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quinta-feira, 15 de julho de 2010

A VERDADEIRA ENCRUZILHADA DOS GUARDIÕES




Oferenda: Objeto ou coisa qualquer que se oferece: presente; dádiva –
Diz-se na Umbanda, que oferenda é um presente para captar apenas
vibrações, ou melhor, para harmonizar vibrações.

Despacho: Ato ou efeito de despachar (dispensar os serviços de; mandar
embora; despedir).

Muitos acreditam ser a encruzilhada de Guardiões estas de rua ou de
cemitério. Mas a verdadeira “Encruza” está no campo astral e não no
campo físico (pedimos aos leitores estudarem o assunto: Linhas Ley;
aí, encontrarão muitas respostas para a questão “encruzilhada”).

Os Guardiões somente realizam “despachos” em encruzilhadas de rua e de
cemitério, desde que sejam para fins específicos, quando à necessidade
de manipular energias humanas que se entrecruzam. Fora disso, as
encruzilhadas de rua e de cemitério não são os pontos de força dos
Guardiões.

Aquilo que rege o Macrocosmo também rege o Microcosmo, pois existe
apenas uma Lei que comanda os mundos, adaptada conforme a forma de
vida que esteja debaixo de sua ação e reação. As leis que ordenam e
coordenam os astros, a natureza e os elementos são as mesmas leis que
coordenam a biologia e a física do ser humano, exatamente por ser este
influenciado pelo meio e pelas regras matemáticas dos astros e das
potestades.

E a Lei que dá formação e ajuste à matéria e que faculta, inclusive, o
próprio modo de ser da movimentação Cármica, a Lei Mater aplicada a
movimentação dos elementos, é sintetizada na Encruzilhada dos
Guardiões, ou na Roda Cabalística da Encruzilhada.

Sabemos que muitos irmãos realizam seus trabalhos ritualísticos nas
chamadas encruzilhadas de rua ou cemitério. Achamos por bem alertar
que encruzilhadas de rua e de cemitério são locais onde existem
determinadas portas dimensionais que se ligam diretamente às covas
mais profundas do Baixo Astral. São as chamadas “Portas Cruzadas” e os
trabalhos feitos nestes locais, tem aceite somente por entidades que
nada tem a ver com os verdadeiros Guardiões, ou são efetuados por
ordens dos Guardiões de Lei, quando da manipulação energética
necessária.

Nas encruzilhadas de rua e de cemitério habitam os seres mais
estranhos e terríveis, verdadeiros monstros, que alteraram a forma de
seu corpo astral (Zoantropia), devido a sua própria conduta mental e
emocional. Adulteraram completamente seus sentidos e seus objetivos na
caminhada evolutiva, sendo seres viciados, dementados e na sua maioria
perversos, coléricos e vingativos. Estes são os famigerados quiumbas,
seres que habitam a contraparte astral de locais como prostíbulos,
matadouros, casas de jogos, cemitérios, bares e mesmo churrascarias,
pois são loucos por sangue, morte, bebida e vícios, os mais variados.
E são eles que recebem nas encruzilhadas de rua e de cemitério as
oferendas feitas com sangue, animais mortos, ossos e todos os tipos de
materiais de baixa vibratória.

Estes seres se agregam na aura dos infelizes que realizam tais
práticas, como se realmente os vampirizassem, fomentando-os a
realizarem sempre tais oferendas sangrentas no intuito de alimentá-los
vibratoriamente. Muitos destes são acompanhados por outros seres que
são chamados de “larvas astrais”. Estas são formas pensamentos
viciadas, que possuem a forma de baratas ou de algo semelhante a
lagostas, polvos, lombrigas, etc. Tais coisas se agregam à vítima e
funcionam como um sensor que a liga ao quiumba, mesmo à distância.
Estas larvas trazem realmente muitas doenças, tanto mentais como
físicas fazendo com que a vítima se sinta, na maior parte das vezes
desanimada e sem força de vontade, só se recuperando quando estão em
qualquer prática viciosa.

Esses quiumbas são combatidos pelos Guardiões de Lei da Umbanda, que
exercem verdadeiro policiamento nas zonas onde existem o tóxico, o
álcool, a prostituição e coisas piores. Os Guardiões os policiam para
não utilizarem a contraparte etérica de elementos como o sangue,
ossos, etc., por exemplo, para fins de contundência.

