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domingo, 17 de abril de 2011

Por que é importante sabermos que o termo Umbanda, como culto ou religião, pertence ao Caboclo das Sete Encruzilhadas.




A importância da divulgação desse tema se prende a fatores que, embora possam parecer fúteis, a uma primeira vista, (e apenas a uma primeira vista) na verdade coloca freios em muita gente que insiste que faz Umbanda e que, além de não conhecer suas origens, nada faz de Umbanda – é isso que incomoda e faz com que muitos tentem minimizar ou até mesmo desqualificar a importância que Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas têm para o que ele chamou Umbanda.

  • 1º Ponto: Nunca, ninguém havia chamado de Umbanda a nenhum tipo de culto anteriormente. O que tentam fazer hoje é aproximar o termo embanda (afro) que quer dizer curandeiro para uns (e chefe de culto para outros) e não algum tipo de culto como esse que o Caboclo chamou Umbanda – o culto;

  • 2º Ponto: O Caboclo deixou algumas informações precisas sobre o que seria Umbanda, e isso é o que incomoda mais porque, se observarmos essas diretrizes, aí sim, veremos que alguns grupamentos não poderiam se chamar de Umbanda, o que leva alguns outros a “desconhecerem”, muito propositalmente, o texto que será apresentado abaixo e chegarem a dizer que o que o Caboclo fez foi apenas uma “socialização” do que já havia antes, o que, para qualquer um que saiba ler (e nem precisa interpretar) vai perceber que não poderia ser.

Vamos ver o que o Caboclo nos deixou de informações sobre o culto que ele mesmo diria – “iniciar-se naquele dia”. Preste atenção porque aqui se define o que é a Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas (palavras do Caboclo):

Aqui inicia-se um novo culto em que os Espíritos de Pretos-Velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como Mestre Supremo Cristo

Percebemos então, nestes 03 trechos que:

  1. Esse era um novo culto – O Caboclo afirmou ser um novo culto e não uma corruptela de algo já existente;

  1. Que esse novo culto se distanciava das seitas negras deturpadas e dirigidas para a feitiçaria, porque os próprios Pretos-Velhos africanos e os índios nativos de nossa terra (os chamados Caboclos) não encontravam campo de ação (possibilidade de trabalharem) nesses grupamentos – Isso era o que existia antes e era disso que Umbanda, então criada, deveria se distanciar.

  1. Esse seria um culto embasado no Evangelho de Jesus, reconhecendo-o, inclusive, como “MESTRE SUPREMO”.

Por que eu lhe afirmo que divulgar isso, inclusive até mesmo a existência de Zélio e do Caboclo, não se torna interessante para uma grande parte?

Porque, após a criação e não socialização ou codificação do que já existia, muitos dos inúmeros grupamentos já existentes, (como acontece até hoje), passaram a se autodenominar Umbanda, mesmo passando por cima desses preceitos deixados pelo Caboclo, criando-se então, a confusão que encontramos hoje, inclusive com alguns afirmando que a Umbanda tem que se afastar dos ensinamentos cristãos e abraçar mais os fundamentos afro.... Mas como isso poderia ser, se a Umbanda foi criada em cima de bases cristãs?

O que se percebe então? Percebe-se que há um movimento deturpatório do que foi deixado pelo CDSE (Caboclo das Sete Encruzilhadas), em função das “vontades” daqueles que resolveram ir fazer cabeça no Candomblé e depois vieram “bater Umbanda”, como gostam de dizer. Ora... bater Umbanda, como se Umbanda fosse Candomblé? Em Candomblé sim, “se bate para os Orixás” porque os Xirês são nada mais do que festividades, toques, como também chamam em louvor aos Orixás e nunca foram Giras de Caridade.

Todos os atendimentos em Candomblés de raiz só são feitos pelo Babalorixá ou Yalorixá e através dos jogos de búzios, opelês (em menor quantidade) e obís. Não há consultas dentro dos Xirês e, nos que hoje há, é porque já se modificaram e se distanciaram de suas raízes, até porque, quem bate papo e dá consultas são os eguns ou catiços, como são chamados alguns tipos de Caboclos e entidades intermediárias. E vejam que até hoje, os Pretos-Velhos, que seriam remanescentes dessa mesma crença, por “terem sido escravos, negros e africanos” ainda não são aceitos na maioria dos Candomblés. Alguns aceitaram alguns Caboclos porque muitos ainda crêem que eles também são encantados.

