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sexta-feira, 12 de março de 2010

CARIDADE NO LAR – PERIGO A VISTA




No incontido desejo em fazer valer a razão sobre a empolgação, a humildade sobre a vaidade e o conhecimento sobre a ignorância, somos levados a dar ciência ao Movimento Umbandista de um fato corriqueiro, embora reprovável e que tem dado azo a desdobramentos muito desagradáveis para quem os comete. Estamos falando de atividades espírito-caritativas perpetradas em ambientes domésticos e que podem trazer grandes tormentos ao equilíbrio psico-material do grupo familiar residente. Motivadas a auxiliar, ou mesmo a dar vazão a sentimentos reprimidos (vaidade, egocentrismo, narcisismo, etc.) pessoas estão “incorporando espíritos” com os quais mantêm vínculos para amparar terceiros, no que tange a problemas diversos. Arrastando móveis, improvisando Congás e adequando espaços, iniciam labor mediúnico-espiritual sem perceberem que o local de habitação, por ser ambiente onde a família vive seu cotidiano (alegrias, tristezas, aspirações, frustrações, etc.), não foi construído e/ou preparado para suportar reflexos de tal atividade. Enquanto dirigentes zelosos, sob a orientação de seus respectivos mentores espirituais, preparam seus Templos com as firmezas necessárias à segurança, a defesa e ao equilíbrio lugar, frente aos trabalhos, muitos deles vibratoriamente pesados (desobsessão, desmanche de magia de teor negativo, etc), “alimentando” a egrégora da Casa e ionizando o espaço de caridade, outros tantos, sem atentarem às medidas retrocitadas, por boa ou má fé, começam a redirecionar para seus lares energias conscientes e/ou inconscientes que acompanham aqueles que são alvos de atendimento, processando-se a aglutinação e eventual sedimentação destas forças naquela habitação. É que, ao se efetuar auxílio a indivíduos vitimados por demandas, obsessões, formas-pensamentos, ou qualquer outro instrumento de ataque psico-espiritual, invariavelmente angariamos novos adversários. Os verdugos vão querer saber quem é aquele que se posiciona como pretenso escudo as suas ações maléficas. Ao par disto, tentarão desestabilizar toda a base de sustentação daquela célula familiar, eis que contrariados em suas intenções. Como o local não está preparado para os entrechoques magnético- espirituais, e levando-se em consideração que nem todos os membros daquela pequena coletividade estão equilibrados psiquicamente, inicia- se patente influenciação dos atacantes sobre o grupo. Médiuns que realizam trabalhos espirituais em seus domicílios para assim agirem, baseiam-se no fato que seus Guias e Protetores os protegerão de tudo e de todos, e que nada de nocivo lhes poderá acontecer. Porém, as coisas não são simples como costumam parecer. Até dirigentes bem preparados, cônscios de suas responsabilidades, e exercendo labor caritativo consciente, não raras vezes costumam sofrer abalos em seu trabalho. O que dirá daqueles que realizam atividades sem nenhum alicerce defensivo. É certo que no final da guerra o Bem prevalecerá, porém é certo se afirmar também que as diversas batalhas nem sempre serão a priori vencidas. Lugar de socorro e tratamento de patologias espirituais é Templo de Umbanda, e não a casa em que moramos. Por que? Porque os terreiros umbandistas são verdadeiras usinas de reciclagem de lixo astral (miasmas, larvas astrais, formas-pensamento, magnetismo deletério, etc.), preparados especificamente para lidar contra tais energias, neutralizando suas ações e reciclando sua constituição, além de depurar magneticamente outras individualidades astrais, tal qual a reciclagem de esgoto em água potável ou de lixo em adubo. Mas, e no caso de baterem a nossa porta pedindo socorro? Nesta situação o médium deverá com sua experiência e bom senso analisar fria e racionalmente o quadro que se apresenta, rogando auxílio aos espíritos que o acompanham. O medianeiro bem preparado, bem instruído tem consciência, ou deveria ter, que nestes casos existem métodos socorristas que podem ser aplicados aos necessitados, sob orientação mental dos Guias, sem a necessidade de incorporação e envolvimento direto no problema. Há aqueles que pensam que haverá cura ou melhora do enfermo somente se houver incorporação de espíritos. Este fato, no entanto, apenas serve para observar a insegurança que lhes é peculiar. Por fim deveríamos expor, contrariando aqueles que são de opinião de que o socorro e tratamento ministrado pelas Entidades Espirituais só se realizam quando os médiuns estão incorporados, que os amigos de Aruanda laboram de maneira ininterrupta, tenham ou não a presença de médiuns nos terreiros. Todos os dias, todas as horas, espíritos enfermos são conduzidos às instituições umbandistas, ora para desmagnetização perispiritual, e também para espontânea ou compulsoriamente repararem ações deletérias causadas pelos mesmos. O assunto é extenso e complexo. Entretanto, o básico foi discorrido, e esperamos sinceramente que tais apontamentos sejam um referencial seguro para futuras ações mediúnicas. Nota do autor: Para amenizar a problemática da prática mediúnica no lar, nos momentos em que nos pedirem socorro (verificar se realmente existe uma necessidade de socorro imediato, senão orientar a pessoa a procurar um Templo Umbandista). Uma orientação eficaz e bem conduzida poderá surtir efeitos miraculosos. Portanto jamais deveremos negar uma palavra amiga a quem necessite, não importando o assunto, pois somente quem esta passando pelo problema sabe dizer a gravidade do assunto. Lembre-se bem, que os Guias Espirituais não estão ao nosso dispor. Não são nossos servidores. Eles têm muito que fazer e o trabalho mediúnico é mais uma de suas tarefas. Os Guias Espirituais não estão ao nosso lado dia noite, noite e dia. Precisamos parar com a problemática de que toda hora tem um Guia “soprando” mensagens ou avisos em nossos ouvidos. Os Guias Espirituais também seus horários a cumprir e são rigorosos quanto a esses horários. Eles trabalham incansavelmente, atrelados a algum Templo e nunca na mediunidade isolada, somente para atender familiares ou mesmo quando eu quero e sinto vontade de me concentrar, convido alguns amigos e os Guias se fazem presentes para matar a saudades, bebericar, fumar um cigarrinho, ou mesmo para atender casos após casos. Quando nos desligamos de algum Templo, seja o motivo que for, não devemos invocar através da mediunidade, nossos Guias Espirituais à toa. Como dissemos, eles têm muito que fazer e não podem estar a disposição da nossa vontade. Médiuns que incorporam seus Guias Espirituais fora de um contexto religioso ou fora de um Templo estão fadados às fraudes, às mestificações ou mesmo ao animismo vicioso. Se assim não fosse, porque haveria a necessidade de se formar um centro religioso, chamado Templo Umbandista??? Pensem bem a respeito e vejam se não se trata de puro egocentrismo, egolatria ou mesmo teimosia por parte de certos médiuns que não se adaptam em local nenhum e querem que os Guias Espirituais os acompanhem e aceitem suas imposições, como se os Guias fossem meros fantoches ao seu serviço. Trecho extraído do livro: O ABC DO SERVIDOR UMBANDISTA – autoria: Pai Juruá

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