Na verdade, estes quiumbas são igualmente nossos irmãos, estando
apenas caídos na rota evolutiva, desviados que foram por outros seres
sumamente poderosos, embora intencionalmente voltados para o mal; os
magos negros.

Quando os Guardiões aprisionam estes quiumbas, os levam a determinados
postos corretivos no astral, onde ficarão recebendo um tratamento que
lhes facultará a retomada de sua linha evolutiva afim e o possível
reencarne. Dissemos possível pelo fato de muitos deles não terem
condições vibratórias de reencarnarem, pois que seus corpos astrais se
encontram em terrível desajuste e mesmo suas mentes estão em tal
estado de revolta e ódio que seria prejudicial a si e as outras
pessoas o passe reencarnatório.

Mas perguntará o leitor: já não encarnam tantos assassinos, facínoras
e corruptos? Como estes conseguem o tal passe? E responderemos que
estes se encontram nesta condição por já estarem extremamente
melhorados e que as coisas no submundo astral são bem piores.
Determinados assassinos que reencarnam (ou mais exatamente são como
que “jogados” na roda da encarnação para reajustar-se com seus afins.
Só o mal corrige o mal) já foram e vieram muitas e muitas vezes, sendo
que o seu livre arbítrio se torna cada vez menor enquanto não
corrigirem as suas ações. Para muitos o passe da reencarnação é vedado
e são estes – os mais perigosos – aprisionados em sua consciência como
se fossem certas formas ovóides, em estágio estacionário. Mas este é
um aspecto dos mais terríveis e perturbadores e que deixaremos de citá-
lo de forma mais aprofundada para não causar traumas ao inconsciente
de muitos...

É bom frisarmos que a Umbanda não doutrina o maniqueísmo, ou a
dicotomia BEM/MAL como se Deus fosse um déspota que se deleitasse em
ver seus filhos sofrendo num inferno eterno. A única coisa eterna é o
bem, o Amor Cósmico; sendo o mal uma distorção destas realidades e um
artifício utilizado pelo Criador, a fim de sabermos diferenciar o bem
do mal. O inferno está na consciência de cada um, sendo esta
direcionada e escalonada de acordo com as atitudes que se realizem
durante as encarnações. Pois a verdade é uma só: podemos enganar aos
outros, mas jamais enganaremos a nós mesmos, que somos testemunhas de
nossos próprios atos, Ninguém escapa do passado e os erros são
contados e pesados não somente pelos Tribunais Cármicos, mas muito
principalmente pela nossa própria consciência, pois quem já sentiu
dentro de si uma fagulha que seja da Verdade e do Amor das Almas, sabe
o quanto pesa as atitudes passadas e os atos infelizes realizados
contra a natureza e os semelhantes.

E o que acontece com aqueles que não se questionam sobre seus atos?
Estes, quando seu Carma se torna impraticável, repleto de ações
negativas são direcionados a seus afins, para determinados planetas
menos evoluídos ou mais primitivos que o nosso. Como? Se em nosso
mundo que é uma casa abençoada necessitamos ainda pagarmos para nos
alimentar, (o que já é resultado de excessivas ganâncias do
passado...) embora não paguemos pela luz, ou pelo ar, existem mundos
onde estas coisas são pagas, pois que estes seres formaram tal
condição negativa sobre si que seus próprios atos os forçaram a
construir uma sociedade afim a suas experiências passadas.

Achamos importante, para esclarecer os irmãos umbandistas, repetir que
fazer entregas em encruzilhadas de rua ou de cemitério é atividade
perigosíssima, principalmente quando estas entregas levam elementos
animais ou mesmo materiais densamente negativos. Repetimos que a
Umbanda não usa matar animais em hipótese alguma, seja para louvar
Orixás ou para resolver qualquer desmando com o baixo astral. A
Umbanda também não usa colocar sangue na cabeça de seus iniciandos.
Acreditamos – pois temos certeza – de que o sangue atrai esta classe
de espíritos do quais falamos. Os irmãos dos Cultos de Nação muitas
vezes questionam a nós Umbandistas sobre o uso do sangue, alegando que
este é Axé e que a sua utilização revitaliza todo o sistema magístico
de um ritual; mas isto não faz parte da ritualística/doutrina da
Umbanda Sagrada. Cada coisa no seu lugar, e cada liturgia na sua
religião.

