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terça-feira, 20 de abril de 2010

LOGUM EDÉ - 19 DE ABRIL - SUA HISTÓRIA




Logum Edé à filho de Oxossi e de Oxum. É mulher durante seis meses, vivendo na água, e


nos outros seis meses é homem, vivendo no mato, propicia a caça e a pesca. Quando em seu

aspecto feminino, veste-se com saia cor-de-rosa, usa uma coroa de metal dourado (não o Adé das

rainhas), um arco e uma flecha. Com seu aspecto masculino usa capacete de metal dourado,

capangas, arco e flecha ou espada. Só se veste com cores claras. Sempre acompanha na

dança Oxum e Oxossi.

Um Orixá essencialmente Ijexá (da Nigéria). Caçador e pescador. Sendo filho de Oxossi e

Oxum, assume características de ambos. É dito que ele vive metade do ano nas matas - domínio

do pai, comendo caça; e a outra metade nas águas doces - domínio da mãe, comendo peixe.

No Brasil tem numerosos adeptos.Logun-Edé, é o ponto de encontro entre os rios e

florestas, as barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos

dias quentes pelas florestas. Logum Edé representa o encontro de naturezas distintas sem que

ambas percam suas características. É filho de Oxossi Inlé com Oxum Yeyeponda. Assim, tornouse

o amado, doce e respeitado príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens,

como as plantas, peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza

masculina.

É considerado o príncipe dos orixás. Tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos

pescadores como principais virtudes.

Dizem os mitos que sendo Oxossi e Oxum extremamente vaidosos, não puderam viver

juntos, pois competiam pelo prestígio e admiração das pessoas e terminaram separando-se. Ficou

combinado entre eles que Logun-Edé viveria seis meses nas águas dos rios com Oxum e seis meses nas

matas, com seu pai Oxossi. Ambos ensinariam a Logum Edé a natureza dos seus domínios. Ele seria

poderoso e rico, além de belo.

No entanto, o hábito da espreita aprendido com seu pai, fez com que, um dia, curioso a

respeito da beleza do corpo de sua mãe, de que tanto se falava nos reinos das águas, Logun-Edé

vestindo-se de mulher fosse espiá-la no banho. Como Oxum estivesse vivendo seu romance com

Xangô, tio de Logum Edé, e Xangô tivesse exigido como condição do casamento que ela se

livrasse de Logum Edé, Oxum aproveitou a oportunidade para punir Logum Edé com sua

transformação num orixá meji (hermafrodita) e abandoná-lo na beira do rio. Iansã o encontra, e

fascinada pela beleza da criança leva Logum Edé para casa onde, juntamente com Ogum, passa a criá-lo

e educá-lo.

Com Ogum Logun-Edé aprendeu a arte da guerra e da forja e com Iansã o amor à liberdade. Diz o mito

que Logum Edé tinha tudo, menos amor das mulheres,pois mesmo Iansã, quando roubada de Ogum por

Xangô, abandona Logum Edé com seu tio, criando assim um profundo antagonismo entre Xangô e Logum

Edé, já que por duas vezes Xangô lhe tira a mãe.

Logum Edé nunca se casou, devido a seu caráter infantil e hermafrodita e sua companhia predileta é

Ewá, que também vive, como ele, solitária e no limite de dois mundos diferentes.

Possui o conhecimento dos elementos da natureza, onde reinam seus pais, como florestas,

matas, rios, cachoeiras, etc. Seu próprio domínio está situado nas margens de rios, córregos e

cursos d’água em geral, desde que tenham vegetação, ou seja, o encontro dos dois reinados.

Na verdade, esse orixá tem livre acesso aos dois reinados, adquirindo o conhecimento de

ambos. Consegue adaptar-se, com facilidade, aos mais diversos ambientes, agindo e

comportando-se de diferentes formas, dependendo da situação.

Ele herdou, também, muitas das características de seus pais, como a habilidade de caçar e

conseguir fortuna, o encanto e a beleza, bem como um grande conhecimento de feitiçaria, como

sua mãe. Além desses atributos, é, também, responsável pela fertilização das terras, através da

irrigação, contribuindo, assim, com a agricultura.

