Lourenço Braga, um dos pioneiros da Umbanda publicou em 1942 o livro “Umbanda e Magia Branca – Quimbanda Magia Negra”, cujo trecho nós reproduzimos com intenção de dar seqüência ao tema que vem sendo abordado em algumas edições, sobre “kardecismo e Umbanda”. Publicado por Jornal de Umbanda Sagrada em Abril de 2009. Veremos assim que em 1942 Leal de Souza já questionava os mesmos temas que nós hoje em dia.
Vamos ao texto:
“Trecho de um artigo que publiquei na “A Vanguarda” do dia 11 de março de 1941, em resposta a um outro artigo onde um conforme Kardecista dava a entender que o espírito caboclo ou de africano não podia ser guia nem protetor de médiuns ou de Centros”.
Deus, a Natureza, o Absoluto, enfim como queiram entender, é, como todos sabem, sumamente justo, bom misericordioso, onipotente, onisciente, etc, etc. Dito isto pergunto agora aos senhores Kardecistas – qual a condição para um espírito ser guia ou protetor? Todos responderão naturalmente: Ter luz! Pergunto: Qual é a condição para um espírito ter luz? Todos responderão: Ter virtude, isto é, ser simples, bom, carinhoso, humilde, piedoso, etc, e não ter ódio, inveja, orgulho, ciúme,maldade, vaidade, avareza, etc. Pergunto ainda: Ter virtudes é privilégio da raça branca? Se é privilégio, então chegamos ao absurdo de admitirmos Deus como sendo injusto por ter criado uma raça privilegiada. Se, porém, não é privilégio das criaturas da raça branca, pois que Deus é sumamente justo, poderão, portanto, as criaturas das outras raças possuir virtudes também e assim, depois de desencarnada, ter luz e ser guia ou protetores de pessoas ou Centros.
É preciso não confundir luz intelectual com luz provinda da evolução espiritual, bem diferente uma da outra!
Digo mais, um espírito reencarna-se numa tribo de caboclos ou de selvagens africanos, como missionário, isto é, para levar àqueles no meio dos quais reencarnou, uma certa soma de conhecimentos. Quando ele desencarnar é um espírito de luz, porquanto luz bastante já possuía, tanto que reencarnou como missionário e ninguém poderá dizer que ele não foi africano ou caboclo em sua ultima reencarnação.
Sabem muito bem todos os Kardecistas que os espíritos tomam a forma que querem e assim sendo, nada impede que os espíritos de luz, por afinidade, se agrupem em falanges para praticar o bem e tomem a forma de caboclos, africanos, etc, ou para praticar o mal, se forem inferiores, e tomem a forma de bichos e outra qualquer.
Como sabeis a Terra é um planeta de trevas, expiações e sofrimentos e nós que aqui habitamos estamos sujeitos a sofrer as conseqüências do meio, mesmo porque somos imperfeitos, assim sendo, o mal predomina neste planeta e dessa forma no meio ambiente terreno, existem camadas fluídicas pesadas, formadas umas pelos nossos pensamentos e outras pelos fluídos dos espíritos sofredores e trevosos.
Justamente para combater o mal e dissipar as camadas densas de fluidos pesados, e mais ainda, para encaminhar os irmãos desencarnados que se acharem mergulhados em trevas ou sofrimento, é que uma grande quantidade de espíritos já evoluídos agruparam-se em falanges, por afinidades, e tomaram as formas humildes de caboclos, africanos e outros mais, notando-se que possuem luzes de variadas cores, tais como sejam: roxa, rosa, alaranjada, verde, dourada, prateada, amarelas e outras intermediárias, sendo que os chamados espíritos quimbandeiros possuem luz vermelha.
Texto extraído do livro “Umbanda e Magia Branca Quimbanda Magia Negra” de Lourenço Braga -Edições Spiker – 1942.
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