Nós também cremos que o sangue é Axé, mas este só realiza sua função
de Princípio e Poder de Realização quando no animal vivo. Matar um
animal ou vários e entregá-los no seio da Natureza é uma violação e
uma afronta a esta mesma natureza, pois as vibrações expressas em
oferendas deste tipo agridem aos espíritos elementares que atuam nas
matas e nas cachoeiras, espíritos estes que estão aprendendo e se
adaptando às realidades que os aguardam e são agredidos com estas
vibrações negativas.

Pois bem, os locais corretos para se preceituar os Guardiões é
simples:

1º) Identifique o ponto de força da Natureza que o Guardião irá
utilizar.

2º) Providencie os materiais necessários para a oferenda, todos de
energia positiva (nunca utilizar carnes, sangue, ossos ou qualquer
tipo de material de baixa vibratória).

3º) Chegando ao ponto de força da Natureza, firme uma vela na cor da
vibratória do Orixá correspondente; de joelhos, peça licença para o
trabalho que irá realizar. Se afaste dessa vela por 77 (setenta e sete
passos); aí esta o ponto de força onde os Guardiões do Orixá
específico manipulam suas energias. Exemplo: O trabalho a ser
realizado necessitará a presença e a força do Guardião conhecido como
– Veludo. Esse Guardião vibra as forças da Mãe Oxum. Com isso, já
definiremos que teremos que realizar a nossa oferenda no ponto de
força – Cachoeira. Lá chegando, firme uma vela cor-de-rosa para a Mãe
Oxum, e de joelhos faça suas preces, pedindo o que necessita. Logo
após, afaste-se 77 (setenta e sete) passos para qualquer lado. Nesse
exato local, vibrará a energia poderosa dos Guardiões da Mãe Oxum.
Assim o é para todos os Guardiões dos Orixás.

Esta é a verdadeira “encruzilhada” dos Guardiões, pois é situada na
Natureza. A real encruzilhada dos Guardiões não está no campo físico,
mas sim no campo astral, na combinação dos elementos naturais, que são
os já conhecidos Ar – Fogo – Água – Terra – Vegetal – Mineral – Animal
– Etérico Humano e Magnético Telúrico, formando o ciclo da vida,
havendo os segredos invioláveis deste mistério que é conhecido apenas
pelos Guias Espirituais da Umbanda e a quem eles abrem o mistério.

Esta encruzilhada, a verdadeira Encruzilhada ou Roda Cabalística
obedece aos pontos cardeais e as entradas e saídas de força que
agregam e desagregam os elementos e mantém a transformação da vida.

Estas transformações são possibilitadas pelas chamadas Linhas de
Força, que são a consubstanciação da Energia dos Orixás, pois cada um
dos Poderes Reinantes do Divino Criador (Orixás) é senhor de uma
Energia:

• Pai Oxalá – senhor da energia etérica.

• Mãe Yemanjá – senhora da energia das águas salgadas

• Mãe Oxum – senhora das energias das águas doces.

• Pai Oxumarê – senhor das energias dos ciclos da vida

• Pai Ogum – senhor das energias dos metais

• Mãe Yansã – senhora das energias do ar

• Pai Xangô – senhor das energias do minerais

• Mãe Obá – senhora das energias das águas revoltas.

• Ibeji – senhor das energias da espiritualidade

• Oxossi – senhor das energias da fauna

• Ossain – senhora das energias da flora

• Omulú/Obaluaiê – senhor das energias da terra

• Nanã Buruquê – senhora das energias das águas paradas

• Yewá – senhora das energias das fontes

• Logunedé – senhor das energias das beiras dos rios junto das matas

• Kitembo – senhor das energias do tempo cronológico

• Exu – senhor das energias magnética telúrica

• Pomba Gira – senhora das energias do fogo

Estas Energias são transformadas pelos Guardiões em Forças Elementais
propriamente ditas, chamadas de Forças Sutis e são coordenadas pelos
Guardiões de Lei responsáveis pela Coroa da Encruzilhada, que são os
que estão assentados a trabalho das Irradiações Divinas, Os Sagrados
Orixás.