Minimizar, ou não divulgar o que era a verdadeira Umbanda, a de raiz, a do Caboclo das Sete Encruzilhadas é, e sempre será importante para os que têm medo da verdade e pretendem abrir Terreiros com fundamentos estranhos, de matanças, feitiçarias, amarrações, etc., e se anunciarem como Umbanda.

No meu entender, o mais honesto seria que cada grupamento que hoje se diz apenas de Umbanda, se intitulasse, como outros que já o fazem, por exemplo: Umbanda Omolocô, Umbanda Cabula, Esotérica, de Angola e outras mais, já que fogem às Regras básicas que o Caboclo deixou para o seu novo culto (ou seja: não são de bases cristãs), para não deixarem aqueles que nada entendem disso sem saberem, afinal, a que tipo de Umbanda estão adentrando.

O que essas pessoas têm que colocar na cabeça é que o nome Umbanda, como culto, pertence ao Caboclo Sete Encruzilhadas (ainda que ele não a tenha registrado) e mesmo eu ou você, que praticamos a Umbanda Traçada (que é diferente da Umbandomblé embora muitos confundam), temos que reconhecer que não seguimos a linha doutrinária determinada pelo Caboclo Sete Encruzilhadas – Umbanda com base totalmente cristã – o que não nos tira qualquer valor ou mérito, já que os objetivos finais – Caridade e Amor Fraterno – também são buscados, apenas por caminhos diferentes.

O que essas pessoas têm que pôr na cabeça é que devem assumir o tipo ou subgrupo de Umbanda que seguem e, jamais quererem mudar o principal da Umbanda que é a fé, a caridade, o amor ao próximo e, principalmente, também devem assumir que, se estão ligados a Espíritos e encarnados que só sabem fazer feitiçarias, mandingas, amarrações, intrigas, então, nem o nome Umbanda deveria ser usado em seus cultos, já que, desde a criação, isso foi contrariado pelo Caboclo.

Escrevi acima que Umbanda Traçada é diferente de Umbandomblé e, para muitos, isso pode parecer estranho, mas não é. Acontece que existem, generalizando, três tipos de Umbanda e as explico abaixo:

  • Umbanda: A que foi criada pelo Caboclo Sete Encruzilhadas, com bases claramente cristãs – até os Terreiros que foram criados pelo Caboclo tinham nomes de Santos católicos. Os praticantes dessa Umbanda não admitiam (e acho que ainda não admitem) bebidas ou atabaques em seus rituais. Quando muito, o fumo das entidades;

Nota do autor: Essa Umbanda também conhecida como: LINHA BRANCA DE UMBANDA OU UMBANDA TRADICIONAL – Oriunda do Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestado no médium Zélio Fernandino de Moraes que lançou as bases da Religião Cristã de Umbanda, com doutrina baseada na caridade cristã sem fins pecuniários e na doutrina dos Evangelhos. Tem muita proximidade com o kardecismo e como catolicismo. Não tinha sujeição a Orixás, atabaques, feituras de santo, adereços e nenhuma influência dos culto-afros.

Todas as outras ramificações guardam vínculos com a Linha Branca de Umbanda do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Leal de Souza dirigia a Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, uma das filiais que formam o septo de casas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, relatou ao Jornal de Umbanda, na edição de Outubro de 1952, que coubera ao Caboclo das Sete Encruzilhadas a incumbência de organizar a “Linha Branca de Umbanda”, seguindo as determinações dos “Guias Superiores” que regem o planeta.

Leal de Souza, em seu livro “O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS SETE LINHAS DE UMBANDA – 1933” escreveu:

“A Linha Branca de Umbanda e Demanda tem o seu fundamento no exemplo de Jesus...”

“O objetivo da Linha Branca de Umbanda e Demanda é a prática da caridade, libertando de obsessões, curando as moléstias de origem ou ligação espiritual, desmanchando os trabalhos de Magia negra, e preparando um ambiente favorável a operosidade de seus adeptos...”

 “Para dar desempenho a sua missão na Terra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou quatro Tendas em Niterói e nesta cidade, e outras fora das duas capitais, e todas da Linha Branca de Umbanda e Demanda...”

“A Linha Branca de Umbanda e Demanda está perfeitamente enquadrada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codificador, nada se encontra susceptível de condená-la...”