Esse orixá possui muita riqueza e sabedoria, não admitindo a imperfeição em suas

oferendas e rituais. Tem aparência doce e calma, mas, quando contrariado, torna-se muito

enfurecido.

Uma outra característica de Logum Edé é a de importar-se com o sofrimento dos outros,

distribuindo riquezas e caças para os que não têm.


CARACTERÍSTICAS

Cor Azul Celeste com Amarelo

Fio de Contas Contas e Miçangas de Cristal Azul Celeste e Amarelo

Ervas As mesmas de Oxum e Oxossi

Símbolo Abebê e Ofá

Pontos da Natureza Margens dos rios que ficam na mata.

Flores As mesmas de Oxum e Oxossi

Essências As mesmas de Oxum e Oxossi

Pedras Turquesa, Topázio

Metal Latão e Ouro

Saúde problemas nos órgãos localizados na cabeça, problemas respiratórios

Planeta -

Dia da Semana quinta-feira e sábado

Elemento Água e Terra

Chakra -

Saudação Lossi Lossi Logum Edé

Bebida As mesmas de Oxum e Oxossi

Animais cavalo marinho

Comidas As mesmas de Oxum e Oxossi

Numero -

Data Comemorativa 19 de Abril

Sincretismo santo expedito

Incompatibilidades Cor Vermelha ou Marrom, cabeça de bicho, abacaxi

ATRIBUIÇÕES

Dá alegria, sorte e beleza; protege os que trabalham com águas.

LENDAS DE LOGUM EDÉ

Logum Edé é salvo das águas

Oxum proibiu Logum Edé de brincar nas águas fundas, pois os rios eram traiçoeiros para

uma criança de sua idade. Mas Logum Edé era curioso e vaidoso como os pais. Logum Edé não

obedecia à mãe. Um dia Logum Edé nadou rio adentro, para bem longe da margem. Obá, dona

daquele rio, para vingar-se de Oxum, com quem mantinha antigas querelas, começou a afogar

Logum Edé. Oxum ficou desesperada e pediu a Orumilá que lhe salvasse o filho, que a amparasse

no seu desespero de mãe. Orumilá que sempre atendia à filha de Oxalá, retirou o príncipe das

águas traiçoeiras e o trouxe de volta à terra. Então deu-lhe a missão de proteger os pescadores e a

todos que vivessem das águas doces. Alguns dizem que Iansã foi quem retirou Logum Edé da

água e terminou de criá-lo juntamente com Ogum.


Logum Edé - O Orixá da Magia e da Boa Sorte

Estava Oxossi o rei da caça a caminhar por um lindo bosque em companhia de sua amada esposa

Oxum, dona da beleza da riqueza e portadora dos segredos da maternidade.

Quando de seu passeio, foi avistado por Oxum um lindo menino que estava a beira do caminho a

chorar, encontrando-se perdido. Oxum de pronto agrado, acolheu e amparou o garoto, onde surgiu nesse

exato momento uma grande identificação, entre ele, Oxum e Oxossi. Durante muitos anos Oxum e Oxossi,

cuidaram e protegeram-lhe, sendo que, Oxum procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém

sem sucesso, resolveu tê-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Oxossi, vestiu o menino com

roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais, proveniente de suas caçadas. Ensinou a arte da caça,

de como manejar e empunhar o arco e a flecha, ensinou os princípios da fraternidade para com as pessoas e

o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte

e a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador. Oxum por sua fez,

ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da vaidade, ensinou a arte da feitiçaria,

o poder da sedução, a viver e sobreviver sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e

mistérios. Foi batizado por sua mãe e por seu pai de Logum Edé, o príncipe das matas e o caçador

sobre as águas. Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só, aprendendo

a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Oxum e a fartura de Oxossi, adquirindo

princípios de um e de outro, tornando-se herdeiro até nos dias de hoje de tudo que seu pai Oxossi

carrega e sua mãe Oxum leva. Esse é Logum Edé.

