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No resgate das desarmonias Kármicas há quatro etapas bem
definidas:
1 –
Conhecimento da desarmonia produzida
A
“dívida” (falta cometida com outros seres ou contra o próprio faltoso), deve
ser resgatada até o último “centavo”. Para que seja paga, é preciso que o
devedor saiba o valor dela.
O
processo evolutivo se desenrola através dos tempos e o ser passa por sucessivas
e inúmeras etapas encarnatórias, em que perde a memória do seu passado. Como,
então, poderá saber a quantidade e valor de erros praticados, tanto mais que há
os cometidos em passado longínquo?
Tal
pergunta, conquanto aparentemente lógica, denota desconhecimento do processo
aprimorativo regido pelo Princípio da Evolução. Tudo que se conquistou por ato
volitivo (isto é, por esforço consciente) não se perde: foi armazenado em nossa
Essência, no espírito imortal; em outras palavras, as experiências positivas ou
negativas (o mesmo que harmônicas ou
desarmônicas) se gravam
magneticamente nos bancos de memória do cérebro espiritual do indivíduo. Por essa razão, qualquer ser humano
encarnado sabe perfeitamente todos os erros que cometeu em qualquer época de
sua vida consciente. Seu cérebro físico não sabe o que ele praticou em
existências pretéritas, mas o Espírito conhece tudo: isso explica a diversidade
de temperamentos, as tendências más ou boas que todos os homens manifestam
desde a infância.
Os
homens são diferentes uns dos outros porque herdam de si próprios os temperamentos que lhes conferem
características ímpares. Verdadeira nota
tônica pessoal e distinta – patrimônio adquirido através das experiências
vivenciadas tempos afora – um temperamento imutável caracteriza cada ser
humano. Na manifestação desse temperamento, varia apenas o caráter, enriquecido
ou empobrecido por nosso valores e experiências, na abrasão do polimento
educativo de cada estágio encarnatório.
2 –
Aquiescência em resgatá-la
Toda criatura humana anseia pela paz, pela
harmonia, pela felicidade. O temor da morte, da dor, do sofrimento é constante
atávica inerente ao homem em suas etapas inferiores de evolução. Daí a
necessidade de evoluir, de ter paz, de alcançar uma felicidade que se busca até
as raias da insensatez. A princípio, se pensa que tal ventura pode ser
alcançada com a aquisição de bens materiais: é a fase da corrida do dinheiro.
Nessa etapa infantil da evolução, o homem é predador; abusa da agressividade,
fere todos quantos ousam pôr limites à sua ação possessiva. Com isso, espalha a
seu redor mais desarmonias que benefícios. O saldo negativo acumulado nesses
desvarios imediatistas fará com que mais tarde, em outras encarnações, ele
compreenda que nada de útil lhe restou de tudo que fez de perturbação, a não
ser o anátema dos que sofrem em suas mãos e cuja dor, então, requeima a sua consciência. Em nova vivência
encarnatória ele será criatura intimamente amargurada, pois o mal gera o mal.
Em
certo momento de sua evolução, o homem sente a necessidade de harmonizar-se
intimamente: a carga negativa acumulada na memória espiritual o obriga a sentir
a urgência de uma mudança de rumo em sua existência; conscientiza-se, então, de
que os valores a serem adquiridos devem ser outros – e não os materiais. Nesta
fase, está em condições de enfrentar com estoicismo e sem revolta as
adversidades que ele mesmo provocou. Aquiesce, por isso, em resgatar seus
erros.
Mas
como se sabe que uma criatura está disposta a resgatar seus erros?
Reconhece-se
isso pela resignação frente aos sofrimento que, muitas vezes, acontece
inesperadamente. Os conformados com situações irreversíveis, como dores físicas
ou morais, provam sua disposição em resgatar adversidades semelhantes,
provocadas por eles mesmos no destino de outras criaturas, em passado distante.
Os
que se revoltam contra o sofrimento e deblateram contra s Divindade, clamando
pela “injustiça” que sofrem, esses não querem nem podem resgatar nada, pois não
se consideram devedores; portanto, ainda não se encontram no ponto do despertar
de consciência. Somente a repetição de experiência em faixas de desarmonia
haverá de fazer com que suas consciências desabrochem.
3 – Valor da
desarmonia
Todas as desarmonias em que as criaturas se
debatem constituem sofrimento passivo através do qual elas tomam conhecimento
do processo kármico e das dívidas a resgatar durante a existência.
Geralmente
se pensa que é pelo sofrimento que o homem resgata os males que praticou em seu
passado remoto. Redondo engano! O sofrimento apenas dá a medida dos erros
cometidos, jamais serve de moeda para o pagamento de qualquer culpa. Que lógica
é essa em que a dor do culpado provoca o pagamento de culpa? Deus, então seria
sádico?
Realmente,
seria bastante estranho que o sofrimento suportado passivamente – um olho
vazado, por exemplo – servisse para repor o olho furado do inimigo de
existências anteriores. Não se pode
conceber que a justiça divina seja tão primária. Teríamos a consagração
da lei do Talião, com o “olho por olho dente por dente” se perpetuando como a
moeda de Deus para os reajustes de culpas.
Com
efeito, Deus que é justiça absoluta, bondade em superlativo, pureza sem jaça,
deve ter outros, meios de aplicar Sua justiça infinita. Na Harmonia Absoluta
não pode se incluir a dor, contrária à Sua natureza.
A
dor é mero indicador. Ela apenas aponta o “quantum” de desarmonia praticada:
por meio dela o ser humano aprende que não deve lesar seu semelhante. O
sofrimento, portanto, é educativo; serve como experiência para que os erros não
se repitam. Em suma, a dor ensina o amor.
4 –
Ressarcimento
Por
ressarcimento se entende o pagamento da dívida. E só existe uma moeda, no Universo, para o pagamento de qualquer
dívida: o amor. O amor é moeda mágica que sana erros e eleva as criaturas.
Somente pelo amor aos nossos semelhantes – e a tudo quanto existe – a criatura
é glorificada. Quando Paulo de Tarso disse: “já não sou eu quem vive; é o
Cristo que vive em mim”, estava entrando na plenitude do amor divino.
Texto retirado do Do livro:
Espírito e Matéria
Novos Horizontes para a Medicina
José Lacerda de Azevedo
Tudo estará certo, o que foi dito.
ResponderExcluirNo entanto no estado em que me encontro, estou esmagado pelo sofrimento. A vida foi-se tornando um pesadelo. E já nada posso fazer.
Anos e anos. E agora o único apelo é que chegue o fim desta encarnação o mais depressa possível. Assumido tudo mais cedo, talvez algo fosse possível.