e vencermos (a
Missão). Então, aqui estamos, novamente, e repetidas vezes, para
encontrarmos nossas características negativas e modificá-las
positivamente. Estamos propondo que, em vez de nos vitimizarmos e
criarmos toda uma problemática psicopatogênica em relação à infância,
baseada na mágoa, na tristeza, na rejeição, na raiva, etc., passemos a
encarar de modo diferente essas situações e até, quem sabe, agradeçamos
ao nosso destino por tê-las colocado em nosso caminho, pois assim
saberemos o que viemos curar em nós (a Reforma Íntima). Por que alguém
precisou vir filho daquela mãe? O que houve entre eles em encarnações
passadas? O filho pode ter sido seu marido, seu patrão, seu carrasco...
Deus nunca erra o alvo.
Reencarnamos para encontrar nossas imperfeições, mas
quando as encontramos por vezes não gostamos das pessoas e/ou situações
que as fazem aflorar. E aí sentimos raiva ou mágoa daquela pessoa, mas,
na verdade, nós estamos exteriorizando nossa raiva e mágoa congênitas,
que nasceram conosco, o que é diferente de pensar que a raiva e a mágoa
surgiram na infância. Exemplificando: uma pessoa refere um forte
sentimento de rejeição e mágoa por ter-se sentido abandonada e
não-querida durante a infância. Acredita que a causa disso foi o fato de
seu pai não ter assumido a paternidade e abandonado a família. Ela
revela, desde criança, uma postura perante a vida calçada nesses
sentimentos e durante sua vida freqüentemente sente-se triste, magoada, e
com a sensação e o medo de ser rejeitada. No entanto, inúmeras outras
pessoas, que quando crianças passaram por situações semelhantes, não
referem esses pensamentos e sentimentos ou, pelo menos, não em nível tão
profundo. Por quê? Claro que fatores atenuantes como atenções e
orientações dos demais familiares, atendimento psicológico precoce,
etc., ajudam a que isso não ocorra de modo grave. Mas a explicação para o
fato daquela pessoa ter demonstrado enormes sentimentos de abandono e
rejeição, ou seja, ter sentido aquela situação de um modo tão intenso e
outras pessoas que passaram por situação semelhante não terem sentido
tanto assim, é que ela já trazia essa tendência consigo, a tendência de
sentir desse modo, de situações semelhantes vivenciadas em encarnações
anteriores, o que nessa encarnação sofreu mais um reforço, pela atitude
paterna.
E por que sua Alma necessitou passar por essa situação
nessa encarnação? Muitas vezes, nós temos contato com nossos futuros
pais antes mesmo de iniciarmos nossa materialização intra-uterina, e
então podemos conversar com essa pessoa sobre isso nas conversas de
Psicoterapia Reencarnacionista. Por que ela, que traz abandono e
rejeição para curar, oriundas de encarnações passadas, necessita passar
por uma nova vivência encarnatória semelhante? Se lembrarmos que
descemos do Astral Superior para encontrarmos nossas inferioridades, ela
pode ter necessitado dessa experiência para que esses antigos
sentimentos aflorassem e pudesse então entrar em contato com eles,
possibilitando-se trabalhá-los e curá-los. Se alguém traz mágoa e
sensação de abandono para curar em seu Espírito, necessitará de pessoas
ou situações que façam isso aflorar. E a Lei do Retorno? Quem sabe ela
abandonou esse Espírito que é seu pai atualmente em alguma vida passada,
e então ela não é uma vitima e, sim, coadjuvante de todo esse processo?
Nas regressões algumas vezes o abandonado e rejeitado hoje e em vidas
passadas vê-se como um abandonador e rejeitador em vidas ainda mais
passadas...
Nossa Alma colabora na criação de nossas experiências
terrenas por uma necessidade de crescimento, que implica em eliminar
esses seculares ou milenares sentimentos e pensamentos negativos, ou
seja, reencarnamos para isso, para essa "limpeza", e então devemos
fazê-la, e não manter, ou até agravar esses sentimentos. Isso é o que
significa dizermos que nós pedimos isso... Não fomos nós, nossos Egos,
foi nossa Alma, em conjunto com a Grande Alma (Deus). Mas se acharmos
que tudo começou na infância, que somos uma vítima, que nosso pai -ou
nossa mãe- é o vilão, vamos passar anos e anos em terapia falando sobre
isso, até que um dia nosso corpo físico morre, subimos para o Astral
Superior, encontramos nosso Mentor Espiritual, que senta conosco em um
banco naquele lindo jardim, abre um telão e nos diz: vamos examinar
algumas de suas vidas passadas?
Não penso que seja tudo tão cartesiano assim.
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