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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Livro Do outro lado da vida vai virar filme


O livro com mensagens emocionantes de um jovem desencarnado aos seus pais,
psicografadas pelo médium Chico Xavier, vai virar filme

Paulinho era o segundo filho do casal Thereza e Benedito. Desencarnou em 1978, aos 18 anos de idade, no auge da juventude e do vigor físico. Era um jovem alegre e saudável, que costumava viajar com freqüência à cidade de Assis, no interior do Estado de São Paulo, onde moravam a avó paterna e os tios, e foi justamente em uma dessas viagens que o rapaz viria, de forma trágica, a desencarnar.
Era feriado de finados e Paulinho havia pedido a seus pais que o deixasse viajar, pois queria rever os amigos do interior e parte da família. Já em Assis, o jovem resolve aproveitar a manhã ensolarada para ir nadar no lago do horto florestal da cidade. Era nadador experiente, mas neste dia, não estava se sentindo bem. Estava inquieto, preocupado, mas os amigos insistiram para que entrasse na água e ele cedeu. Em instantes, o desespero tomava conta. Ofegante e sem forças, o jovem sonhador afunda diante da impotência de todos, e com ele, seus sonhos e sua alegria.

A previsão de Chico Xavier
Paulo Henrique enviou algumas mensagens do Além, que foram psicografadas por Chico Xavier.
Segundo a previsão do próprio médium, suas mensagens virariam um livro e transporiam nossas fronteiras. A primeira previsão já ocorreu, pois as mensagens foram publicadas no livro Do outro lado da vida, de Ricardo Magalhães, e parece que a segunda previsão está prestes a se concretizar, pois o livro vai ganhar uma versão cinematográfica. Mas por que este caso impressiona tanto, a ponto de ser amplamente divulgado?

Ricardo, o que Chico afirmou aos pais de Paulo Henrique com relação às mensagens do filho?
Chico Xavier era o servidor de Jesus na Terra e tinha sempre palavras de muito carinho e sabedoria para todas as pessoas que se aproximassem dele. Em relação às psicografias do Paulo Henrique, que desencarnou ainda muito jovem, com dezoito anos apenas, e deu sua primeira mensagem através do Chico com sessenta e dois dias após a sua morte, ele informou que Emmanuel, seu mentor espiritual, explicou que se tratava de um espírito com missão especifica e pelo teor de suas mensagens, pode-se notar um espírito com significativo desenvolvimento moral. As comunicações do Paulinho eram sempre de esclarecimento e louvor, de orientação e agradecimento. Ele conseguiu, através de suas mensagens, confortar e esclarecer muitas coisas que ficaram mal-entendidas pelos seus familiares. E mais ainda: A juventude marcante transformou-se em luz nos caminhos dos que o conhecia e daqueles que leram as suas mensagens. Sua história vem ajudando a milhares de criaturas a superarem a dor da separação com o brilho da realidade espiritual.

Você já escreveu livros sobre auto-ajuda, que possuem uma outra linguagem. Como foi escrever o livro Do Outro lado da Vida?
Sempre fui fascinado pelo livro de autodesenvolvimento. Comecei a me interessar e desenvolver a escrita através de estudos que fazia sobre a temática com dezessete anos de idade. De lá para cá, escrevi dez livros de autodesenvolvimento, dois romances e um livro sobre os grandes pintores mundiais. O livro de desenvolvimento humano e o romance ficção são completamente diferentes de uma obra como a Do outro lado da vida que é uma história verídica, emocionante e inesquecível. E, além do mais, por ser um documento vivo e surpreendente sobre a psicografia do médium mais notável de todos os tempos. Um caso que podemos considerar recente, em razão de ter o início em 1979. Portanto, escrever o livro Do outro lado da vida foi uma grande alegria e uma honra no sentido mais profundo da palavra. Ao escrevê-lo me posicionei muitas vezes no lugar do leitor na intenção de oferecer a mesma emoção. 