“E o amor de Deus e a prática do bem são a divisa da Linha Branca de Umbanda e Demanda”.

Este termo foi realçado no 1º Congresso Nacional de Umbanda sob o título: “INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LINHA BRANCA DE UMBANDA” – Memória apresentada pela Cabana de Pai Thomé do Senhor do Bonfim, na sessão de 26 de Outubro de 1941, pelo seu Delegado Sr. Josué Mendes. Visava o estudo aprofundado da temática mediúnica, bem como diferenciar as práticas umbandistas tradicionais das práticas emergentes onde a mistura de culto-afros com Umbanda já se fazia presente. Com isso, a partir daí, toda prática umbandista distanciada de ritualísticas afros, baixas magias, despachos para o mal, etc., e aproximada das práticas cristãs, vestuário branco, orações, desobsessão, etc., era rotulada pelo povo de “Umbanda Branca”.

Com tudo isso, a partir daí, diferenciando as práticas de baixo espiritismo, fetichismo, totemismo, feitiçarias, macumbarias e qualquer sorte de malefícios, o povo passou a classificar as práticas de Umbanda voltadas a caridade, evangelização, desobsessão, bênçãos, desmanches de magias negras, etc., como práticas da “Umbanda Branca”. Esse termo ficou plantado na mente do povo como designativo de Umbanda voltada ao amor e a Espiritualidade Superior. Até hoje, 2009, quando muitos assistidos entram num Templo Umbandista, imediatamente perguntam: Aqui é Umbanda Branca?

Hoje, observamos muito irmãos umbandistas se apegarem ao fato de quem se intitular praticante da “Umbanda Branca” está sendo preconceituoso, pois, jocosamente, dizem não existir também Umbanda vermelha, Umbanda verde, etc. Esqueceram-se o fato importante, de muito indivíduos abrirem suas casas com o nome de Umbanda, mas praticam cultos estranhos, distanciados no Evangelho Redentor. Por isso, para diferenciar a Umbanda original das práticas estranhas, com doutrinas, magias, crenças e rituais que nada aproximavam no preconizado por Nosso Senhor Jesus Cristo, defendido pelo Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas e seus seguidores, se intitulava, de “Linha Branca de Umbanda”.

Não adianta querermos tapar o Sol com a peneira; somos sabedores da existência de muito Terreiros que se denominam de Umbanda, mas estão largamente distanciados da linha mestra.

Portanto o termo “Umbanda Branca” foi e é usado pelo povo, para saberem se o local que estão entrando, prática Magia Branca. É só isso.

  • Umbanda Traçada: A que admitiu (a princípio ou posteriormente) a presença (como trabalhadores) dos Exus e Pomba Giras, personagens da Quimbanda que eram até temidos no início e hoje já viraram Guardiões, e outras entidades intermediárias, trabalhadores de excelente performance, sempre visando a caridade, porque, se assim não for, não podem se considerar Umbanda. É chamada de Traçada ou Cruzada porque nela existe o cruzamento (ou entrelaçamento) de dois tipos de trabalhadores: os de Umbanda (Caboclos - índios nativos - e Pretos Velhos) e os de Quimbanda (Exus, Pomba Giras, Bugres, malandros, etc.);

Nota do autor: Essa Umbanda nós conhecemos como: Umbanda Traçada, Mista ou Cruzada – Tem influência do Catimbó, do sincretismo e suas práticas. Faz uso indiscriminado de oferendas, despachos e algumas casas, de bebidas alcoólicas. Sem cunho e estudo doutrinário próprio. Tem o uso de atabaques e/ou tambores. Largo uso de roupagens coloridas, adereços, danças e festas (internas e externas). Tem muita proximidade com os trabalhos da Umbanda Popular.

  • Umbandomblé: Todas as Umbandas que praticam em seus cultos, os ritos absorvidos dos Candomblés, seja de que nação forem. Nessas Umbandas há “toques” para Orixás, costumam usar brajás ao invés de guias, recolhem “filhos de santo”, usam quelês, sacrificam e colocam “oxu” nos oris de seus adeptos ... e por aí vai. O que as assemelha à Umbanda original e as afasta do Candomblé de raiz é o trabalho com entidades tipo Pretos-Velhos e Caboclos e mesmo Exus infiltrados (porque esses não são os Orixás-Exu das nações) que vêm, ...... aí sim, trabalhar para a caridade.