Lembramos que os Guardiões nos dão nomes simbólicos, não sendo os seus
verdadeiros, embora eles tenham relação sonométrica com suas
designações originais que são poderosos mantras e por isso não devem
ser revelados sem a devida oportunidade e a qualquer pessoa. Mas mesmo
estes nomes possuem a vibração correta dentro da magia de som para que
suas invocações sejam atendidas.

Declinamos nos nomes simbólicos dos Maiorais, devido a grande confusão
reinante quanto à denominação de cada um. Cada escritor ou mesmo
sacerdote umbandista, cria a sua hierarquia, o que causa uma grande
confusão entre os estudiosos. Por isso, vamos ligar os Guardiões
somente à linhagem de trabalho pertinente a cada Orixá.

Seja qual for o Guardião pertencente à Linha Espiritual regida por
qualquer Orixá, vai responder, com os atributos e atribuições do
Maioral que rege essa Linha de trabalho.

Cada um dos Maiorais se agrupam conforme as forças (Orixás) que
manipulam. E estas forças (Orixás) estão relacionadas aos pontos
cardeais.



Esta é, então, a Verdadeira Encruzilhada de Gurdião, sendo que suas
oferendas e preceitos devem sempre seguir a orientação dos pontos
cardeais, pois isto é importantíssimo na magia de imantação e
desagregação.

Novamente nos explicaremos melhor, para orientar os menos atentos,
pois sabemos que tal assunto é novo para a maioria dos irmãos de fé
sendo assim, não é fácil de ser digerido.

A Encruzilhada de Guardião é a síntese magística da Umbanda e da
Quimbanda. É interessante observar-se as entradas e saídas da
encruzilhada, pois são elas as responsáveis diretas pela manutenção da
vida e pela limpeza astral do planeta. Sabendo utilizar-se delas, é
possível manter-se a saúde e a harmonia, além da paz interior.

Diremos que basta observar que o Norte e o Sul são entradas, o Leste e
o Oeste são saídas. No centro da roda está o chamado “centro
indiferenciado”, que é de onde saem energias positivas e para onde são
levadas todas as energias negativas ou estáticas de nosso planeta. Por
isso, revelaremos apenas que se um indivíduo quiser revitalizar-se
quando realizar algum preceito que não utilize, repetimos, NUNCA o
elemento sangüíneo, deve-se voltar aos cardeais LESTE/OESTE e para se
descarregar deve-se voltar aos cardeais NORTE/SUL pedindo o Agô
(licença) e as forças necessárias aos senhores da Encruzilhada para
imantar-se ou descarregar-se, dentro da Lei e da Justiça.

A Magia não se divide em negra ou branca, e também não existe magia da
Umbanda, egípcia, cigana, etc. A magia é planetária e responde a uma
só lei. Ela está condicionada a vontade ao saber e a moral do
operador, pois os conceitos de bem ou de mal são condições ligadas à
inteligência do espírito de acordo com o grau evolutivo ou com a
abertura de seu consciencional, pois a Lei Cármica pode ser acionada
de acordo com os atos conscientes ou inconscientes de quem manipulam
as forças ocultas da matéria.

Isso é comprovado no fato de que muitas vezes o desconhecimento da
existência de um carma coletivo, grupal e individual resulta na
realização de atos que entram em choque com estas três leis
reguladoras. Exemplificando: pode-se achar que está se fazendo um bem
individual a uma pessoa, mas ao mesmo tempo pode-se prejudicar uma
coletividade, pois através da magia é possível evitar-se que algo
aconteça a alguém, mas e se esse alguém tiver em seu carma a suposta
dívida que se desejou sanar?

Nesse caso a balança da Lei será pesada e contada, sendo que, cedo ou
tarde, a Lei de Causa e Efeito aliada a seus choques de retorno será
acionada. 


A VERDADEIRA ENCRUZILHADA DOS GUARDIÕES
Trecho extraído do livro: “A Magia das Oferendas na Umbanda” –
autoria: Pai Juruá – no prelo

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