Você nos contou que passou por várias dificuldades, inclusive, sofreu dois assaltos e quase perdeu todo material do livro. Mas e com relação a proteção Divina... de que forma você sentiu Sua presença ou mesmo a de Paulo Henrique?
Pois é. Depois que assumi a responsabilidade de escrever este livro, muitas coisas aconteceram para impedi-lo de ser escrito, e, conseqüentemente, de ser publicado. Estranhos incidentes como a perda dos arquivos que continham sessenta por cento do livro escrito nos dois computadores – notebook e do escritório – e a pasta de trabalho contendo o backup de segurança do livro atualizado que foi levada juntamente com o carro em um assalto.
Quanto à proteção divina, bem, ela sempre nos acompanha, entretanto, é preciso estar atento, evitando problemas e procurando observar as recomendações que se recebe, direta ou indiretamente. Digo: Por pessoas ligadas ao que estamos fazendo ou, até, as inspirações do Mais Alto. E, nesse caso especifico, tenho que reconhecer que, recebi algumas vezes, através de dona Thereza, recomendações para ter cuidado, evitando portar os documentos como as psicografias autenticas que me foram confiadas e que fariam parte do livro, até a oração e vigilância constante. Confesso que tais recomendações foram por mim consideradas excessivas, no tocante ao cuidado com os documentos, pois precisava mantê-los sempre à mão a fim de consultá-los sempre. Porém, ainda que tivesse consciência do valor documental e histórico que tinha sob minha responsabilidade, não tinham ainda atentado para o lado espiritual de tal projeto no que concerne à propagação da preexistência da alma e sua existência após a morte do corpo físico. Por isso, corri muitos riscos e tive muitos contratempos, mas sempre fui socorrido pela proteção Divina como você lembrou. Por outro lado, devo reconhecer que fui muito auxiliado pelos espíritos amigos. O próprio Paulo Henrique do outro lado da vida, com toda a certeza, nos acompanhou, inspirando-nos na elaboração da obra, bem como o próprio Chico Xavier que acompanhou através de dona Thereza. 

Qual foi sua maior preocupação ao escrever o livro? 
Minha maior atenção enquanto escrevia o livro foi relatar nada mais, nada menos que a verdade, sem, no entanto, floreá-lo como se costuma dizer. Uma história de amor, emoção e dor, mas, sobretudo de muita fé, trabalho e consciência na vida maior, precisava ser cuidadosamente aproveitada, em razão das experiências e transformações, bem como, por ser vivida por uma família que após a partida de seu filho querido, completou a sua história ao lado do mais notável médium e homem-luz que pudemos conhecer, nosso Chico Xavier.  Dessa forma, procurei reunir o maior número de documentos e as principais psicografias dele para oferecer ao leitor, além de uma inesquecível história real, um documento vivo e emocionante que ficará para sempre em nossos corações.

Todo que o Chico Xavier produziu é fascinante e alcança dimensões surpreendentes. O livro “Do outro lado da vida” relata a história desse jovem notável que o Chico nos presenteou e que, ao que tudo indica, está prestes a ter sua versão cinematográfica. Fale-nos sobre esta nova etapa... como tudo começou? 
Você lembrou muito bem sobre aquilo que o Chico Xavier produziu no campo da caridade e da divulgação espírita, surpreendentemente alcança aos quatro cantos do mundo. O livro “Do outro lado da vida” ganhou respaldo da mídia brasileira, desde o seu lançamento até hoje, por se tratar de uma história real e por ter sido nada mais, nada menos ele o intermediário dela. Esta história é, por assim dizer, uma ferramenta de difusão do Espiritismo, esclarecendo, confortando e dando-nos esperança e fé na imortalidade da alma. Vale lembrar que várias reportagens na televisão, no rádio e nos jornais são feitas desde o lançamento do livro. Foi assim que fui procurado por pessoas ligadas a televisão, ao teatro e ao cinema para produzir algo sobre a obra. Ainda quando estava escrevendo o livro, fui procurado por um diretor da principal rede de televisão do Brasil para a produção de uma minissérie, mas, não foi possível em razão de não termos garantias que a história seria cuidadosamente exibida sem deturpação do espiritismo e da realidade vivida pela família do Paulo Henrique e a do próprio Chico Xavier. Passaram-se dois anos, mais precisamente em 2004, quando uma produtora apresentou-me uma proposta para uma versão cinematográfica do livro. Infelizmente, não tivemos êxito em razão de não ter sido aprovado o orçamento apresentado por ela a Ancine que é o órgão controlador do cinema nacional. Mas alguns meses se passaram e foi iniciado uma nova proposta e, desta vez, por outra produtora. Hoje isso é uma realidade. Os direitos cinematográficos da obra foram cedidos para Pandora Filmes para a produção de um longa metragem prevista para 2007. Em novembro de 2005 a Ancine publicou no Diário Oficial da União a aprovação do projeto audiovisual “Do outro lado da vida”. O produtor é o cineasta André Sturm, ganhador de vários prêmio, diretor do longa metragem “Sonhos Tropicais” que teve Prêmio de melhor atriz no Festival de Recife para Carolina Kasting, entre outros. O roteiro do filme é do roteirista e crítico de cinema e apresentador do Programa “Cinema Falado” da TV Gazeta e autor do roteiro do conhecido “Caso Verdade” “A Padroeira” exibido pela TV Globo e outros roteiros de nível internacional.