As Umbandas Traçadas ou Cruzadas não absorveram, necessariamente, ritos e práticas afro, e essa é a grande diferença delas para a Umbandomblé. Algumas até absorveram mais algumas entidades de Catimbó e outros grupamentos de raízes nordestinas e outras ainda, preferiram “cruzar” seus ensinamentos com os dos “Mestres Orientais”. Eu colocaria ainda, como subgrupo das Umbandas Traçadas ou Cruzadas, as Umbandas Esotéricas e mesmo as Iniciáticas, já que nelas, além dos trabalhos com as entidades já citadas, existe a adaptação de ensinamentos e até mesmo de entidades tidas como “orientais” e sábios de outras nações que não as africanas. E diria mais ainda: Em termos de abertura para novas aprendizagens, a Umbanda Traçada é a que mais se encontra nessa posição, já que as outras duas tendem a se prender muito em suas raízes (ou cristãs, ou afro) e desmerecerem alguns dos conhecimentos mais modernos que nos chegam através de outras correntes de Espíritos e mesmo da ciência.

Que isso não seja tomado como desmerecimento para qualquer tipo de Umbanda, pois, guardadas as devidas proporções e se o culto visa à caridade, o amor fraterno e a fé, então todas têm em si a semente de Umbanda, ainda que não seja exatamente a que o CDSE criou. Agora, se alguém cria um agrupamento para misturarem cultos “ao deus dará”, explorar a caridade, impingir medos aos seus seguidores, sair matando cães e gatos pra saciar suas sedes de sangue e de impressionismo... aí, pelo amor de Deus, ....... isso não pode ser chamado de Umbanda!!! Custa muito às diversas Umbandas se identificarem por suas raízes ou suas doutrinas para que nem tudo seja apenas Umbanda? Vão ficar menos Umbanda por causa disto? Vamos a um raciocínio?

Imaginemos que você que agora me lê, através de uma entidade ou não, venha a criar amanhã, um novo culto espiritualista, digamos... ALABANDA, e nos diz que este será um novo culto que só fará trabalhos através dos Ciganos e Boiadeiros, por exemplo, e também será voltado exclusivamente para as práticas Ciganas e a Magia dos Boiadeiros. Depois de alguns anos você vê que alguns outros grupos passaram a se autodenominar ALABANDA, trabalham com mineiros, com Orixás de Nação e suas “obrigações”, com Exus, Caboclos, Pretos-Velhos, Baianos, malandros, tentam decifrar o que seria ALABANDA, mas não ousam perguntar a você, que foi o (a) criador (a), o que seria, e ainda por cima, depois disso tudo ainda começam a discutir porque acham que Alabanda deveria “voltar às raízes afro” já que os “Orixás” são afro.

O que você diria, honestamente? Foi isso o que aconteceu com a Umbanda criada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Não seria melhor que cada Alabanda dessas que se formou após, se identificasse convenientemente? Eis aí o porquê de, desde muitos anos atrás (isso não é de hoje), já se falar de codificação de Umbanda e até hoje, ninguém saber exatamente qual das Umbandas se vai codificar – todas, não dá mesmo!

De minha parte posso lhes dizer que a Umbanda que eu pratico é totalmente Cruzada e praticamente nada nela existe de Ritual de Nação Afro, embora tenha que conhecer alguns fundamentos para casos em que certos problemas mediúnicos tenham origem em entidades específicas. Talvez a melhor descrição para ela seria de Umbanda Aberta. Sempre aberta para melhores conhecimentos e aprimoramentos ritualísticos que realmente possam ter fundamento, venham de onde vierem.

(Cláudio Zeus, em seu livro: “UMBANDA SEM MEDO”)

São palavras textuais de Zélio Fernandino de Moraes o iniciador da Umbanda no Brasil:

  • O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer para fortificar a minha mediunidade.

  • O Caboclo das Sete Encruzilhadas não admitia atabaques e nem mesmo palmas nas sessões. Apenas os cânticos, muito firmes e ritmados, para a incorporação dos Guias e a manutenção da corrente vibratória.

  • Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês não são aceitos nos Templos que seguem a sua orientação. O uniforme é branco, de tecido simples.

  • As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Não é a quantidade de guias o que dá força ao médium.

  • Os banhos de ervas, os amacis, as concentrações nos ambientes da Natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação do médium. E são severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir a sua missão mediúnica.

