Omulu
Obaluaye representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa uma coroa de palha (AZÊ) que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas não poderiam olhar para ele. Ninguém pode olhar o sol diretamente. Esta forte mente relacionado os troncos e os ramos das árvores e transporta o axé preto, vermelho e branco. Sua matéria de origem é a terra e, como tal, ele é o resultado de um processo anterior. Relaciona-se também com os espiritos contidos na terra. O colar que o simboliza é o ladgiba, cujas contas são feitas da semente existente dentro da fruta do Igi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Usa também bradga, um colar grande de cauris. É interessante notar que a lenda de Omulu/Obaluaye mescla toda a transição alquímica, da TERRA até o SOL (ou transformação de Chumbo em Ouro), tal qual diversas outras mitologias e seus heróis na jornada de Malkuth até Tiferet.
Na mitologia católica, Omulu é sincretizado com São Lázaro.
Iemanjá
Deusa das águas, mares e oceanos, é a manifestação da procriação, da restauração, das emoções e símbolo da fecundidade. Está associada ao poder genitor, a interioridade, aos filhos contidos em si mesma. Seu adedé (leque) simboliza a cabeça mestra. Ela é muito bonita, vaidosa e dança com o obebé (espelhinho) e pulseiras. Na Nigéria ela é patrona da sociedade Geledes, sociedade feminina ligada ao culto das Yamis, as feiticeiras. No Rio de Janeiro, Santos e Porto Alegre, o culto a Iemanjá é muito intenso durante a última noite do ano, quando centenas de milhares de adeptos vão, cerca de meia noite, acender velas ao longo das praias e jogar flores e presente no mar.
Iemanjá está diretamente relacionada a Yesod e corresponde a todas as deusas lunares e guardiãs dos mistérios, como Ísis, Hecate, Selene e Diana. Na mitologia católica, está relacionada a Nossa Senhora dos Navegantes.
Exú
Exú é o primeiro que se serve e se cultua, é o Senhor, o decano de todos os elementos.
Exú representa a esfera de Hod está relacionado diretamente com Toth, Hermes, Mercúrio, Loki, Anansi, Ogma, Prometeus e todos os deuses e heróis professores e responsáveis por carregar os ensinamentos do Divino para os Homens. Hod faz a ponte da linguagem, entre os sentimentos e o pensamento abstrado, sem o qual não haveria o método científico nem o armazenamento do aprendizado.
Apesar de ser um dos mais importantes Orixás, a Igreja Católica, através dos picaretas Jesuítas, sincretizou o Exú na figura do Diabo, associando ao demônio elementos como o tridente, a cor vermelho e preta e o falo. Os ignorantes das Igrejas Neopentecostais propagam esta besteirada em suas perseguições às outras religiões e cultos, gerando muito do preconceito em relação aos Umbandistas e praticantes das religiões afro-brasileiras.
Oxum
Osun é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre as águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível. Dança de preferência sob o ritmo de sua terra: Igexá. Sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora. Oxum está relacionada diretamente com Netzach e corresponde às deusas da beleza de todos os panteões, como Vênus, Afrodite, Ishtar, Astarte, Frigga e Lakshmi. Na mitologia católica, Oxum equivale a Nossa Senhora da Conceição.
Oxalá
Na mitologia africana, é considerado o pai de todos os orixás e de todos os seres vivos, sendo, por esse motivo, constantemente reverenciado em festas públicas e diversos rituais. Está sempre presente nas antigas lendas, representando a figura veneranda de um pai. Sua posição é muito destacada, tendo o respeito de todos os orixás, que se curvam à sua presença.
Oxalá (o Sol) é pai de todos os principais Orixás, junto com Iemanjá (a Lua), dos quais simbolicamente resultam do Casamento Alquímico de Osíris-Ísis. Corresponde a Jesus Cristo na mitologia católica, a Apolo, Buda, Krishna, Mithra, Baldur e todos os deuses solares dos Panteões.
A Correspondência sefirática de Oxalá é Tiferet.
Ogum
Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela umbanda, onde é muito popular. É sincretizado comumente com São Jorge, tradicional guerreiro dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
Ogum é aquele que gosta de iniciar as conquista mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas. Na África Ogum é o Deus do ferro ,a divindade que brande a espada e forja o f erro, transformando-o no instrumento de luta. Assim, seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam o ferro: ferreiros, barbeiros etc…É por extensão o orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia.
Tem correspondência com Thor, Ares, Hefaestus, Marte, Vulcano, Bodicea, Indra e Hórus. Com todos os deuses ligados à guerra ou ao manejo do ferro.