Logum Edé ganha domínio dado por Olorum

No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que

nada, nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria como a um tesouro. É nesse contexto

que vivia a mãe das água doces, Oxum, e o grande caçador Oxossi. Esses dois orixás

constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito

próximos. Oxossi ficava extremamente irritado quando o volume das águas aumentavam e

transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta.

Oxum argumentava, junto a ele, que sua água era necessária à irrigação e fertilização da

terra, missão que recebera de Olorum. Oxossi não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria

desaparecer com a inundação. Olorum resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente

esses reinados, para tentar apaziguá-los. A floresta de Oxossi logo começou a sentir os efeitos da

ausência das águas. A vegetação, que era exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais

fértil. Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber. A mata estava

morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. Oxossi não se desesperou, achando que

poderia encontrar alimento em outro lugar. Oxum, por sua vez, sentia-se muito só, sem a

companhia das plantas e dos animais da floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia

contar com a companhia de seus filhos peixes para confortá-la.

Oxossi andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar

algum. Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário desolador. A floresta estava morrendo e

ele não podia fazer nada. Desesperado, foi até Olorum pedir ajuda para salvar seu reinado, que

estava definhando. O maior sábio de todos explicou-lhe que a falta d’água estava matando a

floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra. A

única salvação era a reconciliação. Oxossi, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar

Oxum, propondo a ela uma trégua. Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira

tentativa. Oxum queria que Oxossi se desculpasse, reconhecendo suas qualidades. Ele, então,

compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver separados, unindo-se novamente, com a

benção de Olorum.

Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logum Edé, que iria consolidar

esse "casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. Logum Edé sempre ficou entre os

dois, fixando-se nas margens das águas, onde havia uma vegetação abundante. Sua intervenção

era importante para evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o

equilíbrio da natureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a

fertilidade. Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo

limites definidos. Logum Edé, que transitava livremente por esses dois domínios, sempre

tropeçava quando passava de um reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logum Edé

muito irritado. Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer a transição para o

reinado de seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito escorregadia. Voltou, então, para

o fundo do rio, onde começou a cavar freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da

água para a terra. Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer

uma passagem, que tornou mais fácil sua transição. Logum Edé criou, assim, as margens dos rios

e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesse local.

Logum Edé Rouba Segredos De Oxalá

Logum Edé era um caçador solitário e infeliz, mas orgulhoso. Era um caçador pretensioso

e ganancioso, e muitos os bajulavam pela sua formosura. Um dia Oxalá conheceu Logum Edé e o

levou para viver em sua casa sob sua proteção. Deu a ele companhia, sabedoria e compreensão.

Mas Logum Edé queria mais, queria muito mais...

E roubou alguns segredos de Oxalá. Segredos que Oxalá deixara à mostra, confiando na

honestidade de Logum Edé. O caçador guardou seu furto num embornal a tiracolo, seu adô. Deu

as costas a Oxalá e fugiu. Não tardou para Oxalá dar-se conta da traição do caçador que levara

seus segredos. Oxalá fez todos os sacrifícios que cabia oferecer e muito calmamente sentenciou

que toda a vez que Logum Edé usasse um dos seus segredos todos haveriam de dizer sobre o

prodígio:

"Que maravilha o milagre de Oxalá!". Toda a vez que usasse seus segredos alguma arte

não roubada ia faltar.

Oxalá imaginou o caçador sendo castigado e compreendeu que era pequena a pena

imposta. O caçador era presumido e ganancioso, acostumado a angariar bajulação. Oxalá

determinou que Logum Edé fosse homem num período e no outro depois fosse mulher. Nunca

haveria assim de ser completo. Parte do tempo habitaria a floresta vivendo de caça, e noutro

tempo, no rio, comendo peixe. Começar sempre de novo era sua sina. Mas a sentença era ainda

nada para o tamanho do orgulho de Logum Edé. Para que o castigo durasse a eternidade, Oxalá

fez de Logum Edé um orixá.

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