Umbanda Cristã:

  • Umbanda praticada sem atabaques e sem palmas (embora algumas casas umbandistas cristãs ainda fazem uso de atabaques, por influência da Umbanda popular), sem roupagens coloridas ou qualquer tipo de adereços externos, tipo: cocares, chapéus, coroas, arcos, tacapes, tridentes, etc. (algumas casas umbandistas cristãs fazem uso de adereços, mas de forma discreta, sem alarde ou mesmo espalhafatos).

  • Abomina o sacrifício de animais.

  • Toda calcada no Evangelho Redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo, Reforma Íntima, Descarregos (desobsessão) e na prática caritativa sem fins pecuniários. Incentiva o estudo e a realização do Evangelho no lar.

  • Aceita os Sagrados Orixás, não como deuses, mas sim como denominações humanas para os Poderes Reinantes do Divino Criador, a própria Natureza em si.

  • Aceita alguns Santos Católicos e seus ensinamentos.

  • Aceita a Codificiação Kardequiana e alguns Espíritos militantes no Kardecismo e seus ensinamentos.

  • Restringe o uso indiscriminado de oferendas, despachos e bebidas alcoólicas.

  • Faz largo uso de defumações, cachimbos, amacis e banhos ritualísticos em sua liturgia.

  • Promove concentrações nos sítios vibratórios da Natureza, para captação de energias sublimes.

  • Dá ênfase à realização de rezas e orações.

  • Incentiva o estudo e promove o desenvolvimento doutrinário.

  • Atua mediunicamente com:

Linha dos Caboclos de Pena (Força indígena – arquétipos de silvícolas) e suas Falanges auxiliares: Falange dos Caboclos de Couro (arquétipos de Cafuzos – Boiadeiros), e a Falange dos Caboclos D´agua (arquétipos de Mamelucos – Marinheiros).

Linha dos Pretos-Velhos (Força Africana – arquétipos de negros) e sua Falange auxiliar: Falange dos Baianos (arquétipo de Mulatos – Povo-do-Santo).

Linha das Crianças.

Linha (arquetípica) do Oriente e sua Falange auxiliar: Falange (arquétipica) dos Ciganos.
Legião arquetípica dos Guardiões.

Corrente das Sereias.

Linha e Falange são as que se manifestam mediunicamente, trabalhando em atendimentos. Legião é a que manifestasse mediunicamente em trabalhos de defesa. Corrente é a que manifestasse mediunicamente, mas não procedem a consultas.

Alguns apregoam que a Umbanda é afro-descendente? Vejamos:

  • Antes de se ter conhecimento da Umbanda como formação religiosa, já existia as mesmas manifestações mediúnicas de Espíritos regionalizados utilizando ritualísticas idênticas a Umbanda, mas com a denominação de Catimbó ou mesmo culto da Jurema, que já eram cultos mediúnicos miscigenados de uma Pajelança deturpada com o catolicismo e pitadas de bruxaria Ibérica.

  • No Rio de Janeiro, antes de 1908, existiam pequenos grupamentos mediúnicos praticando magias do sertão (Catimbó), ou mesmo práticas de cultos africanos desordenados, conhecidos pelo povo como “Macumbas”. Ainda não existia um movimento religioso chamado Umbanda.

  • O termo Umbanda foi anunciado pela primeira vez, em 1908, através da mediunidade de um menino de 16 anos (Zélio Fernandino de Morais) de formação católica. O que esse menino sabia de africanismo? O que esse menino entendia do culto-afros ou mesmo da Macumba?

  • A primeira manifestação mediúnica de um Guia Espiritual, utilizando o termo “Umbanda”, foi de um padre jesuíta (Gabriel Malagrida), que reencarnou no Brasil como índio, o Caboclo das Sete Encruzilhadas – um Caboclo de Pena, ou seja, na forma de apresentação de um silvícola, a mando de um Santo (Santo Agostinho).

  • Na mesma noite, 16 de novembro de 1908, apresentou-se através da mediunidade de Zélio, um Guia Espiritual, apresentando-se como Pai Antonio. Estava ai, a sacralização de um representante “africano” na Umbanda, mas, um representante africano cristão.