Oxóssi
Nesse sentido, dois orixás iorubás fogem da tradição básica: o mago Ossain, o solitário senhor das folhas e Oxóssi , o caçador. Ambos são irmãos de Ogum na maior parte das lendas e possuem o gosto pelo individualismo e o ambiente que habitam: a floresta virgem, as terras verdes não cultivadas. A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido pela civilização iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Nela o homem não tem a proteção da organização social, do maior número de pessoas. Os caminhos não são traçados pelas cabanas, mas sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar livremente. É o território do medo. Oxóssi é o orixá masculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Ossain é o Senhor do conhecimento de todas as ervas e também do Ifá.
Esta correlação de Chesed com o Santo Graal Cristão, detentor de todo o conhecimento esotérico, traz paralelos com Wotan e Odin, senhores das Runas, e com Zeus/Júpiter, o detentor de todo o conhecimento.
Nanã
Por ser a detentora dos conhecimentos mais profundos e antigos dos Orixás, Nanã corresponde diretamente a Daath, a sephira do Conhecimento e guardiã dos maiores mistérios da Criação.
Xangô
Xangô é o rei das pedreiras, Senhor dos coriscos e do trovão, Pai de justiça e o Orixá da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é conhecido como o Orixá mais vaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por natureza e chamado pelo termo Oba, que significa rei. E é o Orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital política daquele país.
No dia a dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos. Encontramos Xangô nas lideranças de sindicatos, associações, movimentos políticos, nos partidos políticos, nas campanhas políticas, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. Xangô é a rigidez, a organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso cultural e social, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer.
Xangô é a capacidade de organizar e pôr em prática os projetos de diferentes áreas, é a reunião de pessoas, para discutirem pontos e estratégias de trabalho. Xangô também é o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança.
Xangô traz as Rígidas leis de Binah, a Esfera da Restrição e das Leis. Não as leis dos homens, mas as leis imutáveis da física e da natureza, dos quais ninguém pode escapar.
Iansã
É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas. Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme. Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.
Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento. Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Iansã corresponde ao Caos primordial, à fúria dos elementos naturais da criação, representada na Esfera de Hochma.
Olorum
Não participa do cerimonial do Candomblé, não exige oferendas nem comidas caprichadas ou vestimentas especiais. Na verdade, Olorum – que alguns chamam de Olodumaré – está acima dessas e de outras necessidades materiais.
Senhor de todas as coisas, ele é o princípio criador. Sem sua permissão, Odudua – orixá que ora se apresenta como homem, ora como mulher – não teria gerado o mundo, nem Oxalá poderia dar vida aos homens.
Olorum não é homem nem mulher, não tem características humanas, nem se envolve nos problemas do dia-a-dia. Sua única ligação com os homens acontece por intermédio dos orixás e do arco-íris – que, segundo a lenda, ele criou especialmente para esse fim, em apenas quatros dias.
Por suas características de Deus (ao contrário dos Orixás, que são considerados forças da natureza, Olorum é considerado o Deus Único dentro da Umbanda, o que a torna uma religião monoteísta), Olorum esta relacionado à Esfera de Kether, embora alguns o coloquem como sendo mais aproximado de Ain-Soph, ou o Deus imaterializado.
Ibeji
Os orixás gêmeos protegem os que ao nascer perderam algum irmão (gêmeo), ou tiveram problemas de parto. Em algumas casas de candomblé e batuque são referidos como erês (crianças) que se manifestam após a chegada do orixá chamados de ase erês ou asêros.
Por serem gêmeos, estão ligados ao princípio da dualidade e de tudo que vai nascer, brotar e criar. Ibeji, assim como Tempo, não faz parte das Esferas, mas é a Primeira Manifestação do Ain-Soph, gerando os dois Pilares do Yin e Yang. Desta maneira, podemos colocá-los em Keter, como o primeiro aspecto de dualidade na manifestação de Olorum na criação.
Crentes e Ateus, em suas cabecinhas ocas, costumam pensar que os orixás ou deuses das culturas antigas e atuais são de verdade (uns crendo, outros descrendo), quando, em realidade, nada mais são do que o fruto da observação de aspectos psicológicos do próprio ser humano, descritos pelos olhos da cultura daquele tempo e espaço no Planeta Terra. Estudar e conhecer os deuses é conhecer o próprio ser humano e obrigação de qualquer pessoa que queira se dizer culta. Quando as pessoas entenderem que os únicos deuses que existem estão dentro de você mesmo e não em figuras entalhadas, e começarem a admirá-los pelo que eles são: MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS, talvez começaremos a migrar para um mundo mais civilizado e belo.
fonte: project mayhem
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