Você já tem uma idéia de como será o filme?
O que posso adiantar é que, através do argumento do roteiro do Luciano Ramos, o gênero mais próximo à linha geral deste espetáculo é o da aventura. Assim como Guerra nas Estrelas, deverá interessar a jovens e adultos, até porque também apresenta um conflito de proporções cósmicas – uma guerra que não acontece no espaço sideral, mas num plano ainda mais etéreo. Diferentemente de Emanuel ou André Luís – entidades espirituais que costumavam se comunicar conosco por meio de textos psicografados por Chico Xavier – o rapaz Paulo Henrique foi contemporâneo do médium de Uberaba. Assim, o filme poderá começar em 1700, onde inicia-se uma história também real na época do Padre Manuel da Nóbrega – um dos mais consistentes intelectuais de seu tempo e que, antes de vir para o Brasil para comandar os jesuítas e arquitetar a fundação de São Paulo, era professor na Universidade de Coimbra e pelo fundador de São Paulo, José de Anchieta.
Na verdade, o roteiro, segundo o próprio Luciano, vai sofrer alterações para atender as
finalidades da obra como história e da obra como versão cinematográfica. O roteirista traçou a base desse longa metragem em três níveis: 1 – Vida, morte, e divulgação do “regresso” de Paulo Henrique no século XX; Nível 2 – Acontecimentos históricos referentes o tempo do Padre Anchieta no século XVI; Nível 3 – Eventos fantásticos ou considerados sobrenaturais envolvendo um contemporâneo de Anchieta.

Qual é a importância do livro e agora do filme para a sociedade? 
O livro “Do outro lado da vida” tem proporcionado muitos benefícios para milhares de leitores em todo o Brasil, haja vista que são oito edições desde 2002 e agora uma edição comemorativa a sua versão cinematográfica.
A importância desta obra é o esclarecimento sobre a imortalidade da alma como fato indiscutivelmente irrefutável, lembrando que é essa a mais forte atuação da literatura espírita entre os leitores.
O filme virá para complementar, trazendo uma mensagem com teor de espiritualidade e a difusão do Espiritismo em nossa sociedade, bem como, mostrar com grande emoção o mais ilustre representante da Doutrina Espírita do Brasil, o médium mineiro Chico Xavier.

Abaixo, disponibilizamos a primeira mensagem, na íntegra, que Paulinho enviou,
psicografada por Chico Xavier, no Centro Espírita da Prece, em Uberaba/MG, na noite de 14 de março de 1979.

No livro Do outro lado da Vida se encontram mais mensagens de Paulinho.


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Querida tia Tê, querida tia Maria Tereza, estou aqui para agradecer.
O vovô Armando me trouxe apenas para dizer ao seu carinho para falar com a Mamãe Tereza
 

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com o papai Benedito e com a vovó que o sofrimento em casa tem sido muito difícil para mim.
Sei que a mágoa é capaz de ani-
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quilar a mamãe e o vovô Armando me conduziu até aqui para explicar que, em Lins ou em São Paulo,
a minha hora haveria de ser aquela em
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que meu coração parou de bater. Não foi afogamento.
 Percebi que o coração no peito parecia um motor de carro quando pára sem força para vencer a barreira das
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águas quando as águas invadem algum caminho. Esta é a imagem que me veio á cabeça, mas sou esclarecido aqui onde me encontro agora que

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eu não dispunha de mais combustível para sustentar-me no corpo.
Peça, tia, à querida Mãezinha para pensar em nosso Severino que ficou

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em meu lugar. Minha ida nos feriados ao descanso em Lins era muito legal e não há razão para que a família julgue que o problema seria evitado se estivesse em
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casa. Em sua companhia e com o tio Batista, estava eu, como se fosse na companhia de meus próprios pais.
Muita gente acredita que coração doente é só
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para as pessoas que já possuem a lista de muitos aniversários no mundo,
mas coração doente aparece de estouro em qualquer idade da criatura.
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Ainda estou muito complicado para dar notícias. Ás vezes, tudo em meu pensamento
é uma neblina feita de lágrimas. Se mãezinha
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melhorar creio que ficarei mais forte. Preciso de tempo. Meu avô me trouxe e um outro amigo
e benfeitor que me disse ser o meu
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bisavô Bresciani pedem à família em meu favor. Tia Tereza, não fique magoada com conversas atravessadas.
A senhora velou por mim sempre como 1 filho e
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sou eu quem lhe agradece por tudo. Não sei escrever mais. Começo a lembrar as águas do lago e
fico sem saber se estou na paisagem onde me vi
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desligado do corpo ou se estou na fonte de lágrimas que parece estar escorrendo de casa sobre mim.
Peço a bênção dos pais queridos
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do sobrinho que não a esquece. Sempre seu sobrinho do coração.Paulo Henrique


Fonte: Revista Caminho Espiritual

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