  • A formação da Religião Cristã Umbanda, por determinação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, deu-se totalmente ao contrário do que apregoava a Macumba e outros cultos de matizes africanas, ou seja: Não haveria matanças de animais – não haveria bater de tambores (atabaques) – não haveria cobranças – não haveria saias com rendas e lamês e nem capacetes de penas – o desenvolvimento do médium seria a par das idas aos pontos de forças da Natureza, aplicação de Amacis, e a prática da Evangelização contumaz, tendo Jesus como o Mestre Supremo. A Umbanda é cristã; os cultos afros não são cristãos.

  • Segundo estudos efetuados pelo antropólogo da USP, Sr. Reginal Prandi que apresentaremos logo a seguir, o Candomblé estruturado surgiu muito tempo depois da Umbanda – “Mas o Candomblé somente se disseminou pelo Brasil muito tempo depois da difusão da Umbanda”. Como pode então a Religião Cristã de Umbanda ser um subproduto do Candomblé?

Portanto, somente com estes dados, poderemos confirmar que a Umbanda é brasileiríssima, mas é uma Religião Cristã formada pelo pluralismo religioso, hibrida, ou seja, a mais universalista de todas, pois aceita em seus postulados, tudo o que for de bom que existe em outras religiões, sejam eles de onde forem. Os que dizem que Umbanda é de afro-descendente, não encontram base alguma para tal dissertativa.
Somente se apegam ao fato de que se os Umbandistas cultuam os Sagrados Orixás, pois apregoam que estes são de matizes africanas, mas se esquecem que Orixás são Poderes de Deus, e portanto, os Poderes de Deus não pertencem à nenhuma cultura terrena.

Os nomes dos Orixás são de origem africana, mas o que eles representam na realidade, não tem pátria e muito menos credo religioso. São as religiões que adotam os Sagrados Orixás como suas Hierarquias Superiores. Nós Umbandistas, adotamos essas Hierarquias, e aceitamos os nomes africanos dos Sagrados Orixás, pois não haveria razão de se criar outros nomes, pois os mesmos já se encontravam plantados em 378 anos de escravidão e tinha a aceitação de todos; mas temos toda uma cosmogonia própria explicativa do que sejam esses Orixás.

Lembre-se que são Poderes Reinantes do Divino Criador, cujos nomes foram dados pelos humanos; isso não quer dizer que essas hierarquias tenham nascido ou sido criados em solo africano. Somos sabedores que os Poderes Reinantes do Divino Criador sempre estiveram presentes na Terra, em diversas culturas e religiões, e nessas culturas foram dados nomes diferentes a Eles, mas essas Hierarquias Superiores sempre foram e sempre serão as mesmas.

Outros se apegam ao fato de que na maioria dos Templos Umbandistas, utiliza-se de elementos pertencentes aos cultos afros, como atabaques, agogôs, ganzás, adjás, saias rendadas e algumas ritualísticas e liturgias, que se forem bem analisadas, fogem às orientações dadas pelo iniciador da Religião Cristã de Umbanda, o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Pela ignorância cultural de muitos dirigentes, alguns apetrechos e ritualísticas pertencentes aos cultos afros foram praticamente “empurrados” para a Umbanda, a pecha de tradição, o que sabemos não ser verdade. Infelizmente, hoje ainda, faz-se presente dentro da Umbanda, apetrechos, ritualísticas, liturgias e outras coisinhas mais, pertencentes a outras religiões e filosofias, e sabemos que não tem nada há ver com a Doutrina Umbandista.

Ainda existe outro fator preponderante, onde dentro da maioria dos Templos Umbandistas, ainda se faz uso de certas saudações e termos em Yorubá, sendo que sabemos que a grande maioria dos dirigentes umbandistas nem sabem ao certo o que quer dizer. Dizem que é tradição, por que sempre ouviram outros dizerem. Temos que abolir tais práticas por não fazerem parte efetiva da nossa doutrina. Este é mais um “pezinho” para muitos dizerem que a Umbanda é afro-descendente (as religiões afro-descendentes existente no Brasil são os vários Candomblés).

Chegamos a algumas conclusões:

  • A Umbanda, embora ainda, sem doutrina própria, chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o amor universal, a imortalidade da alma, a vida futura e a reencarnação, consagrando-se como uma verdadeira religião de caráter nacional brasileiro.

  • A Umbanda é uma religião cristã e em suas origens, nascida, fundamentada e propagada em solo brasileiro, alicerçada em tudo o que é positivo de todas as religiões planetárias existentes e não mais existentes. Como prática religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil. Do Espiritismo absorveu o estudo sistemático da mediunidade e dos Espíritos. Do catolicismo absorveu a crença em Jesus, nos Santos, Anjos e sacramentos. Dos culto-afros absorveu os Sagrados Orixás, a temática de oferendas, despachos e alguns Terreiros, o atabaque e algum tipo de oráculo. Dos cultos indígenas, a Pajelança, o uso das ervas e do fumo, o respeito a Terra e tudo o que ela possui e, finalmente, do ocultismo e orientalismo toda a gama de informações sobre o mundo oculto, mantrans, concentração, meditação, etc.

  • Não podemos dizer que a Umbanda é tão somente Africana ou Indígena, ou mesmo uma ramificação destas, mas sim, ela é a mais universalista das religiões. A Umbanda é uma religião cristã, que tem em sua doutrina elementos positivos do Budismo, Hinduísmo, Confucionismo, Taoísmo, Islamismo, Evangelismo, Espiritismo, Messianismo, Catolicismo, Ocultismo, Zoroastrismo, Teosofismo, Africanismo, Indígenismo, Catimbó, etc., enfim, bem brasileira.  Mas, acima de tudo, encimada, dirigida e fundamentada em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Mestre Supremo, ordenador e articulador da Umbanda e toda a sua Doutrina.

  • A Umbanda, como aspiração religiosa sublimada, ainda meio estonteada por estar em seu início, sendo implantada com amor, carinho e paciência, calcada no amor, na caridade, e na benevolência, trazendo ao homem a união e que todos somos irmãos perante Deus e que devemos nos manter coesos em ideais. A Umbanda quer reviver a simplicidade e a maturidade de que basta o amor e basta à caridade. A Umbanda quer reviver os tempos em que todos se respeitavam, comungados num só pensamento que é o amor a Deus acima de todas as coisas e o amor ao próximo (Religião Primeva), vivenciando e ensinando que somos mais uma religião cristã a servir ao Pai Eterno (“Há muitas moradas na casa de meu Pai”), e que servimos a Deus de uma forma própria (“Amarás a teu Deus de todas a formas, de todo o seu coração, com todas as suas forças e de todo o seu entendimento”). A Umbanda quer reviver o respeito e a reverencia a Mãe Natureza. A Umbanda quer reviver o pensamento e a certeza de que existe um Deus só, mas que Ele se manifesta através das Suas criações, em tudo e em todos. A Umbanda somente quer que todos sejam felizes, a seus modos. Enfim, a Umbanda somente quer ser, não a melhor, mas a mais serviçal das religiões.

  • A Umbanda, embora ainda, sem doutrina própria, chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o amor universal, a imortalidade da alma, a vida futura e a reencarnação, consagrando-se como uma verdadeira religião de caráter nacional brasileiro.

  • A Umbanda é uma religião cristã e em suas origens, nascida, fundamentada e propagada em solo brasileiro, alicerçada em tudo o que é positivo de todas as religiões planetárias existentes e não mais existentes. Como prática religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil. Do Espiritismo absorveu o estudo sistemático da mediunidade e dos Espíritos. Do catolicismo absorveu a crença em Jesus, nos Santos, Anjos e sacramentos. Dos culto-afros absorveu os Sagrados Orixás, a temática de oferendas, despachos e alguns Terreiros, o atabaque e algum tipo de oráculo. Dos cultos indígenas, a Pajelança, o uso das ervas e do fumo, o respeito a Terra e tudo o que ela possui e, finalmente, do ocultismo e orientalismo toda a gama de informações sobre o mundo oculto, mantrans, concentração, meditação, etc.

  • Não podemos dizer que a Umbanda é tão somente Africana ou Indígena, ou mesmo uma ramificação destas, mas sim, ela é a mais universalista das religiões. A Umbanda é uma religião cristã, que tem em sua doutrina elementos positivos do Budismo, Hinduísmo, Confucionismo, Taoísmo, Islamismo, Evangelismo, Espiritismo, Messianismo, Catolicismo, Ocultismo, Zoroastrismo, Teosofismo, Africanismo, Indígenismo, Catimbó, etc., enfim, bem brasileira.  Mas, acima de tudo, encimada, dirigida e fundamentada em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Mestre Supremo, ordenador e articulador da Umbanda e toda a sua Doutrina.

(Trechos extraídos do livro: “Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade” – de autoria de Pai Juruá – no prelo.

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